Capítulo 2- PIMENTA E DENTINHO

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 Depois de tantas retenções típicas de Manhattan, a limusine entrou na Rua Park West, onde ficava o famoso e admirado hotel The Meditteranean. Com os olhos atentos ao movimento contínuo de pessoas que passeavam pelas calçadas naquele início de noite, Mel logo reconheceu o verde maravilhoso do Central Park que figurava ao lado direito da rua.

   -Chegamos? -perguntou ela, ajeitando seus odiados óculos que teimavam em escorregar até quase a altura do meio do nariz.                                                                                                                                                

   -Não acredito que você não esteja reconhecendo o hotel, filha. Ele até sofreu algumas reformas, mas elas não o deixaram tão diferente assim. - disse Albert, descendo do carro.                                             

   Quando Mel saiu da limusine e olhou para a fachada imponente do Meditteranean, foi impossível para ela não admirar, como se fosse à primeira vez, o majestoso hotel que figurava à sua frente. É verdade que havia crescido por aqueles corredores e conhecia até os mínimos detalhes do lugar, contudo depois de tanto anos fora, voltar e olhar para todas aquelas janelinhas brancas, as bandeiras americanas tremulantes ao sabor do vento e os andares que quase se perdia de vista era algo emocionante para ela.                                                                                                                                     

   “Nossa, nem acredito que estou aqui de novo", pensou Mel enquanto adentrava na companhia de seu pai o grande hall do The Meditteranean.                                                                                             

   Ao colocarem os pés no luxuoso tapete que completava a sofisticação do lugar, Melissa foi logo reconhecida pelo gerente do hotel - e também puxa-saco oficial de seu pai- o senhor Pierre Le Blanc. Na mesma hora ele deixou o balcão onde estava

supervisionando os funcionários que faziam o check-in dos hóspedes, para ir cheio de sorrisos ao encontro dela e de Albert.

    -Mademoiselle Fenner, que honrra a terrmes aqui! Mas porr mon Dieu, como você crresceu e ficou magrrra! Quando foi emborra quase nem conseguia olharr porr cima do balcon e agorra está do meu tamanho. Oh! Estou ficando velho. - disse ele dramático, com seu sotaque francês engraçado que se recusava a perder.                                                                                                                                                                       

   -É bom vê-lo também, senhor. -afirmou a garota, ainda meio tímida.                                                                                                    

   Mel sabia que havia mudado bastante, afinal, tinha perdido vários quilos e estava muito mais alta, mas ficar ali ouvindo aquele blá-blá-blá sobre o quanto havia emagrecido e crescido era quase um tortura. Não gostava de relembrar seus tempos de “peso-pesado” como alguns colegas da escola a chamavam na época.

      “É, é verdade. Eu era uma bola de banha que tinha a bunda maior do que lua e o tamanho de uma anã. Satisfeito?” era a resposta grosseira que tinha na ponta da língua, mas que não ousaria dizer. Era educada demais e não gostava de ferir o sentimento dos outros.                                         

Uma Garota em Nova York (Livro Completo)Where stories live. Discover now