c a p i t u l o 2 - i n t u i t i o n

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Everest

14 de Julho em Miami

Eu não era de ignorar minha moralidade, por esse motivo não falava com meu pai.

Primeiro; porque meus princípios não permitiam, segundo; porque meu instinto, aquele que me mantinha segura, que me fazia reagir impulsivamente, gritava sempre que pensava nele, no que fazia da vida miserável e no quanto afetava negativamente a vida de outras pessoas. Uma grande porcentagem sendo crianças e adolescentes.

E eu possuía um conjunto de convicções morais e, esse "estilo" de vida, não se adequava na minha.

Por isso estava em alerta. Minha intuição gritando para ignorar a pessoa ao meu lado. Quer dizer, ele praticamente transbordava caos e desordem.

Deixei escapar um risada aguda e desesperada. 

Meu lado responsável pela segurança praticamente berrava naquele momento.

Só queria puxar uma conversa. Pensar em passar seis horas ao lado de alguém sem trocar um oi me deixava amuada. Era intimidante. Inquietante.

E também, mesmo que aquele pensamento fosse imbecil, e de fato era, estava em uma viagem que implicaria no meu futuro.

Idiotice, mas na minha cabeça, puxando uma conversa com aquele estranho sentado ao meu lado, me mostraria se a minha decisão teria sido uma boa idéia. Um prelúdio do que estava por vir. Como se, logicamente, ele fosse o portador de algo. Que ridículo.

Era justificável e compreensível meu comportamento. Eu não tinha dormido bem, não dormia bem á uma semana especificamente. E no dia anterior passei a noite acordada com minha melhor amiga, desfrutando do nosso último momento juntas por um tempo.

Passei meses me acostumando com a ideia, e naquele momento ela não parecia mais tão certa, já que estava procurando uma justificativa.

Era tarde demais para eu descer e me agarrar à minha mãe que estava a quilômetros de distância?

Então o garoto (ele estava longe de ser um garoto) ao meu lado, desenrolou aquela faixa em seu punho e foi como se eu visse, sem precisar ser dito; brigas e confusão. Na melhor hipótese, claro.

Decidi ali que o mau presságio estava no fato de eu começar uma conversa decente com ele e deixei aquela idéia pra lá.

Você só precisa dormir, Eve.

Fiquei agradecida pela meia dúzia de palavras implicantes que me ajudaram a esquecer o medo de voar. Foi gentil da parte dele.

Soltei o coque do cabelo e coloquei o fone, Lana cantou Born to die em meus ouvidos a pleno pulmões com sua voz profunda. Ignorei o homem e foquei na voz sensual e melodiosa. Ouvir música fazia eu me senti muito bem, distante de qualquer problema. Era o meu conforto.

EFEITO DO CAOSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora