Capítulo 26 - Entre

4 2 0
                                    

Fico lendo durante alguns minutos e logo
pego no sono. Acordo duas horas depois com o meu estômago roncando de fome.

Levanto ainda sonolento, visto um short e vou até a cozinha para comer alguma coisa, notando a  casa inteira silenciosa. Mas ao entrar na cozinha, dou de cara com Megan no fogão, preparando alguma coisa que pelo cheiro parecia ser bom. Me sento à mesa e a mesma se assusta ao me ver.

— Nossa... Que susto você me deu. — Diz com a mão no peito.

— Sou tão feio assim? Você é a segunda pessoa que se assusta ao me ver hoje.

— Feio? Queria eu ter um cara feio desse
comigo. — Ela diz baixinho a última frase mas eu consigo ouvir.

— Onde está Lucca?

— Ele está... Ele estava bem aqui.

— Papai! — Logo ele entra na cozinha correndo.

— Ainda acordado a essa hora filho!?

Ele balança a cabeça confirmando.

— Não está com sono?

— Não!

— Você já devia estar dormindo.

— Não! Lucca não está com sono. — Ele cruza os bracinhos e faz bico.

Onde ele aprendeu a fazer isso? Parece até a
mãe dele emburrada.

— Quem está com fome!? — Megan Cantarola.

— Eu, eu, eu!

Ela pega Lucca no colo e o coloca em sua
cadeirinha, colocando mingau para ele comer, esse come todo animado, isso ele também puxou a Sophia, é só ver comida que fica toda animada.

— Está com fome? Eu fiz espaguete.

— Parece que eu não como a uma semana.

Nos servimos e começamos a comer em
silêncio.

— Nossa. — Me surpreendo ao dar a primeira garfada.

— O que foi? Está ruim?

— Tá brincando? Está ótimo.

— Achei que não tinha gostado.

— Você cozinha muito bem.

— Obrigada. — Ela dá mais uma garfada em seu espaguete, sujando o canto da boca, passando o dedo onde tinta sujado, e em seguida lambe o lambendo, olhando para mim.

Apenas desvio o olhar rapidamente, ficando um clima tenso agora.

— Eu... Vou voltar para o quarto. — Falo me
levantando. — Boa noite garotão. — Bagunço o cabelo de Lucca e sigo até a saída.

— Boa noite, Pedro.

Subo até o meu quarto, escovo os dentes, tiro meu short novamente, ficando somente de cueca e me deito na cama esperando o sono vir e nada, fico alguns minutos olhando para o teto e ouço alguém bater na porta.

— Entre. — Me cubro com o lençol grosso.

Megan entra com Lucca no colo e  um livro
em sua mão.

— Desculpa por atrapalhar seu sono, mas é que Lucca queria ouvir uma história mas que você contasse para ele.

— Papai, lê. — Ele aponta para o livro na mão de Megan.

— Tudo bem, vem.

Pego ele no colo e o coloco deitado na cama, me sento, e Megan me entrega o livro para que eu lesse.

Nem precisei terminar a história, e Lucca já estava dormindo.

— Ele dormiu rápido. — Diz se levantando da poltrona em frente a cama.

— Para quem estava todo agitado, dormiu
mesmo.

— Eu vou levá-lo para quarto. — Se aproxima para pegá-lo.

— Não precisa, eu levo. — Respondo, já me levantando.

— Tá bom... — Sigo o olhar dela até a minha cueca, me deixando sem jeito, já tinha pegado Lucca no colo, então o levo para o seu quarto rapidamente, sentindo o olhar sobre mim o tempo todo.

— Boa noite, filho. — Beijo a sua testa, após colocá-lo na caminha dele.

— Você é um pai e tanto. — Megan comenta, na porta do quarto.

— Valeu.

— Para onde a sua mulher foi mesmo?

— Uma festa na faculdade dela, algo assim.

— Ela foi com aquela amiga dela?

— Quem? Rebeca? Não, foi sozinha.

— E você deixou ela ir sozinha? — Me olha como se eu fosse louco.

— Qual o problema?

— Bom... Você sabe o que acontece nessas festas, não sabe!?

— O que acontece?

— Nada... Esquece.

— Fala o que acontece. — Sem pensar seguro o seu braço, virando-a para mim ficando frente a frente com ela, com nossos rostos a centímetros perigosos de distância.

Ela me olha nos olhos, e em seguida para a minha boca, quando percebo que o seu rosto começa a se aproximar ainda mais do meu, eu a solto e me afasto rapidamente.

— Desculpa... Eu...

— Eu vou sair. — Passo por ela e entro em meu quarto novamente, visto uma calça, uma camisa branca e minha jaqueta preta.

Saio novamente do quarto e dou de cara com Megan, mas só continuo.

— Para onde você vai? — Pergunta, vindo atrás de mim.

— Atrás da minha mulher. — Sem olhar para trás eu saio.

Entro no carro, e vou em direção a faculdade, e parando em frente, já ouço o som alto que vinha lá de dentro.

Me misturando com outros estudantes que entraram, a primeira que avisto é a amiga de Sophia, que ela havia me apresentado.

— Onde está Sophia? — Pergunto sem muita paciência.

— Ela estava por aqui agora a pouco...  — Ela diz meio tonta, por causa da bebida que tomava.

Saio à procura dela, encontrando-a dançando no meio da pista, alguns homens a olhavam,
enquanto um estava dançando bem perto
dela.

Meu sangue ferve na hora, vou soltando faíscas até eles e sem pensar duas vezes a
pego pelo braço, puxando-a para longe daquele cara.

— Ei, me solta! Pedro!? O que está fazendo
aqui...? — Me olha surpresa

De Repente Sua - Livro 02Donde viven las historias. Descúbrelo ahora