HORA ONZE E MEIA

1 0 0
                                    

- Você realmente achou que eu não viria buscar o beijo que ficou me devendo? - ouvi Milo dizer, encostado no batente da porta daquele pequeno hotel, que não muito diferia do quarto em que estava hospedada.

- Não gosto de dívidas - respondi, soltando bem lentamente meus cabelos, que antes estavam amarrados em um nó pendente. Eu queria me sentir linda ali.

- Eu sou um excelente cobrador - ele falou, da forma de sempre, calmo e manso, só que dessa vez ele apresentava um brilho diferente nos olhos. Era assim que Camilo ficava quando estava com tesão?

Lentamente, nossos corpos se aproximaram como em takes de cinema e pude sentir a textura, que antes era uma incógnita em minha mente, de sua pele macia e morna do excesso de mar. Enquanto Milo me beijava, não conseguia impedir minhas mãos e não o tocar: senti a firmeza dos seus ombros, passando delicadamente pela pequena quantidade de pelo que a região apresentava. Com a ponta dos dedos, percorri sua clavícula e escápula, seguindo com um leve arranhar por suas costas. Elas eram macias, mas absolutamente firmes. E deliciosas.

- Eu 'tava' realmente muito curioso para sentir seu toque em mim - ele murmurou, em meio ao nosso beijo, enquanto passava os dedos pelas alças laterais da minha calcinha roxa - mas o que eu preciso fazer hoje é sentir você.

Em uma dança lenta, Camilo me segurava contra a parede lateral da porta de entrada, me beijando com tanta força que fazia meu corpo inteiro tremer e pulsar simultaneamente. Ao mesmo tempo que parecia desesperado e ansioso, se movimentava com tanta paz que me deixava mais perturbada do que já estava, depois de tanto tempo sem esse tipo de intimidade.

- Deixa eu sentir você? - ele pediu, roçando os lábios próximos ao lóbulo da minha orelha - você deve estar tão molhada para mim.

Eu estava totalmente ébria e nessa altura, não conseguia emitir nenhum som além dos meus gemidos abafados. Milo, então, afastou minha calcinha e me tocou onde eu mais desejava desde o momento em que o vi.

- Mel, você é deliciosa - ele sussurrou, enquanto massageava meu ápice, primeiro tocando para conhecê-lo e em seguida, tocando-o para me consumir por inteira.

Camilo lentamente introduziu um dos seus dedos em mim, enquanto dominava minha boca em um beijo eterno, sem desapoiar minhas costas da parede por nenhum segundo. Ele havia ganhado; eu estava totalmente rendida.

- Vem em mim - sussurrei, quando finalmente tive coragem de acessar o botão de sua bermuda clara - eu preciso de você.

- Calma, Mel - ele respondeu com um sorriso de canto - eu não consigo me cansar de você agora, tão molhada e tão gostosa.

Camilo continuou me tocando e introduzindo um, e logo em seguida, dois dedos em mim. Enquanto meu corpo acumulava toda aquela energia de passava dele para mim, aproximando-me do meu prazer, pude ver lentamente Camilo me levar até a cama, sem momento algum desprender nosso beijo. Eu não me lembrava mais qual era a sensação de não o beijar.

Assim que ele me deitou na cama, tirou a camisa branca e larga que eu usava para dormir, conhecendo meu colo exposto.

- Você é linda para caralho - ele afirmou, tomando com a boca um dos meus mamilos, beijando-o e chupando-o, enquanto seguia me tocando.

Meu coração batia tão forte no peito que podia ter certeza de que até mesmo Camilo podia ouvi-lo do lado de fora, mas, foda-se, eu estava totalmente ali.

- Por favor, eu preciso de você - supliquei mais uma vez, sentindo meu orgasmo tão próximo, enquanto ao mesmo tempo, ainda precisava totalmente dele dentro de mim para atingi-lo.

Em um movimento sutil, Camilo tirou suas roupas e me permitiu ter uma das melhores imagens da minha vida. Uma miragem. Uma pintura. Esse momento era sem dúvida um dos pontos altos da minha vida e dificilmente eu me esqueceria. Eu estava prestes a transar com o cara mais gato que já conheci.

Eu nunca me considerei uma garota que gostava de falar besteiras na hora do sexo, mas queria tanto seu pau dentro de mim que poderia implorar por isso. Em um impulso de coragem, levantei rapidamente e o toquei, desesperadamente ansiosa para sentir seu gosto, cheiro, textura e temperatura. Meus sentidos estavam tão afiados que poderia até caçar naquele momento (e mal sabia que a presa era, na verdade, eu).

Não consegui evitar um impulso súbito e o chupei com vontade, enquanto sentia uma corrente elétrica percorrer meu corpo ao conhecer a sensação de sua glande em minha boca. Meu clítoris estava prestes a explodir. Camilo soltou um gemido abafado, pendendo a cabeça levemente para trás. Naquele momento, tudo o que eu mais queria era ver seus olhos, e quando finalmente ele correspondeu a busca pelo meu olhar, senti uma das maiores ondas de tesão de minha vida. Estávamos ali. Era só eu e ele.

- Mel, eu nunca senti algo assim - ele gemeu - eu preciso te comer agora.

Em um único ato, vi Camilo protegendo-se rapidamente e sem mais cerimônias, senti seu longo e delicioso pau entrando em mim, enquanto cada nó das minhas costas se soltava lentamente, coisa que sessão de massagem alguma iria me proporcionar novamente.

Em um milissegundo, observei Camilo soltar um leve gemido enquanto mantinha seus olhos fechados - mas fatalmente, ele os abriu. Camilo me deu um dos seus sorrisos mais lindos, tanto com os lábios quanto com os olhos e no mesmo minuto, senti que era dele. E nada mais.

TOC.TOC.TOC.TOC.

TOC.TOC.TOC.TOC.TOC.TOC.

TOC.TOC.TOC.TOC.TOC.TOC.TOC.TOC.

- Mel? - consegui ouvir uma voz ao fundo, chamando-me para realidade - você já está pronta?

Ah não.

Não mesmo.

Não era possível.

Em um segundo de sanidade, abri meus olhos e me deparei com o teto amarelado do quarto de hotel. Bem-vinda ao mundo real, Melina Mienke.

- Mel, você 'tá' acordada? - dizia Camilo por de trás da porta - ainda quer jantar?

"Cérebro, você realmente não está me ajudando" pensei, enquanto buscava meu short jeans rapidamente e o vestia, podendo notar o quão absurdamente molhada eu estava.

E a gente nem tinha transado de verdade.

Ainda. 

96 HORASWhere stories live. Discover now