Capítulo 09 - Vai embora

8 2 0
                                    

Tinha acabado de colocar Lucca para dormir, quando a campainha tocou.

Vou até a porta abrindo-a, dando de cara com quem eu estava tentando evitar.

— Pedro... O que faz aqui?

— Vim ver o meu filho.

— Ele está dormindo agora, passa outra hora... — Falo já fechando a porta, mas ele a
segura.

— Sophia, temos que conversar.

— Não tenho nada para falar com você.

Era assustador o quanto me sentia em total abstinência, estando perto dele.

— Sophia... Por favor, vamos conversar. — Ele me olhava fixamente.

— Tudo bem... — Dou-lhe passagem para que entre.

Ele se senta no sofá e eu me sento na poltrona.

— Por que não estava atendendo as minhas ligações? Por que falou para mim não te
procurar mais? — Solta de uma vez.

— E você ainda pergunta? Pedro, eu cansei... Eu não entendo como você pode se fazer de
desentendido, quando eu já sei de tudo.

— Do que você está falando? Sophia, você me escondeu que estava grávida, eu poderia ter acompanhado sua gravidez, te ajudado, mas você não me contou.

— Pedro, eu liguei para contar, a muitos meses atrás, e quem me atendeu foi seu outro caso. — Me altero.

— Outro caso?

— Para, Pedro! Para! Sim, ela me atendeu, e ainda teve a coragem de perguntar se eu queria deixar recado, pois você estava ocupado tomando banho.

— Camilla...

— Então, esse é o nome dela...

— Não! Quer dizer, sim... Mas não é isso o que você está pensando.

— Ah, não!? O que é então?

— Ela é a filha da governanta da casa, Sophia.

— Então, você estava pegando a filha da governanta?

— Droga, você não está entendendo o que eu quero dizer.

— Como não, Pedro!? Estou entendendo
perfeitamente.

Ele fecha os olhos e respira fundo.

— Ela estava trabalhando no lugar da mãe dela, pois ela estava muito doente, escuta... Eu nunca tive nada com ela, acredite em mim, se fosse em outros tempos eu não estaria nem aí, mas não agora, eu estou te pedindo para que confie em mim...

— Da última vez que eu confiei, você foi embora para o Canadá.

— Droga, Sophia, eu estou aqui quase de joelhos, pedindo para que acredite em mim e você não está nem aí, estou tentando te convencer de que foi um mal entendido, que o que você está pensando está totalmente fora de cogitação, enquanto você me escondeu que estava grávida e eu só soube por causa de Rebeca, porra!

— Eu te mandei a droga de uma carta! Contando tudo, você nem sequer me respondeu...

— Carta? Eu não recebi nenhuma carta.

— Mas é claro que recebeu.

— Que droga...

— Vai embora, Pedro... — Falo sentindo minha visão embaçada, devido às lágrimas.

— Sophia...

— Vai embora, por favor...

Ele fica me encarando por alguns segundos e relutante, caminha até a porta, olho em sua direção, e ele ainda estava lá, parado, mas depois sai, de cabeça baixa. Só aí, eu desabo em lágrimas.

De Repente Sua - Livro 02Where stories live. Discover now