c a p í t u l o 18

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Everest

26 de Julho em Seatte

— E se eu não quiser isso? — Sussurrei ao, relutantemente, desgrudar nossos lábios. Henry estava atordoado, a boca brilhando e inchada, eu não estava diferente, só uma massa confusa e aérea, com batimentos trovejantes e acelerados.

Respirávamos com dificuldades.

Ele lambeu os lábios, encarou-me de modo intenso e selou nossas bocas rapidamente, afastando-se logo. A impressão era que não conseguia ficar longe.

— Vai querer, eventualmente. — respondeu minha pergunta, pressionando seu quadril — Você vai ansiar por isso, querida. — corei ao senti-lo firme, duro, entre nós, conforme pronunciava baixinho.  

Segurei-me para não abaixar o olhar, temendo aquele tipo de intimidade. Beijá-lo era maravilhoso, tanto que esqueci de todo o resto e foquei somente nele, na sua boca, na língua grudando na minha, no sabor que seus lábios possuíam. No quanto o beijo tinha conexão com outras partes do meu corpo. Contudo, eu não ia adiante, e não sabia o que fazer com Henry pressionando a pélvis entre minhas coxas, transformando-me em uma poça sensações.

Precisava pará-lo e afastá-lo.  O nervosismo emanando de mim era aparente. Ele arqueou a sobrancelha em confusão.

Mesmo sem força, eu fiz menção de empurrá-lo pelo ombro. Ele se afastou, sentando sobre a cama. Eu também fiz o mesmo, passando os dedos e ajeitando os fios bagunçados. Busquei me acalmar. Busquei pensar racionalmente.

Tinha que colocar a cabeça no lugar.

Algo estava remoendo em mim. O que significava de fato? Eu era dele? Meu corpo pertencia a ele? Ele achava que era o meu dono, era isso? Que namoraríamos?

Juntando as mãos sobre as coxas, esfreguei o pulso. Levantando a cabeça devagar, meu olhar caiu sobre suas pernas, no volume grande que ele ostentava ele elas. Minha boca secou, eu engoli mais uma vez e, quando ouvi a risada baixa e rouca, encontrei as esferas em mim.

— Eu... — Abri a boca e fechei.

Porque eu estava daquela maneira, se segundos antes Henry estava se esfregando, fazendo com que eu sentisse o pacote entre suas pernas? Tudo bem que ambos estávamos vestidos e nublados pelo beijo – eu estava – ,mas mesmo assim.

— Respire, Everest. — Esticou o braço e pegou minha mão, que ainda estava com os dedos sobre o outro pulso. Deixando-a sobre a cama, levou a outra a sua boca, prendi a respiração; ele beijou a pele ardendo — Eu não vou comer você, não hoje, pelo menos. — Inalei o ar pesadamente diante das palavras sujas.

Fiquei quieta, absorvendo as palavras.

O toque do telefone soou ao longe, ele fechou os olhos e respirou fundo, logo se obrigando a levantar, o acompanhei com o olhar.

— Preciso atender. — Parecia tenso e indeciso, franzi a sobrancelha.

— Tudo bem. Já estou saindo.

— Se sente melhor? — quis saber, mas olhou minha boca e pareceu se divertir.

— Sim

Henry acenou, hesitou um pouco, mas acabou indo em direção a porta aberta e saindo.

Eu enfim pude respirar calmamente.

Que tornado.

☠︎︎

Era domingo e eu estava deitada, repassando o dia anterior inteiro em minha cabeça. Já passava das cinco da tarde e tive que inventar mil e uma desculpas para Denali quando essa bateu na porta depois que me retirei após o almoço.

EFEITO DO CAOSWhere stories live. Discover now