Capítulo 8

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8 minutos para o quarto ataque.

Rondônia e Sul foram os próximo a chegarem no refeitório médico do andar três, Maranhão e Catarina já tinham saído para não ter chances de encontrar com ninguém e assim dar chance aos outros de também acharem água e assim que o gaúcho abriu a geladeira igualmente como os outros dois bebeu as pressas para matar a sede, e compartilhou com Rondônia seu achado.

—Nossa finalmente, eu estava com sede há um tempo mas nem disse nada porque achei era impossível ter água nesse buraco. –Comentou a garota quando escutou a porta abrir e quase que imediatamente pegou o bisturi para se defender mas quando viu que era Paraná e Amapá o mesmo fez ela recuar por enquanto.

Era a primeira vez que Sul e Paraná estavam tão próximos um do outro desde que tudo começou, Paraná não cogitou a ideia de falar com ele no começo e nem de fazer uma dupla então Sul também não fez questão de ir atrás e permaneceu com a nortista. Sentia-se estranho por isso, por não confiar na pessoa que amava, por não falar com ele quando sentiu medo ou quando precisava de um abraço.

—Vocês... estão se escondendo também? –O gaúcho começou visto que nenhum deles dizia nada, parecia estranho para todos.

—Na verdade nós...

—Sim, estávamos. Mas se estão ocupados podemos sair. –Amapá cortou a frase do amigo, sabia que Sul seria um ponto fraco para ele e não podia deixar ele falar que estavam procurando o infectado, por que se fosse os dois ou pelo menos um deles, podia condená-los.

—Também estamos, mas achamos água, vocês querem? A geladeira ali está cheia de garrafas, parece que é para nós.

Rondônia prontamente pegou duas garrafas para eles e entregou, Paraná por um instante não quis beber, não sabia se tinha veneno ou algo misturado ali, mas olhou a mão do gaúcho e garrafa dele estava vazia, então ele bebeu também. Não tinha tempo de discutir sobre o conteúdo da garrafa com Amapá ele já estava bebendo antes mesmo de pensar se havia algo naquilo.
Paraná então olhou o lacre e parecia fechado ainda, abriu e mesmo botando confiança naquilo bebeu apenas um gole para molhar a garganta só até ter certeza de que não teria nada com que se preocupar, mesmo que só aquele gole teria lhe dado mais sede preferiu se controlar.

—Aquilo que aconteceu com as meninas, vocês viram algo ou sabem quem foi? –Rondônia começou novamente a puxar o assunto.

—Não vimos elas, estávamos... tinha... outra pessoa morreu... —Amapá falou apertando a garrafa.

—Ouvimos a voz falando, mas não achamos ninguém neste andar e os outros não foram olhar quem era, estavam bem abalados ainda. Quem foi que morreu? –Sul perguntou olhando os dois.

Amapá olhou para Paraná e fez um gesto com a cabeça, se alguém tinha que contar era ele, o sulista deu um suspiro trêmulo e então olhou para o gaúcho que ficou em silêncio esperando ele falar.

—N...Norte... Norte estava do lado do Sergipe no andar de baixo com um buraco no pescoço.

Paraná disse tão baixo que torceu para que Sul não tivesse nem escutado tamanha tragédia, mas quando levantou o olhar ele estava paralisado, igualmente como Norte quando viu Sergipe morrer, Rio Grande do Sul agora estava com os olhos arregalados e não dizia nada.
Sua cabeça parecia não processar a informação e nenhuma lágrimas caia de seu rosto. Deu alguns passos para trás meio zonzo e caiu sentada em uma das cadeiras cheias de pó com a mão cobrindo sua boca, estático e com o cérebro jogando memórias do seu irmão em sua mente e uma dor imensa no peito ao pensar que quando seu irmão precisou dele, o gaúcho não disse nada para ajudá-lo em relação a Amazonas e muito menos o deu um abraço pela perda de Sergipe, nas últimas horas só estava sendo um irmão que nunca gostaria de ser e começou a chorar pesamente na frente dos outros.

Paraná sem se importar com que o nortista pensaria dele naquele momento, foi até ele e deu um abraço forte e chorou baixo para que ele não visse que estava com pena de vê-lo daquele jeito e também por segurar todas suas emoções até agora, Rondônia sentiu uma lágrima cair e limpou os olhos rapidamente, isso tudo fez com que ela quisesse correr para ficar com sua irmã até o final do jogo, Matin e Sul já estavam sofrendo com a perda das pessoas mais importantes da sua vida e ela não queria ser a próxima, muito menos passar por isso longe da irmã, mas também largar o gaúcho mesma situação seria traição consigo.

—Quem fez isso? Vocês viram? Sabem quem fez? –Sul tentou limpar o rosto deixando só os olhos e o nariz vermelho olhando para eles, querendo respostas.

—Não sabemos, quando chegamos...

—Claro que sabemos. –Amapá começou. —Foi o Pará, você mesmo disse, temos certeza de que ele fez isso e ele tinha motivos pra fazer, motivos dele.

—Você tem razão, ele sempre culpou meu irmão e não tinha provas disso, até aquilo que ele disse sobre o Sergipe ter matado e ele defender não tem sentido, meu irmão não sabia mentir assim. Eu vou atrás dele.

—Espera! Não!

—Paraná você não é minha dupla, você não decide isso por mim.

—Escuta seu jaguar, se for ele mesmo você não pode ir sozinho ele vai fazer com você o mesmo que fez com seu irmão entendeu? Está na hora do ataque, se for ele, vai matar você antes de dizer se foi ele ou não.

—O que eu faço então? Espero ele matar alguém até poder perguntar? Se fizer isso agora podemos evitar que ele mate outra pessoa.

—Vamos fazer uma reunião, como foi com o Sergipe, por todos juntos e dizer o que sabemos sobre o Pará. Quem estiver infectado não vai matar na nossa frente.

—Mas o Tocantins matou na nossa frente. –Rondônia disse olhando para eles.

—Não acho que seja ele o infectado, quando ele matou o Sergipe foi fora do horário do infectado e ele não faria aquilo na frente de todo mundo né? –Amapá defendeu o garoto, já que pra ele parecia óbvio, mas tinha muita duvidas sobre o jogo na sua cabeça.

—Então não deveríamos chamar os outros, vamos atrás dele de uma vez. Se está na hora do ataque, ele foi atrás de alguém se o encontrarmos podemos evitar uma morte ou eliminar um assassino de uma vez, somos quatro e podemos nos dividir e ir atrás dele.

—Mas se for ele e o Acre? Precisamos juntar todo mundo. –Paraná protestou mais uma vez e já estava deixando o gaúcho aborrecido.

—Podemos achar os outros no caminho e nos encontrar aqui depois, mas agora não dá tempo guri.

Jogador número 13 eliminado. Restam 20 jogadores.

Os quatro ficaram em silêncio se olhando e Paraná ficou gelado como se já estivesse morrido, era tarde demais ou seria a primeira resposta daquele noite quando Sul e Paraná se arrepiaram ao escutar o grito de Catarina no banheiro masculino...

Sequestrados Where stories live. Discover now