Capítulo 16 - "Entende?"

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        Acordei lentamente, apreciando o conforto da cama. Quando abri os olhos dei de cara com o relógio que marcava 13:40. Suspirando levantei da cama e fui para o banheiro esfregando os olhos.     

       Enquanto tomava banho pensei sobre o que aconteceu hoje de manha. Estúpido vínculo. Eu me sentia irritada e envergonhada comigo mesma. Eu ainda podia sentir seus dedos e língu- Não não não. Nada de pensar nisso. Eu estou irritada com ele. 

Lembre da mulher sangrenta.

         Antes de sair do banheiro eu senti o cheiro de Eric. Presumi que ele estava no meu quarto, então me preparei mentalmente para ignora-lo e abri a porta do banheiro.

        Como pensei, ele estava no meu quarto. Sentado na minha cama. 

       Fingi que ele não estava lá e passei por ele para pegar minhas roupas. Depois voltei para o banheiro sem uma palavra. Quando terminei de me vesti voltei pro quarto, e fui escovar meu cabelo na frente do espelho do quarto. Eu podia sentir seu olhar queimando minhas costas mas me recusei a olhar para ele. Mesmo que fosse pelo espelho. Eu corria o risco de encontrar com seu olhar.

—  Vai continuar a me ignorar ? - Ele parecia chateado, isso me fez fazer festinha internamente. — Jess, você não é surda ou muda. 

"—Não eu não sou." - Respondi internamente.

—Eu pensei que nós estávamos bem. 

"— Mesmo eu pensei assim." 

— Você ainda está irritado sobre o quê viu?

"— Não só por isso. Mas por também ceder a caprichos do vínculo. Mesmo que era impossível lutar contra, eu poderia ao menos ter pensado em lutar contra."

— Olha, desculpa se você viu o quê não deveria. Por que diabos você estava mesmo lá? - Ele disse levantando a voz e se aproximando de mim.

—Não grite comigo. Eu posso não está falando mas não sou surda, porra. - Meio falei, meio rosnei virando para enfrentá-lo. — E Susan que me incentivou a ir. Eu nem sabia para que era utilizada aquela sala. - Falei meia verdade sobre Susan. Também não importaria se falasse dela. Ela é má para mim então que seja.

— Desculpa, tudo bem? Esse seu tratamento de silêncio me irritou. - Ele passou a mão pelo cabelo, deixando tudo bagunçado pelo caminho. Mas não aquele bagunçado-bagunçado, e sim o bagunçado-sexy.  

Ele sentou na cama de novo e suspirou.

—Eu desculpo você. - Era impossível que não. Se eu dissesse que não desculpava eu passaria o resto do dia me sentido culpada. 

—Venha aqui. - Ele pediu apontando pro seu próprio colo.

— Qual palavrinha mágica? - Brinquei, fazendo bico e colocando as mão na cintura.

—Agora. - Ele respondeu de modo também brincalhão.

—Não senhor. Essa não é a palavrinha mágica. - Balancei o dedo indicador de um lado para o outro e mexia a cabeça em conjunto.

— Por favor? - Fez voz de criança e biquinho. Ficou tão irresistível que corri para apertar suas bochechas. —Ai,  pa...a...re. - Ele falou entrecortado enquanto eu apertava suas bochechas com força.

— É tão fofinho que vou morrer. - Soltei suas bochechas rindo e ele se juntou a mim.

—Ok, agora sério. - Ele falou parando de rir. —Eu realmente espero que você entenda. Primeiro: Imagine se você fosse aquela mulher. Você está lá sentada e vê alguém espionando. Você não iria querer que essa pessoa te ache inocente, mesmo se você não for ? 

— Sim, ma-

—Segundo: Você vê os outros alfas, todos eles são "bons", eu sou o alfa mau. Mas quem está no topo?

—Você. - Respondi percebendo a lógica.

—Eu preciso ser isso para o melhor para todos nós. Eu não sou mau por que quero, mas porque preciso. Se eu fosse o alfa bonzinho e que tem pena de todos, nós não estaríamos aqui. E se eu mudar agora, todos meus inimigos virão me atacar como um só. E então estaremos mortos. The end. Você entende?

—Sim. - Suspirei. Ele está completamente certo.—Eu  entendo. - Olhei para ele. —Você pode fazer algo por mim ? - Aproveitei o meu momento.

—Sim. 

—Então.... - Enrolei. Tentei parecer séria, mas acabei sorrindo. —Posso parar de treinar?  - E para complementar fiz beicinho e um olhar de cachorrinho pidão.

— Então... Não. - Ele foi direto. Sério até dois segundos depois, então abriu um sorriso gigante.

   Então eu tive uma ideia.

—Eu posso sugerir algo então?

—Claro. - Olhou-me interessado.

—Eu vou treinar muito... Se... eu puder treinar com armas também. Armas humanas. - Eu disse empolgada.

— Mas armas de humanos não nos mata. - Duh. Claro que não.

— Então vamos fazer matar. 

          Um mês depois estava tudo como eu imaginei.

    Eric decidiu que apenas as mulheres cujo não são tão boas em luta iriam usar armas.  

    Exceto eu. Por um tempo foi difícil mas finalmente consegui dominar o segundo nível de luta, isso significava que eu era nível médio. Como os outros guerreiros. Eu tinha preferido continuar as aulas particulares com Andy e então só amanhã iria treinar com os outros, agora que era tão boa.

     E no progresso das armas, eu era a melhor. Isso eu comecei sozinha. Andy só ficava observando para que eu não fizesse estrago. Nos dois primeiros dias, foram só teste para ver se funcionava. Quando Eric viu que sim, ele enviou algumas garotas que não eram tão boa em lutas para treinar com armas. Então eu me tornei a professora. E eu aprendi tudo sobre armas na internet, facas, pistolas, e entre outros artefatos. 

     Amanhã nós vamos não só treinar a luta, mas também como usar a arma em uma batalha. Isso será eu e as outras meninas na arma e luta enquanto os outros machos irão apenas na luta.  

      O meu treino era finalmente algo como um hobbie.



   ███

Editado;  

Meu Querido CompanheiroWhere stories live. Discover now