Capítulo CLXIX

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(Ema narrando)


Afastei-me da agitação em frente à boate, mas o barulho de sirenes e as vozes das pessoas ainda ecoavam ao redor. Liguei para Sarah, consciente de que provavelmente a acordaria.

— Alô.
— Oi, Sarah. Te acordei? – perguntei, tampando um dos ouvidos com a mão para abafar o ruído. Quase não conseguia ouvi-la.
— Não, amor. Eu estava ocupada lendo um processo.
— Ah... Liguei para avisar que vou chegar mais tarde do que o previsto.
— O que houve, Ema? Estou ouvindo sirenes de ambulância – o tom de Sarah transparecia preocupação.
— Houve um tiroteio na boate Moonlit Mirage, onde seu pai tem negócios. Suspeito que ele esteja envolvido. Tony foi assassinado, algumas garotas se feriram e dois seguranças estão mortos.
— Meu Deus, Ema! Como meu pai pôde ser tão cruel? Estou em choque.
— Precisa manter a calma. Quero pedir para você ir até o Nick. Ele vai precisar de um rosto familiar quando souber que Verônica está desaparecida.
— Nossa... Ema, você acha que ela está morta? – perguntou Sarah.
— Não, acho que ela ficará viva enquanto for conveniente para o seu pai.
— Ema, o que devo fazer?
— Apenas faça o que pedi. Vá até o Nick. Ele vai ficar muito abalado com o desaparecimento de Verônica. Eu te mantenho informada.
— Está bem, amor. Tentarei evitar que o Nicolas se meta em problemas.

Nesse momento, Rodrigo se aproximou rapidamente.

— Ema – disse ele com um tom urgente. – Temos uma pista sobre o paradeiro da moça raptada. Um vendedor viu o carro do suspeito ultrapassando um sinal vermelho na esquina da avenida Leônidas com Durval. Há uma câmera de trânsito lá, podemos verificar a placa.

— Sarah, preciso desligar.
— Se cuida, Ema. Estarei aguardando notícias.

Desliguei o telefone, já focada na nova informação que poderia ser crucial. Rodrigo ponderou sobre a possibilidade de a placa ser falsificada ou o veículo ser roubado. Concordamos com a necessidade de investigação.

— Enviaram uma viatura para a casa de Verônica? A mãe e a filha dela precisam de proteção. Suspeito que alguém influente esteja por trás do rapto de Verônica.

— Quem? – indagou Rodrigo.

— Prefiro não te contar agora. Todos que se opõem àquele sujeito acabam perseguidos ou mortos. Melhor que você fique à parte disso – respondi.

— Ema, preciso estar ciente de tudo. Me diga o que sabe. – insistiu Rodrigo.

— É só uma suspeita, não posso acusar ninguém sem provas. – disse, saindo apressada. Rodrigo me seguiu.

— Ema, vamos verificar a placa do carro no vídeo da câmera. As outras viaturas estão ocupadas.

— Eu preciso encontrar a Veronica viva. Eu devo isso ao Nick.

— Parece que você gosta muito desse cara. – comentou Rodrigo.

— Claro. Ele é meu amigo. – respondi, me aproximando da viatura. A confusão de luzes e policiais partindo de um lado para outro era atordoante.

— Júlio Vélaz, está por trás disso? – indagou Rodrigo, olhando-me por cima do teto do carro.

— O que sabe sobre o Júlio? – perguntei, entrando na viatura.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن