12: Desejo

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  Os lábios de Miyeon formigavam e o corpo inteiro pegava fogo, um calor se acumulava na nuca e descia pelo pescoço numa onda incandescente. Um milhão de borboletas dançavam em sua barriga, batendo as asas numa sinfonia de felicidade e medo. Queria mais dos beijos de Jungkook e ao mesmo tempo estava apavorada; com o que tinha feito, com a possibilidade de ser pega e com o quanto desejava o garoto problema.

O coração martelava contra o peito e mesmo assim parecia incapaz de bombear sangue o suficiente para as mãos geladas que seguravam Jungkook. Uma na nuca e a outra nas costas da jaqueta, o dedo traçando a forma bordada do dragão numa tentativa de se acalmar.

Queria perguntar porque se sentia tão pegajosa a cada vez que Jungkook mordiscava seu lábio, Hani nunca falou sobre isso e Miyeon não encontrava uma maneira de perguntar a Jungkook sem parecer muito boba e ingênua.

— Isso é gostoso — deixou escapar quando ele beijou seu maxilar.

— Gostou? — Jungkook sorriu e os olhos se iluminaram.

Foi a primeira vez que Miyeon o viu tão tranquilo e feliz. Ela voltaria aquela memória muitas vezes ao longo dos anos seguintes, tentando lembrar a forma exata dos olhos dele e da sensação de tocar a pele quase febril. Jungkook segurou o rosto dela com carinho e acariciou os lábios de Miyeon com o polegar, o gesto a fez sentir ainda mais calor.

— Muito.

Confessou tímida. O que gostaria de falar mesmo é que queria repetir o beijo um milhão de vezes, descobrir o que vinha após a sensação escaldante que derretia suas veias e se transformavam em lava líquida entre as pernas.

— Você não está com calor? — Miyeon encarou a jaqueta ainda intacta no lugar.

— Um pouquinho — Jungkook colocou alguns fios de cabelo atrás da orelha dela. — Quer ir tomar um ar lá fora?

Miyeon negou, ainda não queria voltar ao mundo real. Se pudesse teria congelado o tempo ali; no momento perfeito em que era só uma garota descobrindo a paixão. Passaria a eternidade na dispensa empoeirada, comendo mochi e beijando Jungkook. Usaria aquela memória como um relicário envolta do pescoço, a prova de que o que viveu ali foi real.

Um milhão de questões começam a surgir na cabeça de Miyeon, ela deveria voltar a ver Jungkook com frequência? O que eles eram agora? Quais as chances do pai dela matar ele?

— Eu preciso ir, se alguém pegar nós dois aqui vai ser uma tragédia.

Praticamente a cidade inteira estava reunida no festival, seria o pior local para ser pega no flagra.

— Eu venho amanhã — Jungkook sorriu presunçoso — só pra você não morrer de saudades de mim.

O cabelo dele caía na testa, cresceu bastante desde a primeira vez que Miyeon o viu e ela até gostava do visual mais selvagem. Jungkook sempre seria o garoto mais bonito que já conhecera, com estrelas nos olhos e a marca do desprezo gravada na pele morna.

Miyeon levantou, a saia do vestido caiu volante ao seu redor, o tecido dava a impressão de que ela possuía muito mais curvas do que na realidade. Jungkook ficou de pé e a puxou para perto, os olhos da garota se arregalaram ao sentir algo duro pressionando contra sua barriga. Não havia como olhar, já que os braços de Jungkook mantinha seu corpo colado.

— Tem alguma coisa na sua calça.

Jungkook riu enterrando a cabeça em seu pescoço, a respiração soprada contra a pele fez com que ela se arrepiasse inteira. Se arrependeu de ter falado, não queria que ele a achasse ainda mais idiota, devia ter esperado para perguntar a Hani.

Sublime 《 Jungkook 》Where stories live. Discover now