Acordei sentindo um cheiro distante e suave, madeira molhada e chocolate, era tão perfeito que me levantei a força da cama para ir atrás do mesmo, não importa o que fosse, queria sentir mais. A cada passo que dava adentrava mais a floresta e sentia...
Pela janela do quarto observei a floresta, que sendo meio dia ainda dava para ver tudo claramente, ela era tão espetacular e cheia de vida que parecia irreal, felizmente eu morava ali e poderia admirá-la quando e o quanto quisesse. Era o melhor lugar para passar o tempo, pensar e relaxar. E se me lembrava bem fazia duas semanas que não a visitava, por causa, é claro, do tempo em que passava na internet. Era algo viciante e que acabava fazendo com que eu esquecesse de mim mesma. Pareceu-me uma boa em ir naquele momento já que eu não estava fazendo nada e tinha enjoado, por enquanto, da internet.
Levantei da cama que ao lado da janela, me estiquei de maneira preguiçosa e desci as escadas. Saindo pela porta do fundo, que dava para a floresta, a analisei, escutando os pássaros, o vento que arrastava as folhas caídas, era tudo o que eu mais amava e eu não deveria ter negado isso a mim mesma. Tirei as roupas que usava e coloquei no cantinho de uma árvore, deixando então que meu corpo se desenvolvesse, deslocando ossos e crescendo pelo onde eu não tinha, libertando minha loba do que lhe fazia prisioneira que era o meu próprio corpo. Sem deixar um segundo sequer passar, assim que a transformação estava completa, ela correu, adentrando a floresta e tracejando as árvores, fazendo com que o caminho tivesse maior dificuldade, assim deixando a corrida mais divertida. A sensação dos pelos contra o vento, minhas patas sobre a terra, a visão e audição que ampliara ainda mais, era tudo tão perfeito. Só parei quando cheguei no meu cantinho, a cachoeira, a cor dela variava entre os tons de verde e o som que produzia ao bater em algumas pedras era como um calmante para a alma, sentei próximo e fiquei observando-a distraída. Era meu lugar favorito.
"Querida, está tudo bem?" Minha mãe disse através do vínculo que compartilhávamos proveniente da alcateia. "Onde está?"
"Sim mãe, estou bem. Estou na cachoeira, apenas deitada."
"Tudo bem, cuide-se minha menina."
Depois de um longo tempo observando a cachoeira, voltei para casa, antes parando na árvore em que deixei minha roupa e vestindo-a. Entrando em casa fui direto para o meu quarto tirar o cochilo da tarde e colocar em ordem o sono que me fora tirado mais cedo.
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Acordei sentindo um cheiro distante e suave, madeira molhada e chocolate, era tão perfeito que me levantei a força da cama para ir atrás do mesmo, não importa o que fosse, queria sentir mais. A cada passo que dava adentrava mais a floresta e sentia-o mais perto e mais intenso. Fechei os olhos e apenas deixei-me levar por entre as árvores, seguindo o cheiro, meus sentidos me guiariam.
Passar alguns minutos acabei batendo contra algo duro e instantaneamente abri os olhos. "Qual é? É algo tão estúpido bater em árvores." Pensou por um segundo, percebendo no outro que era ali a fonte do maravilhoso perfume. Era um homem em que, na verdade, batera antes. Isso talvez me fizesse menos estúpida... Sorri com o pensamento e o olhei de baixo acima, observando seu corpo que parecia maravilhosamente bem, os músculos saltando do braço não pareciam nada exagerado, era mais uma vez, perfeito. Subindo meu olhar, olhei diretamente nos olhos dele, Eric Black.
— Companheiro(a). — Ditamos juntos e sua voz me surpreendeu, era suave e melodiosa, ao mesmo tempo sendo rouca, forte e parecia um pouco possessiva. Era possível? Mas isso não me fez parar os pensamentos que me inundaram a seguir sobre a quem eu pertencia, sobre quem ele era, então sem dizer nada, com medo que algo pudesse me parar ou que algo pudesse simplesmente dar errado, virei e corri o mais rápido que pude, parando apenas para dar-lhe uma última olhada, vendo sua dor através de seus olhos e seu corpo que estava levemente inclinado e parecia tenso, mesmo longe eu pude vê-lo. Aquilo me doeu sim, muito, mas não parei. Eu não podia agora, precisava colocar meus pensamentos em ordem.
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Irei editar o capítulo aos poucos, então não estranhem se verem algo diferente a partir daqui. Não quis retirar o livro para editar porque sei que alguns vão estar lendo e preferi dessa forma.
