Talvez em outra vida... | 2SON (incompleta)

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Acostumar-se a “viver” na casa de Son foi quase fácil, mesmo que só tenham passado poucos dias.

Richarlison acorda, alimenta e hidrata a Lord Soberana ali presente, para só então começar seu próprio dia arrumando-se e tomando seu café da manhã rápido, antes de seguir seu caminho para o trabalho. Para então, passar seu dia na cafeteria tentando ignorar o olhar preocupado e curioso de seus amigos enquanto faz o seu serviço, antes de voltar para a cobertura para aproveitar sua noite com a belíssima companhia da bola de neve falsificada.

Son ainda o manda mensagens verificando se ele estava bem acomodado ou se Snow não tinha tentado o assassinar enquanto ele dormia, ou coisa assim.

Mas é só tarde da noite de quinta-feira, que Son finalmente dá as caras novamente no hotel.

O barulho repentino do elevador pela cobertura silenciosa quase faz a alma do brasileiro sair de dentro de si, em meio ao seu momento de distração em frente a TV gigantesca do coreano.

Son cambaleia para fora do elevador, lutando um pouco para tirar os próprios sapatos. Arrastando os pés com meias pela sala, e Richarlison pisca lento em confusão.

O mais velho dá poucos passos pela sala antes de seus olhos se cruzarem em um olhar longo e confuso, por parte de ambos. Até que Son pareça, finalmente, assimilar sua presença com olhos arregalados em sua direção.

— O que… O que você está fazendo aqui?

Son questiona, meio arrastado.

— Tu me deixou ficar aqui? — Richarlison devolve em uma pergunta confusa, assistindo o coreano franzir o rosto antes de relaxar e bufar um riso para ele.

— Você tem razão.

E então, Son volta a caminhar pela sala. Jogando o paletó despreocupadamente em um dos sofás e afrouxando a própria gravata antes de passar por Richarlison. Que ainda continuava sentado no mesmo lugar, enquanto a série que ele tinha posto para assistir anteriormente se desenrolava na TV.

É só quando o mais velho passa por si, que a mente do brasileiro pega a resposta para a sua confusão no ar, ou melhor. Pega o cheiro de álcool no ar quando Son passa por ele, indo em direção a gata não muito longe deles.

Ótimo! Não há nada melhor que lidar com um bêbado depois de um dia puxado.

Richarlison pensa, mordendo a própria língua para conter sua frustração.

Ele está na casa de Son, afinal. E não é da conta dele se o mais velho gosta de voltar bêbado para a sua própria casa, no meio da semana.

— Você está sendo uma boa gatinha, Snow? — Son pergunta com voz lenta, depois de pegar a felina nos braços. — Está cuidando bem do Richy-ah? Hein?

O brasileiro apenas observa calado Son conversando com a gata, não sabendo exatamente o que deveria dizer ou fazer em um momento como aquele. Já que eles mal se conhecem, se for parar para ver bem.

É quase desconfortável, na verdade.

Richarlison não pode deixar de pensar, que caso ele e Son fossem amigos, ele agora estaria chutando sua bunda na direção do chuveiro mais próximo para tomar um bom banho gelado, enquanto xinga até sua quinta geração.

Mas como eles não são amigos — Richarlison ainda nem tinha descoberto o que eles são, talvez, conhecidos? — o brasileiro limita-se a apenas permanecer quieto com Son brincando com sua pet.

Até que a mente bêbada e genial do coreano, resolve que melhor que ficar brincando com a bola de pêlos é subir as malditas escadas!

Richarlison mal tem tempo de pensar antes de pular do seu lugar no sofá e correr para tentar impedir o mais velho de cair de bunda no chão, depois de tropeçar no terceiro degrau. Conseguindo segurar o idiota por muito pouco.