Capítulo 14 - Encontrou ela?...

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No começo do corredor pude finalmente avistar meu amigo, que parecia igualmente preocupado, vinha em minha direção com passos lentos, era nítido que o mesmo estava angustiado mesmo estando fazendo algo, quando se aproximou olhou para a porta atrás de mim, com uma expressão de dúvida.

— É só um exame. — O tranquilizei, sabendo o que estava passando em sua mente, não que isso adianta-se muito, o mesmo respirou fundo, tentando se acalmar.

— Encontrou ela? — Tentei desviar um pouco sua atenção já que meu sua tentativa de se tranquilizar não havia funcionado, seus olhos finalmente se voltaram para mim.

— Já tenho o rosto dela, vou colocar no reconhecimento facial e buscar o endereço. — Respondeu com um semblante um pouco torto, algo o incomodava.

— Algum problema? — Decidi perguntar diretamente.

— O rosto dela não me é estranho, só não sei onde o vi. — Respondeu pensativo.

— Acredito que isso não importa agora, apenas a encontre, preciso descobrir o que ela viu. — Falei voltando minha atenção a porta na qual meu melhor amigo estava desacordado.

Passando algum tempo que os exames foram feitos, Alan foi colocado em um quarto, o médico havia informado que a pancada na cabeça não foi grave, apenas havia sido o suficiente para deixá-lo desacordado por algum tempo, logo ele iria acordar e voltar a vida normalmente, no qual já estava ansioso para que isso acontecesse. Na manhã do dia seguinte estava em seu quarto olhando para a janela, observando os demais prédios em volta e pessoas passando quando ouvi um pequeno grunhido, me virei vendo meu amigo abrindo os olhos e logo em seguida colocando a mão nos mesmo, talvez incomodado com a luz, me aproximei completamente feliz e com certeza, mas calmo do que na noite anterior.

— Até que enfim acordou irmão. — Disse colocando a mão em seu ombro e chamando sua atenção, pois aparentemente o mesmo estava muito atordoado.

— Klaus? O-o que aconte-ceu? — Perguntou completamente perdido com tudo.

— Você está no hospital, sofreu um acidente. — Respondi, observando estranheza em seu olhar.

— Como assim? Eu tava na Black, não lembro de ter saído de lá. — Era uma pequena boate no sul que uma gangue comandava, rolava muita bebida e substâncias ilícitas, mas era só isso, uma gangue pequena que promovia boates pela cidade, Alan deve ter ido apenas beber já que ele não usava nada, como ele se envolveu nessa confusão? Mas ele não tinha cheiro de álcool nas roupas, se bem que quando cheguei ele já estava com elas praticamente cortadas, o médico não me disse nada sobre álcool ou drogas.

— Você não lembra de mais nada? — Perguntei ficando preocupado.

— Não, só que a gente tinha a reunião para os recrutas, ainda vamos fazer né? — Perguntou tentando se levantar.

— Calma irmão, vamos fazer sim, porém será feito mais tarde, agora você precisa descansar aí, vou chamar o médico. — O acalmei indo para fora do quarto avistando uma enfermeira passar pelo corredor.

— Enfermeira, meu amigo acordou! — Disse chamando sua atenção, na qual rapidamente chamou o doutor num tipo de bip, voltei para o lado de Alan que ainda parecia muito confuso, esperando o médico chegar.

— Finalmente acordou, vamos fazer alguns testes em você para ver se está tudo bem, okay. — O médico avisou, colocando uma luz em seus olhos, não dando muito tempo para meu amigo responder.

— Doutor, será que pode fazer exames para tóxicos? — Perguntei, precisava confirmar algo rapidamente.

— Pode me falar o motivo? — Perguntou após uma rápida olhada em minha direção.

— Ele falou que estava em uma boate, depois disso não se lembra de mais nada. — Revelei.

— Certo, não fizemos já que ele não tinha nenhum cheiro de álcool, mas já que você suspeita, e tem base que o mesmo pode ter ingerido alguma coisa, pode ajudar no tratamento se soubermos o que é, a enfermeira vira coletar o sangue do paciente, e testar para todos os tóxicos. — A enfermeira confirmou e saiu deixando apenas nós três no quarto.

— Chefe você sabe que eu não uso essas coisas. — Nós não usávamos e desprezamos quem usava, porém com Alan era diferente, ele odiava com todas as forças.

— Eu sei meu amigo, mas alguém deve ter feito você tomar sem saber. — Tentei o tranquilizar.

— Certo tudo bem. — Respondeu, no momento exato em que David entrou no quarto, assim que ele bateu os olhos na cama o mesmo abriu um largo sorriso.

— Pensei que a cinderela iria dormir até mais tarde. — Brincou, fazendo Alan gargalhar alto.

— Na verdade, nem sei o que aconteceu. — David olhou para mim em dúvida, apenas balancei a cabeça dizendo para ele não insistir nessa conversa.

— Encontrou ela? — Mudei o assunto.

—Quem? — Alan perguntou.

— A mulher que veio com você para o hospital. — Respondi.

— Sim encontrei, foi bem fácil na verdade, eu disse que ela não me era estranha. — Falou me entregando o tablet, mostrando a foto de uma mulher linda com cabelo castanho claro ondulado, olhos azuis e uma pele bem clara, era surreal como era bonita.

— Ela é ex-policial, foi julgada por negligência em uma ocorrência policial, a arma dela disparou matando duas vítimas. — Não dava para acreditar que aquela mulher era uma policial, poderia ser qualquer coisa menos isso, ela tinha um olhar orgulhoso como se naquele momento da foto estivesse satisfeita com algo que só ela saberia explicar.

— Entendo, vamos lhe fazer uma visita, precisamos saber quem fez isso, os homens já chegaram? — Me referia a ter mandado chamar alguns dos nossos homens para ficar de guarda na porta, poderia não ser nada, mas nunca é demais ficar vigilante.

— Sim, estão do lado de fora, já enviei alguém para ficar de olho nela também, até mais cinderela, liga se precisar de algo. — Terminou pegando o aparelho da minha mão e saindo do quarto no processo.

— Ela vai nos ajudar a achar quem fez isso com você, então deita aí e espere nossa volta. — Reforcei sabendo que ele ficaria impaciente enquanto ficasse no hospital, sai do quarto vendo dois dos nossos homens, já em suas posições na porta.

— Não deixe ninguém que não seja o médico entrar, e principalmente se acontecer alguma coisa informe imediatamente. — Olhei bem nos olhos dos dois para saberem que se alguma coisa acontecesse e Alan fosse ferido eles seriam os primeiros a partir para o plano espiritual.

Saímos do hospital direto para o carro de David no estacionamento, seguimos para fora do centro da cidade para o norte para ser mais exato, era uma área com vários prédios residências, onde era mais barato a moradia. David parou o carro após algum tempo em frente a um prédio um tanto quanto inferior aos demais e menor também.

— Chegamos.

Ava - VIVER OU MORRERWhere stories live. Discover now