Meu Querido Companheiro

Capítulo 28 - "Anos depois." ( Final )

— Eu não quero não!

—Não quer o quê? - Eric perguntou ao entrar na sala.

—Ficar gordo. - Gabriel cruzou os braços pequeninos. —O tio Nach disse que vou.

—Não vai! - Eric e eu respondemos ao mesmo tempo.

—Mas ele disse. - Fungou esfregando os olhinhos.

—Ele mente. - Eric pegou Gabriel no braço e sentou-se ao meu lado no sofá.

—Mentir é feio. - Sussurrou.

—Sim, senhor. - Sorri.

—Ele é como a mãe, come demais. - Nach riu.

—Mas não engorda. - Completei.

—Olhe para sua mãe, Gabriel. - Ele olhou para mim e depois para Eric seguindo a colocar sua cabeça no peito dele. — Você acha ela gorda?

—Não. - Resmungou.

—Viu? Não engorda. - Eric respondeu.

—Lindos. - Ri e beijei a bochecha dos dois.

     Gabriel, filho meu e do Eric,  tinha agora três aninhos e meio, era muito inteligente, e não parava quieto, tinha para brincar os dois amiguinhos: Andrew, filho da Anna e Lucas, filho da Naomi. Não eram tão agitados como o Gabriel, mas se davam super bem. Naomi e Nach foram incluídos na matilha após eu sair do hospital. Foi uma enorme felicidade para mim, que não tinha tantos amigos, apenas Johanna e Laurent, seria mais pessoas para conversar. Nach, era meu melhor amigo, e mesmo que tentasse esconder eu via a tristeza e vazio na sua alma. Para compensar isso, eu e Eric decidimos usar um dos nossos novos dons, para ajudá-lo. Talvez não devêssemos nos meter, mas ele merece algo mais, algo que possa reconstruí-lo. Nós vamos dar isso a ele.

—Mama. - Gabriel esticou seus bracinhos para que eu pudesse pega-lo.

—Vai deixar o papai aqui sozinho? - Eric fez beicinho, mas Gabriel não ligou, ele queria mesmo era dormir no colo da mamãe.

•••

— Jessie?

—Hãm?

—Está dormindo?

—Não, sou sonâmbula. - Abri os olhos e virei-me para ele. —O quê que foi?

—Não consigo dormir. - Suspirou.

—Percebi. Você não para de se mexer. - Sorri.

—Engraçadinha. - Sorriu e aproximou seu rosto do meu.

—Mamãe? - Ouvi Gabriel chamar do outro lado da porta.

—Eu. - Levantei e fui até a porta.

—Eu estou com medo. - Falou assim que abri a porta.

—De quê, bebê? - Peguei ele no colo.

— Bichos, querem pegar meu pé.

—Eric! - Olhei para ele com um olhar de repreensão.

—O quê? Ele que queria ver o filme. - Riu.

—Você é mal. - Dei um tapinha em seu braço quando sentei na cama com Gabriel, deitando ele ao meu lado.

—Não sou. - Puxou-me pela minha mão e me beijou.

    Gabriel por sua vez já estava dormindo. Não era sempre que dormia com a gente, apenas quando assistia filmes de terror. " O quê já tentei cortar, mas ele é como eu, por mais que mais tarde tenha medo a curiosidade na hora é maior. " Todo dia de quinta e sábado, Eric colocava um telão no quintal em que grande parte da matilha se reunia para assistir filme, quando alguns não podia ir em um dia iam no outro. Quem deu essa ideia foi o Nach, por incrível que pareça, ele disse que poderia ser uma ideia para socializar-se mais, não incluindo ele mesmo. Nach conhecia quase todo mundo, mas preferia manter uma relação amigável só com algumas pessoas, a mesma coisa era a Noemi, que só saia de casa mesmo para comprar algo ou ir a casa do novo namorado, que era meu irmão. Para o azar de Dave ele também foi rejeitado, e nesse dia ele foi atrás do meu consolo, mas eu não estava em casa, então quem acabou o confortando foi Noemi. Depois disso acabaram se envolvendo e agora ela além de amiga é minha cunhada.

—Ele finalmente veio. - Ouvi Eric sussurrar.

—Quem? - Perguntei sonolenta.

—O sono. - Olhou para mim.

— Oh, boa noite. - Beijei seus lábios.

—Eu amo você, Jessie Acker.

— Eu amo você, Eric Black.

E assim adormecemos.

•••••••••

Fim.

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