77- Escolhas

2.7K 253 138
                                    

Sofia Maia 📷

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Sofia Maia 📷

Cinco horas da manhã, cheia de enjoo, sono e ansiedade na recepção do bendito hospital. Minha mãe ligou falando que era algo que tínhamos que resolver isso em família, e bom... aqui estamos. Carol tá dormindo no ombro do neguinho e eu tô mexendo nos cachinhos do Thiago, que está com a cabeça encostada na minha.

Tomei alguns remédios pra cólica antes de sair, mas não adiantou de nada, parece que estou levando uma facada.

- Respira fundo - Thiago falou fazendo carinho na minha perna - tá muito acelerada, amor, tenta se acalmar um pouco.

- Tá bom - engoli em seco e respirei fundo.

Sempre que eu venho pra cá é o mesmo sentimento, minha cabeça fica toda bagunçada, não consigo respirar, meu corpo entra em colapso e parece que a qualquer momento eu vou explodir. Fico muito nervosa.

Fechei os olhos tentando me acalmar com a ajuda do Tico, mas assim que escutei o médico chamar o nosso sobrenome, toda aquela calmaria que estava prestes a me preencher, foi pro caralho.

-Todos são da família?

- Sim - eu e a Carol respondemos juntas, o médico apenas acenou e fez sinal pra gente seguir ele.

- Bom, o senhor Paulo está aqui a um pouco mais de um mês, e nesse tempo fizemos vários exames e testes para retira-lo das máquinas, a mãe de vocês acompanhou todo o processo e conversou com todos nós em relação ao tempo que ele está, e chegamos em um que já era previsto pra todos nós - abracei o braço do Thiago e olhei pra Carol, ela piscou algumas vezes e pegou na minha mão livre - Por isso tivemos que chamar vocês, será uma decisão de família. Deixaremos que vocês resolvam essa questão.

- Qual questão doutor? - minha voz vacilou. Ele suspirou e abriu a porta do quarto do meu pai, minha mãe já estava lá dentro com o rosto vermelho e alguns papéis em cima da mesa.

- Entrem por favor e eu irei explicar.

E assim fizemos, entramos todos em silêncio e nos acomodamos.

- Como o senhor Paulo não responde a nenhum medicamento e os aparelhos o mantém vivo, achamos melhor desligar ele - olhei para minha mãe que encarava o chão - O corpo não reage mais sozinho, o cérebro está em grande parte desligado e daqui a um tempo, nem as máquinas serão o suficiente para manter uma parte do seu corpo em funcionamento.

Não.

Ele só pode estar maluco.

Louco pra caralho, meu pai está vivo sim, a máquina só está dando uma... força. É isso, não é? Ele só precisa de uma forcinha, mais um tempo.

Jeito Bandida|| Thiago VeighOnde as histórias ganham vida. Descobre agora