(incompleta e sem previsão de volta :((
Uma história em que Son e Richarlison precisam de mais de uma vida para viver o seu amor.
Ou onde a namorada de Richarlison o trai com o seu chefe(só para acabar largada após o cara descobrir que ela era sua f...
A atmosfera no veículo, dessa vez, é de um silêncio desconfortável como o inferno!
Son apenas apontou para o GPS do carro quando ambos entraram, em um pedido silencioso para que Richarlison indicasse o caminho deles. Que seria a casa do brasileiro.
Pelo canto do olho, Richarlison pode ver a figura tensa do coreano ao volante, olhos duros em direção a estrada e sobrancelhas franzidas. Calado desde que começou a dirigir.
Richarlison morde forte a própria língua, suspirando antes de falar com o mais velho. Não suportando mais o desconforto.
— Se você quer falar alguma coisa. Fale!
Son pisca, desviando seu olhar para ele por um segundo antes de voltar novamente para a estrada. Abrindo e fechando a boca algumas vezes sem falar nada, de fato, por um tempo.
— Eu tenho uma opinião. — O coreano diz, depois de um suspiro. — Mas não sinto que tenho o direito de opinar sobre, mesmo que eu esteja um pouco envolvido na relação de vocês.
O brasileiro ri desgostoso.
— Só fala! É melhor do que esse silêncio estranho…
— Certo. — Son concorda, checando ele de forma rápida mais uma vez. — Não posso dizer que entendo o que vocês tiveram, pois não entendo e o que tive com ela foi mais como algo casual do que, de fato, um relacionamento. Mas caso eu estivesse em sua posição… Não acho que eu conseguiria ter concordado em a ajudar. Você ainda a ama?
A boca de Richarlison amarga. Algo coçando na parte de trás dos seus olhos.
— Amor é confiança. — Ele diz, com garganta seca. — Eu e ela tivemos uns bons três anos para construir confiança. Construir o amor. Não vou mentir dizendo que esse tipo de merda não deixa marcas em você e tals, mas quando a confiança é quebrada o amor também é. Não dá pra ter amor sem confiança.
— Então, você não a ama mais?
— Não. — Richarlison admite convicto.
— E porque vai ajudar? — O questionamento de Son soa genuíno.
— Ela pode ser o tipo de pessoa que não cumpre as próprias promessas. Mas eu cumpro as minhas! — O brasileiro diz, encarando o mais velho mesmo que ele não possa olhá-lo de volta, em meio a sua atenção ao trânsito. — Prometi que ia tá ao lado dela pra ajudar quando ela precisasse. Não ia conseguir dormir à noite se eu negasse ajuda a ela.
Son o olha curioso, aproveitando o sinal vermelho em que pararam.
— Você é curioso, Brazilian… É uma boa pessoa.
— Valeu. Eu acho… — Richarlison agradece contorcendo o rosto.
E o asiático sorri pra ele antes de voltar a dirigir.
— Você vai ficar bem com ela de volta na sua casa? — A pergunta de Son é cautelosa.
Richarlison choraminga — vergonhosamente — coçando a nuca e afundando-se no banco macio o quanto o cinto de segurança lhe permite.
— Eu não sei!? — Ele devolve, incerto. O peso das consequências das suas malditas próprias decisões, começando a pesar horrivelmente em seus ombros. — Eu não pensei bem sobre isso.
— Oh, sim. Tenho certeza que você não pensou bem sobre isso.
O coreano zomba de volta.
E Richarlison gostaria de ficar puto com ele no momento, mas ele não fica.
De certa forma, essa provocação inútil era quase familiar e reconfortante, em meio a toda a situação de merda envolvendo eles.
Então ele apenas resmunga, não dando muita atenção ao mais velho.
— Acho que vou acabar pedindo para dormir no sofá de Emerson, ou algo assim.
Ele admite, pontuando sua opção.
Richarlison realmente não pensou bem sobre isso.
Não havia como ele e Rafaela dividirem novamente a mesma cama, e o sofá da sala era pequeno e desconfortável demais para qualquer um dos dois dormirem. Então não o restavam muitas opções além de dividir uma cama com a garota — o que ele definitivamente não iria fazer — ou implorar de joelhos a Emerson para deixá-lo usar seu sofá um pouco mais espaçoso(e caso ele sinta-se mais cara de pau no momento, talvez pedir algumas noites de conchinha com o amigo).
— Você pode ficar na minha casa, se quiser.
Son o tira de seus pensamentos.
— Como?
— A cobertura do hotel que você foi. — Son explica melhor, o lançando um olhar rápido. — Eu só a uso nos fins de semana. Se você quiser, você pode passar um tempo por lá. Snow vai gostar de ter companhia nos dias de semana.
Richarlison não pode evitar o olhar desconfiado no seu rosto.
— Não me leve a mal… — Ele começa. — Mas porque você tá me oferecendo isso? A gente mal se conhece e eu literalmente te dei uma cicatriz, mano!
O mais velho dá de ombros simples, manobrando o carro para estacionar. E só então Richarlison percebe que eles chegaram ao fim da rota traçada, em frente ao seu humilde prédio.
— Eu realmente não uso muito a cobertura, e não me incomodaria te deixar ficar o tempo que precisar por lá. — Son dita, o olhando diretamente agora que estão parados. — Confesso que sinto uma certa camaradagem, e sobre a cicatriz, eu já falei que está tudo bem. Eu não guardo mágoa disso e entendo o seu lado.
O brasileiro o encarando calado, digerindo devagar o que ouviu. E Son volta a falar quando não tem resposta.
— A decisão é sua, sinta-se à vontade para me dizer, caso queira. — O mais velho reforça, mexendo na carteira até encontrar um cartão pequeno de papel e entregá-lo a ele. — Esse é meu número pessoal. Ligue caso queira aceitar a oferta, e eu avisarei a recepção para te entregar um cartão de residente.
— Valeu.
É o que Richarlison responde, analisando o papel em suas mãos antes de dizer um "tchau" murmurado e sair do veículo.
Richarlison precisa urgentemente de algumas boas e longas horas de sono.
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Uma att mais levinha(??) depois de tanta raiva e frustração!!!
E aproveitando a deixa, queria saber o que vocês estão achando da história até agora? Aceito feedback sobre o caminho que já construímos até aqui e suas expectativas para o futuro.
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