A LOBA ( Simoraya)

CAPÍTULO 44

Estávamos casadas há quase sete anos , e às vezes parecia que Soraya nunca aprendia a ter maturidade. Eu nunca pulei a cerca , nem quando estávamos no início do namoro. Já ela aprontou duas vezes , não que eu estivesse guardando isso para jogar na cara dela como uma pessoa infantil faria. Mas também eu não sofria de aminezia e lembrava muito bem daquela vez que Soraya terminou comigo por telefone e foi para a fazenda dos pais dela. Lá flagrei ela aos beijos com aquela água de salsicha da Tereza. Outra vez , ela estava planejando me deixar para ficar com aquela psicóloga de quinta da Lídia.
Agora que estávamos bem, veio uma diaba lá dos infernos e me beijou à força lá no shopping, mas eu não deixei barato e dei uns bons tapas na infeliz.
Eu sabia que alguém tinha armado para mim , e logo tratei de ir atrás das câmeras de segurança de algumas lojas que haviam ali perto. Como eu era influente , em menos de 24 horas eu tinha as imagens em mãos. Por trás de toda aquela armação estava Lídia , ela quem tirou as fotos do beijo. O que a desgraçada não sabia era que River City era minha e que eu tinha poder o suficiente para destruir a carreira dela e daquela miss iniciante. E foi o que eu fiz , primeiro Lídia perderia seu emprego na clínica e logo seria caçada. Assim teria que conseguir outra coisa para fazer e pensaria mil vezes antes de entrar no meu caminho. Já a tal miss , não conseguiria mais nenhum patrocínio ou contrato. Ela não ganharia nem concurso de rainha do milho.
Algumas pessoas diriam que eu era cruel , mas era meu casamento que estava em jogo , e eu faria qualquer coisa para mantê-lo. Soraya era tudo para mim e agora tínhamos nossa filhinha que não merecia ver as mães separadas por causa de uma armação.
...

Como Soraya estava de resguardo, preferi esperar mais um pouco para contar o que aconteceu, o problema foi que a foto chegou antes e a mulher surtou.
Eu fiquei muito puta quando ela puxou meu cabelo e me cobriu de insultos , até de galinha velha fui chamada. Mas isso não ia mesmo ficar assim.
Não estava nos meus planos largar de Soraya , mas  ela bem que merecia levar um gelo básico de alguns dias.  Onde já se viu não confiar na mulher que matava e morria por ela?

__ Primeiro se acalme , Soraya. __ eu disse segurando os braços dela. __ Segundo, pare de me xingar . E terceiro, me escute!

__ Eu não quero me acalmar e muito menos lhe ouvir, galinha velha! Eu sabia que você não ia sossegar esse fogo!__ ela falou alto , se afastando de mim. __ A foto que me enviaram fala por si só! Como teve coragem de me trair? Logo no momento que mais preciso de você...

__  Eu não lhe traí, sua franguinha anã! E  posso provar isso. __ me defendi. __ Eu Tinha ido ao shopping comprar aquele sutiã que você pediu e ...

__ Você me chamou de franguinha anã? __ ela me interrompeu furiosa. __ Como se atreve?

Essa era boa mesmo! A criatura me xingou de galinha velha e ainda não queria que eu revidasse.

__  Você me chamou de galinha velha primeiro! __ respondi , levantando da cama.

__ Eu tenho direito de lhe xingar, Simone. __ falou atrevida. __ Afinal, você me traiu!

__ Deixe de ser infantil, Soraya. __ me alterei. __ Eu não traí você!

De repente, ouvi o choro de Catherine e lembrei que a coitadinha estava no quarto. Presenciar discussão dos pais era algo muito prejudicial aos filhos, e era preciso evitar.

__ Por favor, Soraya. Não vamos mais discutir na frente da nossa filha. __ pedi , indo até o berço e pegando Catherine, que chorava. __ Está tudo bem, meu amor. Mamãe já pegou você. __ abracei-a.

Logo ela parou de chorar e aproveitou o colo. Olhei no relógio e vi que já era 6:30 da manhã.

__ Está na hora do banho de sol da Cathy. __ falei , olhando para Soraya. __ Eu vou lá fora com ela , enquanto você tente se acalmar. Depois conversamos.