84- Pra sempre com você

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Essa eu nem escrevi, vou deixar o meu coração falar

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Essa eu nem escrevi, vou deixar o meu coração falar

Quantas coisas eu vi, quantas coisas eu tive que passar

Pra poder estar aqui, ver a minha mãe se orgulhar

Vejo a felicidade dela no olhar

E o que eu te peço chorando Deus, você me faz sorrindo

Me deu ouro, me deu joias, aí meu Deus como eu estou lindo

Travei o som e coloquei um dos meu adlib logo em seguida. Olhei para o meu o celular, onde a live no instagram está aberta e tem um pessoalzinho me assistindo canetar essa, não tenho a intenção de larçar, só estou desocupado o suficiente pra fazer uma música do nada na madrugada.

Minha mulher e a minha bonequinha decidiram passar o dia na casa da vó Márcia e me deixaram aqui, jogado as traças, sozinho no cantinho da nossa casa, empoeirando na solidão... Foi uma facada no coração, não sei se vou superar tão cedo. Quando acordei, já estava abandonado nessa casa.

Continuei produzindo a música e conversando com pessoal na live até dar umas duas horas, que foi quando eu senti a minha alma sair do meu corpo.

Mão pequenas e geladas abraçaram a minha perna, fazendo o meu corpo se arrepiar por inteiro o meu coração quase pular do peito, levantei da cadeira em pulo indo pra trás e no mesmo momento escutei uma risada fina e totalmente maldosa. Filha da mãe. 

— Porra...- respirei fundo encontrando o rostinho redondo da Alice colado na minha perna, o sorriso semi banguela dela aumentou e os seus olhinho sorriram junto.

Alice nasceu uma mistura perfeita minha e da Sofia, os olhos verdes, cabelo escuro e o jeito que me da dor de cabeça veio tudo da mãe, com dois anos e meio Alice é a garotinha que briga com todas as meninas que se atrevem em brincar com ela, enquanto com os meninos, é uma paz que até me assusta, igualzinho a mãe dela. Já de mim, a minha boneca puxou os cachinhos, o sorriso todos falam que é parecido, a única coisa que muda é que eu tenho mais dentes, e o jeitinho brincalhona. Alice está sempre dando susto em todos, na verdade tentando na maioria das vezes.

— Papai anjinho - fez um biquinho e esticou os dois braços pra mim, tentando controlar o meu coração depois desse quase infarto eu me abaixo, pegando ela no meu colo, o cheiro doce do seu perfume subiu junto e grudou no meu nariz - vovó mandou um abraço - falou um pouco enrolado - e a mamãe trouxe mimida.

— Mimida? hum, o papai gosta - sorri indo pra perto do celular e olhando os comentários, que agora estão bem mais rápidos do que antes.

Depois que essa bonequinha nasceu, não foi só eu que me tornei pai, sinto que todos os meus fãs se tornaram também, o carinho e cuidado que a maioria tem com ela é algo que me deixa feliz pra caralho, todo pai fica feliz em ver a sua filha sendo tratada tão bem, até nos shows quando eu levo ela, ninguém nem pensa em tentar contra ela, muitos dos fãs presentes protegem mais ela do que eu.

Jeito Bandida|| Thiago VeighOnde as histórias ganham vida. Descobre agora