O início

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20 anos atrás...

Em meio de tanta violência e caos, estou aqui, tentando manter minhas mãos agarradas com as da minha mãe. Sendo empurrado e recebendo pisões no meu pé, tento me manter firme e seguir seus passos.

Passando ao meio de muitas pessoas, fazendo o caminho ao contrário de muitas delas, minha mãe me levava para casa.

–Filho, você tem que me prometer ficar aqui.–Ela me levou para o porão, um lugar escuro, não dava para enxergar nada, mas de uma coisa eu tinha certeza, é um lugar muito pequeno.– Só sai quando gritarem seu nome.–Ela vai me deixar aqui? E ela, como ela vai se proteger?

–Não me deixe mamãe.–Falei já sintindo meu rosto sendo molhado por minhas lágrimas.

–Desculpe, filho! E mais seguro assim.–Ela deixou um lampião a gás do meu lado.–É tudo que temos.–Ela falou trazendo uma cesta cheia de alimentos, o que duraria mais ou menos um mês se for para uma pessoa.–Filho, eu não sei se a o gás vai durar muito.–Ela ligou o lampião.

Deixando o lampião ao meu lado, senti um gota caindo em mim, era suas lágrimas, ela tava chorando e isso me fez chorar também.

–Me perdoa, alguém que possa cuidar de você vai vim, mas não saia por qualquer barulho, alguém que sabe seu nome te encontrará.– Ela beijou meus cabelos e se afastou, arrastando a porta do porão. Desesperado, eu comecei a bater na porta, mas não adiantava, era de pedra, uma tampa muito pesada, ainda mais para apenas uma criança assustada.

minha comida já estava acabando, o porão iluminado por um lampião já não existia faz um tempo. 7? 20 Dias? Não sei, mas faz um bom tempo depois que minha mãe saiu, ele foi se apagando aos poucos e por fim o porão mal iluminado se tornou um lugar em preto.

Minha comida está quase no fim, então creio que faz um bom tempo que estou aqui, já que eu acostumei a comer só na janta e no almoço, acredito que só comi nesses horários.

Não sei se está de dia ou de noite, sei que eu estou mais cansado cada dia que passa, talvez tédio? Por mais que meus olhos se acostumaram com o escuro, ainda é bem difícil enxergar, já que não tem nenhum tipo de iluminação aqui.

A memória da minha mãe me deixando aqui, ainda assombra minhas noites e depois que ela me abandonou, explosões e gritos arrepiadores estavam lá em cima, por toda parte. Era assustador, mas
𝘍𝘦𝘭𝘪𝘻𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 isso 𝘢𝘤𝘢𝘣𝘰𝘶.

AInda tenho sonhos com isso, e acredito que não vai acabar.

Depois de ter uma grande dificuldade em abrir uma sardinha enlatada, eu tentei dormir, com frio e todo escolhido, eu adormerci.

"–Fogo!– Alguém começou a gritar, e então minha mãe me puxou, e pelo susto acabei deixando meu brinquedo favorito cair no chão, era um tridente de plástico.

No meio da feira, gritos e pessoas correndo para lugares diferentes, minha mãe voltou para o caminho de casa, sei por que no final da feira tem a barraquinha de um velho senhor, acostumava chamar ele de abueloier, muito amigo da minha família, vi o fogo se alastrando pela barraca.

Minha mãe me puxava até em casa, consegui ver soldados por todas as partes, mas longe o suficiente de casa.

Depois dela me colocar no pequeno porão de casa >se isso pode ser chamado de porão< Eu escutei barulhos de tiros e um grito.

Era minha mãe, ela me chamou, sua voz estava rouca, sua voz transmitia dor.

–Fit...–Ela me chamou.

O GUARDIÃO - HIDEDUOTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon