Capítulo 18 - "Morda-me."

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     Quando Jessie começou a me dar um soco atrás do outro tudo o que eu podia ver em seus olhos era raiva. Eu tentei entender o porque dessa raiva, mas não conseguia pensar em nada. Eu podia me defender, mas eu não fiz isso. Era melhor ela deixar sua raiva sair agora, que depois todas as emoções virar uma bola de neve vindo em minha direção, e dela eu não sairia vivo. Eu não ligava se os membros do bando me achassem fraco depois disso. O que importava era minha companheira. Além disso, fraco seria aquele que não conseguisse se render desse jeito, na frente do bando todo, por sua companheira. Ainda mais sendo alfa.

    E então depois de levar tantos soco eu finalmente apaguei.

  ••  

   Antes mesmo de abrir os olhos, pelo cheiro, eu soube imediatamente quem estava na sala. Jess. No mesmo momento em que abri os olhos e olhei para ela, ela olhou para mim e abriu um sorriso culpado.

—Oi. - Ela disse tímida.

—Oi. - Respondi com a voz rouca.  

—Espere aí. - Levantou e saiu da pequena sala em que eu me encontrava. —Aqui, beba. - Disse me dando um copo com água. — Então ...

—Eu perdoo você. Eu só queria saber: Por que tanta brutalidade? - Perguntei o que eu tanto queria saber em forma de humor.

—Desculpa. - Disse com um pequeno sorriso. Então suspirou. — É só que... eu estava descontando minhas frustrações em você, e quando eu te disse aquela vez que te perdoei,  algo em mim não aceitava passar apenas em branco, então eu me vinguei quando tive a oportunidade. - Falou gesticulando as mãos.

— Está tudo bem. Não se preocupe. - Falei sorrindo. — Venha aqui. - Chamei ela batendo ao lado da minha cama, no hospital da matilha. Quando ela se sentou ao meu lado eu a  abracei e beijei sua testa. —Eu estou bem.

—Você está ferido. - Ela disse me contradizendo.

—Você está aqui. Não está? - Perguntei levantando seu queixo para que pudesse me olhar nos olhos.
—Sim. - Murmurou.

—Então estou bem. Enquanto você estiver ao meu lado. —A beijei para provar meu ponto. Seu beijo era sempre com um toque diferente mas todos tinham amor e carinho. 

— Morda-me. - Ela pediu baixinho.

— O quê? - Perguntei surpreso. Acho que devo está "bêbado" de tantos socos.

—Morda-me. - Ela repetiu baixinho, deixando o pescoço exposto.

— M-mas...

— Apenas faça. - Ela disse um pouco mais firme.

—Tem certe... - Antes que eu terminasse ela me deu um olhar que preferi não perguntar mais nada. Sorri. Eu que deveria ser o alfa, não ela. 

Mas eu não podia dizer que não gostava. Era bom ter alguém que não tivesse medo de me dizer o que pensava.

     Me aproximei do seu pescoço e comecei a chupar e mordiscar seu ponto fraco. Ela estava segurando seus gemidos o que me deixava levemente irritado. Querendo tirar isso dela comecei a chupar com mais força. Ela estremeceu e eu finalmente eu ouvi seu gemido. Sorri.

—Você é minha, sweetheart¹, assim como os seus gemidos. - Apertei levemente sua cintura e deixei meus caninos sair, então a mordi.

    No começo ela ficou tensa com a dor, mas não gritou ou disse uma palavra. Minha pequena guerreira. Depois de poucos segundos ela soltou um gemido, mas não de dor. De prazer. Voltando aos meus sentidos retirei minhas presas de seu pescoço. Não podia me deixar levar. Ainda não era a hora.

—Minha vez. - Ela disse rindo e se aproximando.

      Deixei meu rosto a mostra e fechei os olhos esperando ela. Ela refez o mesmo processo que eu para amenizar a dor e depois me mordeu, parando quando percebeu meu amigo dando vida perto de sua cocha. 

—Desculpa. - Ela disse sorrindo envergonhada.

—Não tem de que. - Eu ri.

      Olhei para seu pescoço procurando a marca,  e encontrei. Geralmente os lobos tinham apenas uma marca em forma de lua cheia. Mas a marca no pescoço de Jess era diferente. Estava na forma de um lobo preto.

— Sua marca, ela está diferente. - Eu disse e olhei para seus olhos.  —O quê ? - Perguntei quando percebi ela com os olhos arregalados olhando para meu pescoço.

— A sua marca também está diferente. 

—  O que ela tem ? - Perguntei curioso.

—Está em forma de um lobo branco. - Falou sem tirar os olhos do meu pescoço.

—E a sua, em forma de um lobo preto. - Falei e ela finalmente olhou em meus olhos.

—O que é isso? - Perguntou.

—Eu não sei. - Falei sincero. —Macumba? Bruxaria? - Brinquei.

—Será? - Falou com os olhos arregalado.

—Eu estava brincando, sweetheart. - Comecei a rir. E como resposta a isso ela pegou o travesseiro ao lado, na cadeira, e me travesseirou² na cara.

— Ai... - Resmunguei.

— Oh meu Deus, desculpa. - Falou largando a almofada e pegando meu rosto para verificar se tinha machucado meus ferimentos.

—Doí. - Fiz beicinho, manhoso.

— Vem cá. - Ela puxou meu rosto para perto do seu, e me deu um selinho. —Pronto, sarou. - Disse me abraçando, como se fosse uma criança. Eu sorri.

—Eu amo você. - Eu disse sem pensar. Mas não me arrependia. Ela parou um segundo e respondeu:

—Eu também amo você. - Sorri e a puxei para um beijo. 

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Sweetheart¹: Amada.
Travesseirou²: 

███

Editado;  

Meu Querido CompanheiroWhere stories live. Discover now