Capítulo CLXIV

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O jantar decorreu conforme planejado, e optamos por não consumir álcool. Ema enfatizou a importância de estarmos conscientes das nossas escolhas. E concordei, compreendendo que isso a deixaria mais tranquila. Desfrutamos de uma seleção de mariscos frescos e encerramos nosso jantar com uma deliciosa torta de limão.
Após solicitar a conta, nos encaminhamos ao motel. Eu estava tão animada que parecia prestes a adentrar um parque de diversões, um especialmente para adultos como eu. 
Recebemos a chave da suíte e nos dirigimos à entrada do quarto, estacionando o carro no estacionamento privativo. Deixei que Ema abrisse a porta, mas ela insistiu para que eu entrasse primeiro. Adentrei lentamente, maravilhada.

— Uau, isso aqui é o paraíso! – sorri ao ver a cama redonda dentro de uma imensa gaiola, com algemas e correntes presas às grades. Além disso, havia um trono para dominação e um sacrário para adoração. E, como se não bastasse, uma banheira de hidromassagem. Uma porta de madeira chamou minha atenção, e imediatamente fui explorar.

Ao abrir a porta, encontrei uma pequena masmorra que adicionava um toque ainda mais medieval ao ambiente. Equipada com tronco, canga, cavalete e uma cama de tortura com amarras, argolas e correntes para práticas de tortura erótica. Me aproximei da cama da masmorra, sentindo a firmeza da madeira sob meus dedos, desejando estar presa ali.

— Caramba! – Ema surpreendeu-se ao entrar no cômodo. — Isso aqui é literalmente um quarto de tortura.

— É uma tortura boa, amor. – me aproximei de Ema. — Você se sente confortável aqui?

— Mais ou menos, ainda estou me adaptando a este lugar. – respondeu Ema.

— Podemos começar na cama envolta pela gaiola. Finalmente vou realizar meu desejo de transar atrás das grades. – ri.


(Ema narrando)


Sarah parecia tão à vontade naquela suíte luxuosa, explorando cada canto com um misto de curiosidade e fascínio. As cortinas pesadas de veludo e os móveis antigos conferiam um ar de sofisticação ao ambiente. Retirei o terno, pendurei-o cuidadosamente no cabideiro de madeira e arregacei as mangas da camisa.

Caminhei até Sarah, que estava próxima à gaiola de ferro forjado que circundava a cama, seus olhos examinavam atentamente os detalhes da cama. Toquei seu cabelo sedoso, afastando-o suavemente para o lado esquerdo, e beijei seu ombro exposto, sentindo a suavidade de sua pele. Envolvi seu tronco com um abraço carinhoso, puxando-a gentilmente contra mim. Sarah respondeu ao meu gesto, colocando as mãos sobre as minhas.

— Obrigada, Ema. Sei que está fazendo isso por mim.

— Não, por nós. – virei Sarah de frente para mim, e um suspiro escapou dos seus lábios. — Entre na gaiola e tire a roupa.

— Sim... – Sarah sorriu com malícia. — Senhora. – ela tirou minhas mãos de sua cintura e se moveu até a entrada da gaiola. Abriu a porta e entrou, deixando os sapatos do lado de fora. Em pé na cama, virou-se de costas e desceu as alças do vestido. Observei-a com atenção enquanto ela abria o zíper devagar e deixava o vestido deslizar até os pés. Sua lingerie preta de renda parecia convidativa.

Segurei na grade, observando Sarah com desejo. Sentia minha respiração mais pesada e apertei a grade ao sentir uma onda crescente de volúpia. Queria tocar Sarah, ansiava por isso, mas resolvi testar minha própria resistência. Sarah virou de frente para mim e se aproximou um pouco mais da grade. Mantive meus olhos em seu corpo enquanto ela tirava o sutiã. Seu corpo ficou mais próximo ao meu e logo seus seios desnudos estavam pressionados na grade, bem na frente do meu rosto. Subi o olhar até encontrar os olhos de Sarah e agitei a cabeça levemente.

— Você está brincando com fogo. – falei baixo.

Sarah esboçou um pequeno sorriso e se inclinou na minha direção. Suas mãos apertaram as minhas e seus lábios sussurraram entre um dos vãos da grade.

— Vem cá, me disciplinar. Estou muito rebelde hoje. Talvez nem te obedeça. – ela se afastou, sem me dar as costas.

— Sarah...

— Acho que você está com medo de vir até aqui. – disse Sarah em tom provocativo. — Tem medo de mim, Ema?

Não respondi, apenas mantive meu olhar nela. Sarah escancarou a porta da gaiola e se moveu até as correntes presas na grade. Segurou uma delas e usou a coleira na ponta, prendendo-a em volta do pescoço. Ajoelhou-se sobre a cama e deslizou a mão direita pela barriga até tocar a própria calcinha.

— Acho que vou precisar me satisfazer sozinha. – provocou-me.

— Pare. – andei até a entrada da gaiola. — Você não tem minha autorização para se tocar. – retirei os sapatos com pressa e entrei na gaiola com determinação.

Sarah deslizou a mão para dentro da calcinha, me desobedecendo. Suspirei, desaprovando.

— Não te ouvi. O que disse? – havia um sorriso afrontado nos lábios de Sarah.

Agarrei a coleira e puxei-a para cima, fazendo Sarah ficar de pé.

— Não me desobedeça! – falei com ímpeto.

Sarah pôs as mãos em meus ombros e me olhou nos olhos.

— Terá que fazer mais que isso se quiser me submeter às suas vontades hoje. – disse ela, descendo as mãos até a barra da minha calça.

— Você está tentando me tirar do sério? É melhor que pare antes que a coisa fique feia para você. – respondi.

— Bem, Ema. Eu irei parar quando sentir que você me tem sob seu controle. – disse Sarah.

— Sarah, o que há com você? – indaguei, encarando-a.

— Me domine, Ema. Eu quero sentir você controlando cada gesto meu. Me faça sua. Me segure. Me bata. Me faça sentir que você é dona do meu corpo e que tudo que importa é a sua satisfação.

Fiquei em silêncio por alguns instantes, absorvendo as palavras de Sarah.

— Ok. – acenei positivamente com a cabeça. — Na próxima hora, você vai me obedecer sem esboçar nenhuma resistência. Caso contrário, sua punição será passar as próximas duas horas acorrentada a essa cama, sem poder se tocar nem me tocar. Fui clara?

— Sim.

— Sim o quê, Sarah? – segurei em seu queixo.

— Sim, senhora.

— Isso. – abri a coleira que estava em volta de seu pescoço. — Vou te lavar. — Segurei a mão direita de Sarah e a conduzi para fora da gaiola. Fomos até o banheiro, onde tirei a calcinha dela e minha roupa. Entramos no box em silêncio. Liguei o chuveiro e observei a água escorrer pelo corpo de Sarah.

— Faça o que quiser comigo, senhora. – Sarah me olhava intensamente. Eu podia sentir sua satisfação, embora ela não esboçasse o mesmo sorriso afrontoso de antes.

CONTINUA...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now