c a p í t u l o 9 - a m e a ç a

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Henry

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Henry

15 de Julho em Seattle

Dirigi o caminho inteiro até ali em uma espécie de oração. Eu era um filho da puta e uma alma condenada e sabia daquilo.

Entretanto, precisava agradecer, porque, apesar de tudo, apesar da minha alma escura, sabia ser grato quando necessário.

E eu tinha um motivo mais que especial para aquilo; ela tinha, provavelmente, pouco mais de um metro e sessenta de altura, rosto redondo, pintas na bochecha e boca. Pequenas sardas espalhadas no nariz – que pude ver estando tão perto. Um corpo grande e cheio que me fez querer tocá-la por todo maldito lugar. Os seios que quase pularam em meu rosto naquele acento de avião estiveram diante de mim outra vez; se eu abaixasse a mão, teria-os enchendo minha palma.

Então sim, eu tinha muito que agradecer.

Depois de mandar mensagem pra Denali perguntando se Everest estava bem, e receber um texto furioso dela mandando eu me foder e perguntando o que diabos havia acontecido, decidi que se eu quisesse saber como minha little fox estava eu mesmo quem deveria ir atrás dela, o que eu faria, obviamente. Então respondi com algumas poucas palavras o que rolou e deixei que sua irmã lhe contasse sua versão estendida dos fatos.

Coloquei o crucifixo de Catarina –que passou a ser meu – de volta no porta luvas e encarei enquanto Bea; uma veterana da Universidade e quem Denali levou para o hotel, atravessou o jardim correndo e assustada e parou diante da porta á alguns metros de onde eu estava, socando a madeira com força. Luzes coloridas refletiam pela janela. O som que vinha de dentro fazia o chão vibrar e eu quis sair logo dali.

Bea não ficou feliz quando ofereci para levá-la de volta assim que todos saíram do quarto de hotel e restou apenas nós. Ela não entendeu quando eu disse que não me interessava mais. Que, naquele momento, meu pau só subiria para uma pessoa em especifica.

Primeiro o choque nublou suas feições e olhou-me como se Vodoo estivesse me dado uma pancada séria na cabeça. Quando viu que eu não estava brincando , encarou-me como se eu fosse louco e, enfurecida, a única coisa que latiu foi:

Espero que bata o carro num poste! Você e ela.

Que patética.

Eu até tentei me segurar... Não iria machucá-la, mas precisava que ela entendesse de uma vez.

Bea, sempre que tinha chance, queria entrar no quarto após as lutas. Mas como Denali ou Kai chamavam as garotas, ela nunca teve a chance.

Meus dedos fecharam ao redor do seu braço no mesmo instante, e eu a trouxe para perto, de modo que sentia sua respiração carregada. O medo surgiu rapidamente nos seus olhos.

Todos tinham saído há alguns minutos, mas o cheiro de Everest continuava em mim. Bom, do seu nojento vômito também, o maldito fedor permeava o quarto, mas seu perfume ficou em mim.

EFEITO DO CAOSDove le storie prendono vita. Scoprilo ora