Capítulo CLXVI

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(Sarah narrando)


Após sairmos do motel, desfrutamos de uma breve volta de carro antes de pararmos em um posto de conveniência para abastecer o tanque. Ao chegarmos em casa, já passava da meia-noite, e respirei aliviada ao notar a ausência do carro de Norman na garagem. Juntamente com Ema, subi para o quarto, onde tomamos uma rápida ducha antes de nos aconchegarmos na cama para dormir até o amanhecer. Por volta das 8 horas da manhã, despedi-me de Ema, deixando-a na cama enquanto seguia para o trabalho. Ela iniciaria seu expediente um pouco mais tarde, o que nos permitiria almoçar juntas.



Cheguei ao escritório pouco antes das 8h30 e encontrei Marcus no corredor, próximo à mesa de Beatriz. Eles conversavam sobre algo e rapidamente cessaram o assunto ao me ver.



- Bom dia! Tudo bem com vocês? - indaguei, juntando-me a eles.



- Oi, Sarah. - disse Marcus, estendendo a mão. - Estou bem, mas você parece ainda melhor.



- Estou ótima. - respondi, apertando a mão de Marcus. - Bê, tenho algum compromisso importante hoje? - perguntei, olhando para Beatriz.



- Sarah, seu pai está no seu escritório. Pedi para ele esperar na sala de estar, mas ele ignorou. E parecia bravo. - disse ela.



- Eu lido com ele. - respondi, respirando fundo, incomodada com a visita.



- Diga que mandei um oi ao secretário. - disse Marcus, em seu terno cinza.



- Diga você mesmo quando ele sair. - respondi, partindo em direção ao meu escritório, sentindo o peso dos meus passos. Ao entrar, encontrei meu pai de pé, observando a vista.



- Finalmente. - disse ele, virando-se na minha direção. - Tenho uma viagem a fazer e atrasei meu voo para estar aqui. - pegou um tablet sobre a mesa e exibiu uma matéria de uma revista eletrônica. Na imagem, havia uma foto minha com Ema no restaurante e outra menor com meu carro entrando no motel. - É isso, Sarah? Quer ser tratada como uma vagabunda?



- Parece uma boa oportunidade para esclarecer as coisas. Talvez eu faça isso quando for procurada pelo jornalista. - respondi, fazendo pouco caso da situação.



- Você é uma mulher casada! E estão dizendo que você tem um caso com essa policial medíocre. Quantas vezes preciso exigir que haja com decência? - meu pai jogou o tablet no chão, caminhou até mim e agarrou meus ombros. - Vou te internar em uma clínica para viciados. Você está agindo como uma pervertida sexual.



- Faça! Eu te desafio a me internar! - esbravejei, perdendo a calma. - Antes que me interne, eu acabo com sua carreira. Solto um dossiê sobre tudo o que sei sobre seus atos criminosos. A polícia vai adorar investigar você. E mesmo que tente abafar a situação cobrando favores, sua carreira será arruinada pela mídia.



- Sarah, pare de ameaçar. Eu não quero fazer uma sandice.



- Vai mandar me matar? Vai ameaçar a Ema? Ou vai usar minha mãe para tentar me fazer mudar de ideia? - tirei as mãos dele dos meus ombros. - Me deixe em paz. Eu não sou mais sua filha. Deixei de ser no momento em que você me ameaçou e me obrigou a casar com Norman. - desabafei.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now