Ela é demais (Jenna Ortega/you)

Capítulo 25 - Manter a discrição

O retorno de Jenna e s/n à escola era como a calmaria antes da tempestade, com a iminência da chegada de Emma e as sombras das ameaças de Olivia pairando sobre elas. Tentavam manter a normalidade, alheias aos segredos e desafios que se desenrolavam nos corredores e tramas ao redor.

Enquanto isso, Gwendoline enfrentava uma visita preocupante. O homem imperceptível da janela compartilhava segredos inquietantes sobre Shawn, que se tornara excessivamente intrusivo, descobrindo a verdadeira identidade de s/n.

- Intrusivo? O que ele anda fazendo?

- Investigações não autorizadas, invasões de privacidade. Parece que ele descobriu a verdadeira identidade de s/n - O "detetive" revelou para a mulher.

- Como assim? Isso é um absurdo! Quem mais sabe?"

- Larson e Guisoli também estão a par da situação.

- Os pais da senhorita Ortega?

- Eles são os mandantes da intromissão indesejada do Shawn. Parece que houve uma série de revelações recentes. Essa informação está se espalhando, e precisamos agir com cuidado. Temo que isso possa chegar nos ouvidos de s/n.

- Isso não pode acontecer, nós ainda não estamos preparados pra isso.

- E o que nós faremos?

- Precisamos controlar essa situação. Primeiro, investigue como Shawn obteve essas informações. Quero detalhes sobre cada passo dele.

- Entendido. E em relação a Larson e Guisoli?

- Mantenha um olho neles também. Descubra se irão contar algo pra alguém. Quero relatórios regulares.

- E s/n e Jenna?

- Não se preocupe com elas, darei um jeito.

- Vou começar as investigações imediatamente e manter você informada sobre qualquer desenvolvimento.

- Não se esqueça, relatórios regulares.

- Todos os dias às oito?

- Sem atrasos e certifique-se de que tudo permaneça sob controle. Não podemos arriscar nenhum vazamento.

Por algum motivo, aquela última frase não se tratava só sobre o assunto recente sobre s/n.

- Compreendido. Farei o possível para manter a discrição.

Gwendoline observava o homem se retirar, e sua expressão revelava uma mistura de determinação e preocupação. Era seu dever cuidar e preservar a identidade de sua sobrinha, nem que se fosse preciso tirar a felicidade da própria.

Porém, ela era incapaz de fazer qualquer mal para as garotas. Pela primeira vez, em tempos, Gwendoline viu s/n estar genuinamente feliz com alguém. Por isso, naquele instante, ela teria que cuidar que aquela informação não vazasse, pelo menos até ela ter coragem de contar a verdade para a sobrinha.

Mesmo com tudo indo contra o relacionamento das meninas, os dias de Jenna e s/n estavam sendo tranquilos e amorosos. Finalmente as garotas tinham conseguido um tempo pra elas, sem ter que se preocupar com Emma Myers ou Olivia Rodrigo. Aquilo parecia extremamente suspeito, mas s/n só queria aproveitar o momento, nem que fosse uma simples caminhada pela escola como naquele momento.

As duas estavam indo para o novo lugar secreto delas. Não era como o simples camarim do auditório ou a sala do zelador. Era um lugar que elas descobriram por acaso, na volta de viagem.

Quando Shawn tinha feito questão de deixar as garotas na escola, o homem tinha feito uma pequena confusão de percurso e as garotas descobriram um prédio escondido entre a grande floresta que cercava a escola, apelidado pelas garotas como o velho moinho.

Elas não tinham contado a ninguém, mas naquele mesmo dia, exploraram o lugar que parecia ser bastante acolhedor e privativo. Por isso, Jenna deu a ideia que as garotas trouxessem algumas coisas para deixar aquele local mais aconchegante, mas sem esquecer de repassar as falas da peça, Jenna sempre pedia isso para s/n como forma de ensaiar mais para o outro dia de ensaio.

- Uma moeda pelos seus pensamentos - Jenna disse interrompendo a introspecção da namorada.

- Eu só estava pensando no quão sortuda eu sou de ter uma namorada tão linda - s/n falou em tom galanteador - E atenciosa. Com certeza não existe mulher mais compreensiva que você e...

- Se isso for uma forma de você fugir de repassar as falas da peça comigo, tire o seu cavalinho da chuva - Jenna cortou a fala da mulher a sua frente.

- Ainda falta três meses pra peça - s/n protestou.

- E nós já estamos atrasadas, s/n. Em um mês, tudo tem que estar perfeito e eu ainda não decorei as minhas falas.

- Tudo bem, mas nós podíamos aproveitar todo aquele espaço pra gente e...

- Depois eu sou completamente sua, primeiro as falas - Jenna disse entregando uma cópia de todo o roteiro pra namorada e deixou um beijo na bochecha da garota.

- Do início?

- Do início.

- E se a gente começasse pela cena do beijo? - s/n perguntou galanteadora e Jenna revirou os olhos.

- Qual dos beijos?

- Pode ser todos - Jenna tinha certeza de que a namorada estava prestes a aprontar alguma coisa.

- Então... - A atriz folheava o roteiro em busca das falas, mas s/n tomou o caderno da mulher.

- Sabe, Julieta, os seus olhos são como o céu desta noite que testemunha nosso amor sobre este velho moinho. Não adiantarias juras de amor, sem um único gesto. Eu preciso provar te o meu amor, és belo e profundo, sob o teto de estrelas, eu preciso do meu amor.

Antes que Jenna pudesse protestar de que aquele diálogo nunca existiu, s/n lhe tomou um beijo, dando continuidade àquela dança íntima que já se desenrolava entre elas. O beijo não era uma novidade; era um reencontro familiar dos lábios que já haviam compartilhado momentos doces.

O toque suave dos lábios de s/n nos de Jenna era como uma expressão de afeto, uma forma natural de se comunicarem. O beijo não precisava de palavras, pois já fazia parte da linguagem silenciosa que compartilhavam como namoradas.

Enquanto Jenna se entregava ao carinho conhecido, o velho moinho parecia absorver a doçura do momento. Era uma pausa bem-vinda na rotina agitada, uma lembrança de que, apesar dos desafios externos, ali, entre as paredes do esconderijo secreto, o amor delas prevalecia.

Quando s/n quebrou o contato pela falta de ar, ela pôde ver o sorriso brilhante de Jenna e a leveza do momento pelo simples contato. Ali, elas lembraram a razão de estarem juntas novamente, a sensação de completude e da vantagem de se viver uma história de amor. s/n sorriu para a namorada e disse:

- O que acha de mais cenas de beijo?

Antes que a mulher pudesse raciocinar, ela foi tomada por Jenna grudando os lábios novamente com um sorriso no rosto. Aquela noite demoraria para acabar e s/n não reclamaria.