Capítulo XXXVII

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Adentrei o lago, deixando minhas vestes na margem, e Sarah fez o mesmo. Nadamos em direção a Mariana e Daniele. Ao subir a mão pelo meu cabelo para tirar o excesso de água, encarei Mariana.
— Qual é a segunda lição?
— Controle. – respondeu Mariana. — Você precisa controlar a situação, Ema.
— Como você acha que está fazendo nesse exato momento? – indaguei. — Quando vai me tratar como igual, Mariana?
Daniele estava entre nós, dividindo sua atenção entre mim e Mariana. Sarah apoiou uma mão em meu ombro, ficando ao meu lado.
— Eu não tenho o controle da situação, Ema? Você se despiu e entrou na água como ordenei. – disse Mariana.
— Eu estou disposta a te ouvir e fazer aquilo que você me disser para fazer, mas quero que me trate como uma professora trataria uma aluna. Não sou sua escrava. – respondi.
— Certo, Ema. – Mariana esboçou um pequeno sorriso. — Eu não posso te tratar como igual até você me provar que é capaz de proteger a Sarah. Sei que me olha e vê alguém prepotente. Sim, eu sou, e isso não é um problema para aquelas que se relacionam comigo. É a minha persona, Ema. Nenhuma mulher se atreve a me olhar nos olhos durante uma cena sem o meu consentimento. Elas me temem. Você vai encontrar sua persona. Quer que olhem para você e duvidem da sua capacidade ou quer que temam te olhar nos olhos com medo de serem castigadas?
— Eu não pretendo me relacionar intimamente com outras mulheres além de Sarah, então não acho que isso seja importante. – respondi.
— Está errada. Vai conhecer muitas pessoas, e essas pessoas vão te julgar pela aparência. O que deseja que elas pensem sobre você? – Mariana me encarava.
— Isso não importa.
— Transformar você em uma dominatrix vai ser mais difícil do que eu imaginei. – Mariana bufou.
— O que acham da gente se divertir? Hm? Sem pressão. – Sarah sugeriu. — Quando Ema estiver na minha casa, podemos levá-la para conhecer um clube de BDSM. Ela vai poder conhecer melhor a prática observando o ambiente.
— Venha, Daniele. – Mariana andou para a margem.
— Dá um tempinho para ela, Ema. Ela não te odeia, só que... Você não está conseguindo transmitir segurança. E as pessoas podem se machucar, sabe? – disse Daniele.
— Eu quero treinar com você. – falei com firmeza. — Me permite, Mari?
— O que pretende fazer? – Sarah me olhava, confusa.
— Eu quero aprender, Sarah. E não farei isso com você, pois está machucada. – voltei meu olhar para Sarah. — A Daniele tem prática, e a Mariana pode supervisionar. Eu não tenho a pretensão de transar com a Daniele, eu só quero aprender como tratar uma submissa.
— Permito. – disse Mariana ao sair do lago e colher as próprias roupas do chão. — Não tocará em nenhuma região íntima. Tem meu consentimento apenas para tocar em seus braços, pernas e tronco. – explicou.
— Concordo com suas condições. – me voltei para Sarah e perguntei baixo. — Qual sua cor, Sarah? – indaguei.
— Verde.
— Ok. – esbocei um pequeno sorriso, tentando mascarar meu nervosismo.
— Venha, Daniele. Vou te secar. – chamou Mariana. — Venha até nossa barraca, Ema. Vou te mostrar alguns instrumentos que usamos para imobilizar. Permito que use eles na Daniele.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now