Capítulo CXLVII

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No fim do quinto dia, Mariana acompanhou-me ao cartório com Daniele ao nosso lado. Embora chocadas, ambas permaneceram ao meu lado, oferecendo apoio. Minha mãe, adiantando-se ao meu pai, entrou no cartório antes dele.
- Sarah, não sabe como lamento que seu pai tenha chegado a tanto. - Ela me abraçou calorosamente, envolvendo-me em seus braços.
- Só estou permitindo que esse casamento ridículo aconteça para ganhar tempo. Apenas isso. - eu me afastei da minha mãe com determinação. - Venham. Quero que essa droga acabe logo. - eu disse, dirigindo-me a Mariana e Daniele com um olhar determinado.
Quando todos se reuniram na sala com o juiz de paz, observei o semblante de Norman. Ela parecia tranquila, com os cabelos elegantemente penteados para trás e os olhos intensamente marcados de preto. Vestia um casaco de couro sobre uma camisa branca, ostentando anéis dourados em alguns dedos. Suas unhas estavam curtas e pintadas de preto.
O juiz de paz, vestido em sua formalidade, posicionou-se diante de uma pequena mesa coberta por um fino tecido branco. Os convidados, com exceção de Mariana e Daniele, pareciam observadores distantes, como se estivessem testemunhando um julgamento, não uma celebração. Os pais de Sarah, sentados próximos aos meus pais, exibiam expressões vazias, sem emoções palpáveis, apenas olhares pesados.
Norman lançou-me um breve olhar e um pequeno sorriso. Eu sabia que, apesar de nosso envolvimento passado, não era o amor por mim que a trazia ali. Seus gostos luxuosos por carros e joias claramente a impulsionavam. Respirei fundo ao ouvir a voz do juiz dando início à cerimônia de casamento.
- Prezados presentes, estamos reunidos aqui hoje para testemunhar a união de Sarah e Norman no casamento. Hoje, elas embarcam em uma jornada de amor, comprometimento e parceria. Sarah, Norman, vocês vêm aqui livremente e com um desejo sincero de entrar neste casamento?
- Sim... Estou louca para chamar essa gracinha de esposa. - Norman disse com deboche. Revirei os olhos e soltei um suspiro audível.
- Sim, termine logo com isso, por favor. - respondi, claramente ansiosa para que tudo acabasse logo.
O juiz me olhou com julgamento, percebendo claramente minha falta de entusiasmo.
- Agora, enquanto vocês trocam votos, por favor, se encarem e compartilhem suas promessas de amor e devoção.
- Sem chance. - murmurei, incapaz de esconder minha frustração.
- Sarah, você está tão tímida hoje. - Norman segurou minha mão direita. - Mas não se preocupo, eu faço os votos por nós duas... Bom, desde o momento em que te conheci, eu soube que você era a pessoa com quem eu queria passar minha vida toda... Isso é suficiente? Ou preciso tatuar o nome dela na minha testa, pai? - ela olhou para William.
William bufou.
- Mantenha a compostura, Norman. - ele disse, sério, dirigindo um olhar de reprovação para a filha.
- Será que podemos acabar logo com isso? Estou ansiosa para a parte em que minha esposa tira a roupa. - Norman sorriu maliciosamente para mim.
- Terá que me matar para fazer sexo comigo. - respondi firmemente.
- Eu não sou necrófila. - ela disse, trazendo sua outra mão para acariciar meu rosto. - Vou esperar quanto tempo for necessário, Sarinha.
- Se me chamar de Sarinha de novo, vou te sufocar na lua de mel. - ameacei. Norman riu.
- Querida esposa, não quero expor sua vida íntima, mas é você quem gosta de sufocamento. - Norman provocou, provocando um rosnar de raiva de minha parte.
- Vocês podem parar com essa palhaçada? Estão desperdiçando o tempo de todos nós. - meu pai interveio, claramente irritado. - Pode prosseguir, Sr. Juiz, elas vão falar somente o necessário, a partir de agora.
- Sarah e Norman, com o poder investido em mim, eu as declaro casadas. Vocês podem selar seus votos com um beijo.
- Não ouse, Norman. Eu arranco um pedaço dos seus lábios. - avisei, com um olhar sério.
- Está com fome? Aguarde o buffet. - Norman provocou, mantendo o clima leve apesar da tensão.

CONTINUA...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora