Capítulo 13 - "Treinamento."

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— Pare com isso. - Murmurei pra quem quer que estava soprando meus olhos.

— Não até você acorda. - Foi Eric a pessoa que me incomodava naquele momento. Pra que diabos eu tenho que acordar? Iriam dar outra festa e me avisar em cima da hora? 

— Pra que tenho que acordar? - Gemi dando as costa para ele.

— Você vai começar o seu treino hoje. 

—Eu não vou, estou morrendo de doente, não posso.

— Está sentindo o quê? - Perguntou preocupado. 

— Preguiciti Aguda. É muito grave.

—Eu levo você nos braços até lá. Mas vai ter que treinar. - Disse com tom de brincadeira.

—Nãooooo.

—Simmm.

█-

—Jess, é sério, precisa adiantar. - Eric diz impaciente.

—Nãoooo. - Murmuro do banheiro, tendo certeza de que ele iria escutar. Se passou vinte minutos, desde que ele me acordou, a razão da demora é porque fiz tudo com lerdeza. Mas poxa, eu estava sonolenta do dia anterior. 

—Simmm.

— Por que eu tenho que treinar? - Perguntei saindo do banheiro.

— Para sua autodefesa. Porque por mais que eu queira, não vou poder estar com você o tempo todo.

—Quando eu voltar posso dormir?

—Pode. - Abri um sorriso preguiçoso e o segui saindo do meu quarto, para a sala de treino.

█-

—Esquerda, direita, chute, direita, esquerda, chute. - O homem gigante, cujo me treinava, falava repetidamente com expressão de tédio. Até que ele parou. —Sério isso? Susan faz melhor que você e ela não é nem mesmo luna.

Oh, ele não disse isso.

    Pegando ele desprevenido, o chutei no estômago enviando-o para longe, fazendo com que todo mundo olhasse pra mim. 

Dei de ombros e sentei no chão esperando ele voltar.

Aposto minha vida que Susan não fez isso com ele. 

█-

Tês minutos depois, o treinador apareceu. 

Quando chegou perto mostrei um sorriso e perguntei:

— Então?

— Vamos começar de novo. E dessa vez, não se guarde. - Falou, se preparando. — E só por falar, eu estava só incentivando você, todo mundo seria melhor Luna que Susan. Até eu.

— Até você? - Perguntei segurando o riso.

— Modo de falar. - Disse revirando os olhos, mas ainda assim rindo. — Ok, então, hoje quero tentar um exercício novo. E quero primeiro tentar com você. Se caso der certo, todos vão passar a tê-los.

— Ok. - Concordei interessada.

— Então, vai ser assim, eu vou colocar minha mão até uma certa altura, e você vai chuta-la.

— Fácil. - Interrompi fazendo uma careta de desdém. 

— Mas, se você conseguir chuta-la, eu vou aumentando a altura. - Disse elevando a mão como demonstração.

— Para o que serve? 

— Flexibilidade.

— Nós vamos transar com nossos inimigos? — Peguntei fingindo confusão. 

— Claro que não. - Ele riu.

— Então pra que serve?

— Há momentos na luta, que a falta de flexibilidade nos impede de fazer certas coisas. Então é pra isso que estamos treinando flexibilidade. Além de que pode ajudar, na corrida.

—  Ah. - Fiz uma cara pensativa. —É, tem lógica.

— Certo, voltando ao treinamento. - Ele posicionou a mão na altura da cintura.— Vamos começar pelo básico do básico. Agora, Chute. 

Então chutei de leve porque não era esse o objetivo.

Ele levantou a mão na altura do quadril e disse de novo:

— Chute. - E assim eu fiz, agora com um pouquinho mais de força por causa do esforço.

Ele levantou a mão na altura do peito e nessa hora eu sabia que não conseguiria. Eu poderia ter alguma flexibilidade mas não tanta. Mas resolvi tentar.

— Chute. - Chutei o mais alto que pude, chegou perto. Mas não consegui topar na mão um dedo sequer na mão dele. — Certo, aqui está o seu limite, vamos tentar agora a outra. 

— Chute. - Assim eu fiz, até que chegou à altura do peito e novamente não consegui. — Agora, sabe fazer middle splits¹?

— O que é isso? - Já sabia que ia ser difícil só pelo nome.

— Não sei explicar muito. É usado em passos de balé. Você tem que ... como diabos explico isso? Hãmm, tem que abrir as pernas e deixa-las deslizar até que estejam completamente abertas no chão. É algo que vi na internet, faz parte do treino de flexibilidade ok ? 

— Ok. - Falei achando graça do embaraço dele.

— Ok ... Já pode tentar.

Sorri, abri as pernas e desci o máximo que pude, não foi muito.

— Pronto. 

— Desça mais. - Ele pediu.

— Não consigo.

— Ok. - Ele veio para traz de mim e me forçou para baixo.— Diga quando tiver insuportável.

— Está insuportável. - Falei fazendo uma careta de dor.

— Ok. - Mas ele continuou descendo.

—  Eu disse que tá insuportável. - Falei entredentes.

— Eu sei. - Falou calmo e ainda me empurrando para baixo.

— Você vai quebrar minhas pernas. - Disse e fechei a mão em punhos apertados com a dor.

— Não vou não. - Disse e por fim me empurrou de vez pro chão.

Eu gritei e lágrimas começaram a cair do meu rosto. Limpei o rosto e olhei ao redor, mas não tinha ninguém. Não notei quando saíram.

Depois de dois minutos ainda no chão perguntei:

 — Qual seu nome?

— Andy. - Ele disse confuso, por eu estar perguntando seu nome só agora.

— Então Andy  Eu desejo que vá pro inferno.

— Ok. - Ele riu.— Mas você não é a primeira a desejar isso. - Ele sorriu e me ajudou a levantar.— Você já pode ir, mas amanhã treinamos de novo. Mas não vai ser flexibilidade. Você vai estar muito dolorida. Flexibilidade vai ser dia sim dia não. Amanhã eu vou testar seus limites. 

— É claro que vai, você quer me ver sofrer. - Falei sentindo minhas pernas doer.

— É claro que não, você é minha Luna. Só vou pegar um pouco pesado com você.  Vai trazer melhores resultados eu te garanto.

— Você fala isso, porque não fez exercícios de flexibilidade. - E me virei para ir embora, escutando sua risada.

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Editado;  

Meu Querido CompanheiroWhere stories live. Discover now