Capítulo 25 - "Você de novo."

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    Eu não conseguia imaginar o quê podia ter acontecido com Jessie, na verdade eu podia sim.

— Alfa. - Daniel bateu na porta.

—Entre. - Falei cansado. Passei a noite em claro procurando pistas, mas sem notícias da Jess.

—Alfa, tem uma mulher na fronteira, ela quer falar contigo, diz ter notícias da Luna.

—Deixe que venha.

—Sim, senhor. - Minutos depois uma garota pequena com cabelos cacheados longos e ruivos, entrou no escritório, parecia frágil, mas nem por isso iria abaixar a guarda.

— Sente. - E em um menos de cinco segundos ela tinha sentado.—Qual seu nome?

—Noemi. - Falou tímida.

—Comece a falar. - Falei impaciente. Seus olhos castanhos escuros transparecia o medo que sentia ao estar em minha frente e falando comigo.

— Eu era amiga da Susan. - Falou baixo, mas foi suficiente para que eu pudesse ouvir.

—Continue. - Rosnei.

—Ela quem matou a mãe da sua Luna, e quem a sequestrou.

—Um homem que matou a mãe de Jessie. - Falei confuso.

—Ele é meu irmão e companheiro rejeitado da Susan, ele não se conforma que ela o rejeitou por isso faz de tudo para agradá-la. - Falou com um tom triste. — Ela contava com além dele, eu e outra menina, Mica Alvez, que pós o sonífero na comida dela.

— Como você sabe disso e porque está me dizendo?

— Como eu já disse, fazia parte de tudo. E só estou contando porque acho isso errado. E a pessoa que sou quando estou perto de Susan não é meu real eu. Eu não mato ou sequestro pessoas.

—Você sabe onde Jessie está?

—Não sei direito, porque falava com Susan apenas pelo celular. Mas pelo que sei ela esta em uma casa abandonada, em uma floresta chamada Epping Forest, Essex Inglaterra.

—De que matilha você é?

—Não tenho uma, senhor.

—Quando tudo isso acabar, se estiver falando a verdade vai poder entrar para essa. - Sugeri.

—E o meu filho também? - Seus olhos brilharam.

—Claro.

—Tudo bem, vou indo. - Sorriu e saiu quase correndo.

" Prenda uma garota chamada Mica Alvez, ela está relacionada ao sequestro da Jessie."

"Além disso reúna os nossos melhores rastreadores, e guerreiros incluindo as mulheres e suas armas. " Falei para Andy. " Vamos para a Inglaterra."

Jessie

    Acordei sentindo uma dor de cabeça insuportável, junto com ela uma ardência no braço. Coloquei a mão no mesmo e senti algo úmido, trouxe a mão para frente dos meus olhos e vi o conteúdo vermelho por toda a minha mão. Olhei para o braço e vi que o mesmo tinha um corte enorme, mas pelo que consegui ver não era fundo. Só não entendia porque não estava curando.

—A princesa acordou. - Ouvi uma voz masculina desconhecida que me despertou dos meus pensamentos, e me fez perceber o lugar que estava.

     O cômodo estava frio, algumas goteiras e com o ar de velho e assustador. Havia apenas a luz da lua e algumas velas. No chão estava o colchão sangrento, qual eu me encontrava deitada, e ao lado da porta uma cadeira. Era ali que o dono da voz estava sentado.

—Quem é você? ... E onde diabos eu estou? - Gaguejei, sim eu estava com um pouquinho de medo, não sabia da situação em que estava.

—Ela já está vindo, vai lhe explicar tudo.

—Você é maluco? Tem problemas? Ela quem? - Já estava irritada com essa merda. Como fui parar aqui?

"Eric?" Tentei chama-lo mas tudo que recebi em resposta foi o vazio da minha própria mente.

—Você não consegue não é? - Dessa vez era uma voz feminina, uma que eu conhecia muito bem. — Você sabe, falar com ele. - Sorriu.

— Susan, você de novo. - Bufei. Eu não notei ela entrando, mas não estava surpresa. Tinha que ter o nariz dela no meio.

—Eu apliquei em você algo que faz com que seus sentidos lobisomens adormeçam, por um bom tempo. - Sorriu vitoriosa.

—É claro que você iria fazer isso. Não consegue lidar comigo normal, não é? - Sorri fracamente. — É claro que não consegue.

—Deixe-me lhe contar o quê pretendo fazer. - Ignorou meu comentário e acenou a mão para o homem ao lado fazendo-o dar seu lugar a ela.

—Claro. - Revirei os olhos e me encostei na parede com a mão no braço estacando o sangramento.

— Arrume aquilo ali, não quero que ela morra antes da hora. - Se dirigiu ao homem, apontando para meu braço.

—Prosseguindo... - Cruzou as pernas. E o homem saiu da sala. —Eu não vou machucar você ou a sua criaturinha, agora. - Disse se referindo ao meu filho. — Eu vou esperar até que Eric esteja aqui. Só para você saber, eu chamei ele através do seu corte. Eu tinha uma amiga, e sei que aquela traidora está fofocando tudo pra ele agora, isso vai facilitar para ele nos encontrar. Quando ele chegar aqui com seu pequeno exercito para te salvar, o meu já vai está esperando. Enquanto estiverem brigando lá fora, vou deixar que apenas Eric entre, para te ver morrer. Claro, ele vai ter raiva no inicio, mas depois vai vim correndo para mim. - Fez cara de sonhadora.

— Parece que você tem tudo planejado.

—Eu tenho.

— Mas sempre tem algo que sai errado. - Sorri e discretamente enfiei o dedo na minha ferida. Isso fez com que trinta e cinco por cento da minha loba ficasse desperta. Então fiz a primeira coisa que me passou na cabeça.

" Eric, amor, eu estou bem."

    Pronto, agora ia fingir que enfraquecia cada vez mais, então quando estivesse pronta, pegaria ela de surpresa.

—Nada vai dar errado. - Disse com convicção e saiu enquanto o homem desconhecido vinha fazer meu curativo.

—O quê você fez? Parece pior. - Ele disse achando estranho.

—O quê? Acha que enfiei o dedo? Eu não sou estúpida. - Resmunguei sorrindo internamente. —Aliás, qual seu nome?

—Para quê quer saber?

— Para fazer macumba, o quê mais seria?

—Nachtergaele. - Tentou esconder o sorriso.

—Nome estranho, Nach-ter-ga-ele. - Tentei soletrar.

—Não me culpe, eu não escolhi meu nome.

—Você é legal, Nach-ter-ga-ele.

—Fale mais rápido e você conseguirá dizer meu nome. E não, eu não sou legal.

—Nach-ter-ga-ele, seu nome é difícil não dá pra falar rápido. E sim, você é legal. - Sorri.

—Fale apenas Nach é como me chamam, e é mais fácil.

—Melhorou, Nach.

   ███

Editado;  

Meu Querido CompanheiroWhere stories live. Discover now