Capítulo 7

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30 minutos para o quarto ataque.

Amapá e Paraná estavam parados um do lado do outro, frente ao corpo do Rio Grande do Norte, a cena era de dor e pena pelos dois rapazes no chão.

—Quem... quem você acha que-...

—Pará. –Paraná respondeu antes que ele terminasse a frase, respirava pela boca e sentia o cheiro de sangue fresco entrando de forma desagradável.

—Isso está se tornando um massacre, todos estão matando todos e se... todos nós formos infectados e se não existe padrão para matar, só matamos quando queremos matar?

—É uma possibilidade, mas ainda não sabemos, pensa um pouco. O jogo disse que tem dois infectados e não especificou mais nada, nem como jogar, nem uma dica, nada... –Paraná sorriu sem humor e olhou para o amigo nortista. —Estão brincando com nossa mente, estamos fazendo o que o jogo quer, se matar sem descobrir o assassino botando um contra o outro e fugindo do objetivo.

—Então acha que o Pará é o infectado?

—Ele é suspeito, ele colocou a culpa no Sergipe e no Norte pela morte da Amazonas e agora o Norte está morto. Ele deve estar tentando tirar o dele da reta.

—Mas e as meninas?

—Eu não sei, pode ser outro infectado ou... Pará só se defendeu e alguma dupla são os infectados. Acha que uma pessoa mataria duas meninas sozinhas, sem ajuda?

—Eu não faço ideia, aquela voz do começo do jogo disse que o infectado tem a mente de assassinos famosos. Alguns assassinos matavam mais de uma pessoa né?

—Verdade. Mas ainda não temos nada para se defender, o que vamos fazer?

—Me segue.

Saíram da sala em passos apressados, até a sala de produtos de limpeza onde Amazonas estava, Amapá pegou duas vassouras e as quebrou, deixando os objetos pontiagudos e entregou uma para o sulista.

—Aqui, sua arma.

—Fala sério?

—Desculpa, eu não posso fabricar uma calibre 38 pra você, é o que tem e é melhor que nada. Se alguém vir... –Segurou o cabo com força o impulsionando para frente como uma lança.

—Não dá pra esconder, se alguém nos ver não vai nos atacar ou vai achar que nós somos os infectados.

—Não importa. É o que tem, quando acharmos alguma coisa que realmente sirva de proteção largamos isso.

—Tá vamos logo, os outros ainda estão distraídos, podemos procurar por aí e ver se achamos o infectado.

Paraná e Amapá subiram outra vez e continuaram suas buscas pelo terceiro andar.
Enquanto isso Maranhão e Catarina haviam achado o refeitório médico do andar três, era bem menor que o refeitório lá embaixo mas tinha duas mesas retangulares com cadeiras cheias de pó e algumas viradas no chão, um armário enferrujado na parede, a pia com algumas gavetas, um micro-ondas sem condições de uso e uma geladeira que estranhamente estava ligada na parede.
Catarina franziu a testa e por curiosidade, abriu a porta do refrigerador para ver se realmente estava funcionando e se surpreendeu com a quantidade de garrafas d'água ali, sorriu fraco passou a língua entre os lábios e engoliu seco. Não tinha notado que estava com sede até ver toda a água que tinha ali.

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