c a p í t u l o 1 - S o r r i s o ☠︎

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Henry

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Henry

14 de Julho em Miami

A cabeça zumbia.

Cada vez que fechava os olhos, imagens dele caído no chão de cimento enquanto me olhava, me implorava, preenchiam minha mente. Me sentia um sádico filho da puta sempre que isso acontecia porquê, automaticamente,  meu rosto era presenteado com um meio sorriso de satisfação.

Quem poderia me culpar? Quem seria esse ser sem pecado? Ri sozinho.

Eu estava pouco me fodendo se parecia a merda de um psicopata. Era ótima a sensação de trabalho bem feito. E o que eu estava fazendo não era nada mal. Isso servia como paliativo até o dia que, enfim, me cansasse e desse um fim ao meu tormento e o de Isaque.

O chão onde Catarina implorou enquanto era negligenciada. A casa onde ela foi estuprada na tentativa dele de fazer bebês atrás de bebês....O que eu tinha feito não era nada, porra! Ele fez o que quis! Os dois fizeram, até o dia em que me olharam. Sim! Até aquele dia infeliz.

A raiva que senti a vida inteira, por hora adormecida, despertou com as lembranças. Uma ira que eu cultivei ano após ano, que fiz questão de alimentar, de cuidar.

O sabor era amargo, mas trazia satisfação.

Quando criança eu não entendia, mas conforme fui crescendo as coisas clarearam para mim; fomos vítimas deles. Os dois ajudaram a matá-la e eu faria eles pagarem. Bom, de um jeito lento, torturante e satisfatório.

Dia após dia.

Abri os olhos e encarei meu punho machucado na intenção de fazer o rosto choroso e doente de Catarina descansar naquela parte escondida do meu cérebro. Uma parte deixado para ela.

Ela era bondosa e não merecia.

Desenrolei a atadura e observei meus dedos... Não estava nada bonito. A maioria das cicatrizes antigas voltaram a abrir com a minha brincadeira com Isaque.

Abri e fechei a mão. Não sentia tanta dor no entanto, apesar do visual. Então enrolei a faixa outra vez.

Levantando o olhar, observei as pessoas embarcarem.

Odiava vôos com escala.

Esperava que assim que chegasse, Denali tivesse algo para mim como eu tinha mandando. Necessitava descarregar aquela energia caótica que me rodeava, exalando de mim, e que piorou dez vezes mais assim que eu pus os pés na fazenda.

Bufei, porque ainda tinha mais de cinco horas de viagem e eu não suportava ficar sentado sem que meu corpo estivesse em movimento. Era estressante.

Atento em um ponto fixo no teto, deixei minha mente vagar nas lembranças da última luta.

Malvo maluco. Entortei os lábios.

Que nome ridículo.

Entretanto, o que o nome tinha de escroto, ele possuía de força. Lutava de modo sujo, valia lembrar. Talvez eu tenha aprendido uma ou duas coisas com ele naquela luta... Antes de esmagar sua cara do chão quando ele, por um erro infeliz, falou merda sobre comer a minha mãe ou coisa assim. Logo fiquei entediado. E eu só queria que ele calasse a boca. Quem diabos ainda usava aquilo como meio de desestabilizar alguém? Que idiota!

EFEITO DO CAOSWhere stories live. Discover now