Capítulo 2

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25 minutos até o primeiro ataque.

—Tá e agora? A gente fica aqui esperando que algo aconteça? –Matinha olhou para os outros que também não sabiam o que fazer.

O lugar era como um hospital abandonado, ou um tipo de hospital psiquiátrico antigo. O lugar estava acabado, as paredes estavam mofadas e descascadas, algumas até caindo aos pedaços. Nem todas as luzes funcionavam, as janelas tinham grades reforçadas e a porta estava trancada para que não saíssem, o cheiro era de mofo, pó e até cimento velho. Completamente desagradável.

—E eles falaram sobre descobrir quem é o doente e matar, mas nem temos armas.

—Ele disse infectado. –Acre corrigiu o cearense.

—É a mesma coisa cabra, só quero poder sair daqui, isso parece filme de terror e eu tenho medo dessas coisas. –Disse sentindo um arrepio.

—Acho que deveríamos procurar uma saída e escapar todos juntos. –Alagoas falou com nojo de encostar em qualquer coisa.

—É loucura, viu o que fizeram com o Sampa e o que podem fazer conosco se tentarmos fugir, devem estar nos vigiando e não sabemos se tem pontos cegos. –Brasília quem falou desta vez.

—Chega, não estamos indo a lugar nenhum com isso, preciso ir no banheiro. Amapá vem comigo.

—Por que ele vai com você? –Roraima perguntou desconfiada.

—Bom, porque eu não vou andar nesse lugar nojento sozinho, e ele era minha dupla de cela então eu suponho que deva ir com ele, ou pelo menos tentar confiar nele. Ou você quer ir comigo e ver se vou mijar também?

—Tá, tá, tá, chega. Eu vou.... pelo amor de Deus, isso nem começou e já está virando um hospício.

Amapá caminhou na frente irritado e Paraná foi logo atrás, os outros ficaram em silêncio pelo clima desagradável que ficou e Norte resolveu falar.

—Acho que deveríamos fazer o mesmo, ficar com nossa própria dupla e explorar o lugar. Ficar aqui não vai ajudar a descobrir quem é o infectado e acho mais seguro ficar com a pessoa que acordei.

—Espera, espera... mas eu não tenho mais dupla, o que eu vou fazer? –Goiás se desesperou por um segundo e todos olharam para ele.

—Eu fico com ele. –Tocantins sorriu para Ceará e Rio. —Somos os únicos que ficaram em trio por conta da quantidade de pessoas, agora que somos um número par posso ficar com ele. E não é como se eu estivesse com um estranho né.

—Obrigado Tins...

Quando finalmente Paraná e Amapá acharam o banheiro masculino no segundo andar, não estava diferente do restante da casa, completamente destruído e fedendo.

—Eu vou esperar lá fora.

—Volta aqui pia. –Agarrou ele pela blusa e jogou contra parede olhando seu rosto, braços e tentando levantar sua blusa.

—Ei, que porra é essa?

—Não grita, é você? Você tá infectado?

—Não! Não sou eu. Me solta.

Empurrou ele para trás e ajeitou as roupas no lugar de novo.

Sequestrados Where stories live. Discover now