Capítulo 5

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25 minutos para o terceiro ataque.

Acho que aqui era um hospital psiquiátrico, você viu que algumas camas tem esses negócios de amarrar? Credo.

Tocantins vagava pelos dormitórios do terceiro andar com Goiás ainda junto a si, olhou para ele, que já estava em silêncio a quase duas horas e parou na sua frente.

—Por que não diz nada? Está com medo de mim?

—Nada, eu... não gosto daqui. –Respondeu sem olhá-lo.

—Hm... –Tocantins levantou a mão para ele e o viu se encolher rapidamente e suspirou frustrado. —Você está com medo de mim, foi por que matei o Sergipe? Você também acha que o que eu fiz foi errado?

—Podíamos ter feito o que a Espírito Santo falou e prender ele em uma sala.

—Sabe qual o problema de vocês? Ainda acham que estamos vivendo no mundo "perfeito" fomos sequestrados e jogados aqui para se matar. Aquele não era mais o Sergipe, você viu como o Pará deu o soco na cara do Norte? Eu acho que já matamos um infectado e se você me apoiar podemos matar o outro, que tal?

—Eu não pedi por nada disso Tins, para matar ou morrer isso é desumano. Você... nem mesmo parece sentir culpa por isso.

—Acha que eu não sinto? Eu vou pro inferno por matar um amigo, vivemos todos juntos a vida toda e você acha que eu quis isso? Que desejei que fosse assim? Goiás... você é meu irmão, se eu tivesse que escolher entre manter você vivo do meu lado e o Sergipe quem você acha que eu ia escolher?

—Podíamos ter terminado de conversar todos juntos antes de você enfiar a faca pelas costas dele.

—Esquece. –Passou por ele e bateu no seu ombro indo até a porta. —Eu deveria ter te largado sozinho logo no começo, mas me juntei a você pra isso. Quer saber, vai fazer dupla com o Minas ele confiava no Sergipe do mesmo jeito que você, talvez você seja o próximo.

Saiu batendo a porta com raiva e deixando o Goiano sozinho sem tempo de se justificar, precisava pedir desculpas para o seu irmão, tudo que ele disse foi querendo o bem dos dois, e Goiás estava sendo ingrato com ele.

Norte continuava no mesmo lugar do segundo andar com Pernambuco e Capixaba tentando tirar ele de lá, Bahia, Piauí e Minas estavam em cantos opostos da mesma sala. A piauiense já tinha parado de chorar mas ainda sentia a dor da perda dominando seu coração, queria ir embora dali logo.

—Acha que foi ele? –Bahia sussurou e Piauí olhou para o outro lado da sala fungando.

—Eu não sei, acha que ele ia deixar o gipe levar a culpa?

—Aquela voz estranha no início do jogo disse que esse veneno de infectado desliga as emoções. Sei lá...

—Não sabemos mais o que fazer. –Capixaba disse se aproximando deles junto com Buco. —Ele não fala, não se mexe, acho que está em choque.

—E se deixar ele aí e sairmos? –Buco falou.

—Coitado dele, você não ficaria assim se fosse a Bahia?

—O que podemos fazer? Temos que nos movimentar, ou seremos os próximos. 

—Gente eu tô dizendo, Gipe estava comigo não foi ele, foi outra pessoa. –Minas voltou a defender o amigo falecido.

Sequestrados Where stories live. Discover now