CAPÍTULO 8- QUASE SHERLOCK HOLMES

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Duas semanas já haviam se passado desde que Linda ameaçara cruelmente as irmãs com a história do colégio interno. Apesar do que Melissa havia prometido a Sophie, a garota tinha gasto a maior parte de seu tempo em passeios por NY com Chloe e Aaron, ao invés de tentar bolar um plano razoável para deter a madrasta mercenária. Mel Sabia que o calendário estava contra ela, e que o casamento se aproximava a passos rápidos, mas era difícil ignorar a presença da melhor amiga e do garoto que gostava, para pensar em algo maquiavélico.

   Ela até imaginou, quando estava sozinha em seu quarto prestes a dormir, umas duas ou três formas que poderiam desmascarar a Miss Botox, porém, as ideias que passaram por sua cabeça foram embora tão rápido quanto surgiram, já que eram mirabolantes e um tanto absurdas.

   Desnorteada por não ter conseguido pensar em algo, e certa de que havia perdido a sua genialidade infantil, Melissa decidiu tomar café sozinha no restaurante do Meditteranean ao invés de pedir à recepção que levassem ao seu apartamento.

    Entretanto, graças a um lance do destino, ela nem mesmo chegou a entrar no elevador que a levaria ao Chateau D’ore. Parada, prestes a fechar a porta de sua suíte, Mel viu uma arrumadeira entrar na suíte de Linda e a madrasta sair do quarto que ocupava, vestida com roupas de ginástica, desaparecendo logo em seguida na curva que levava a outro corredor do hotel.

   Por alguns instantes a garota ficou naquela mesma posição, com o olhar vago e ar pensativo, até que um milagroso estalo soou em seu cérebro adolescente.

   Sob gritinhos animados de “É isso, é isso, é isso” que ela repetiu por várias vezes, Mel entrou novamente em seu apartamento e, sem demora, correu até aporta que unia sua suíte a de Sophie. Fazendo um incrível alarde ao mesmo tempo em que esmurrava sem piedade a madeira da porta, ela acabou acordando a irmã que dormia como um anjo ao lado.

   -Olha aqui, acho bom ser algo importante porque eu acordei morrendo de enxaqueca e com pouquíssima paciência para te aturar hoje. – resmungou Sophie, entrando na suíte com o cabelo desgrenhado e o típico rosto pálido que pedia urgente alguma maquiagem.

   -Você não queria que eu tivesse uma ideia pra detonar a vaca loira? Pois é, acabei de ter uma e já vou colocar em prática, apenas me siga e não faça perguntas.

   -Mas eu vou assim? De camisola? Espera aí, pra onde vamos afinal?

   -Eu já disse que depois te explico, nós não podemos é perder mais tempo. Vem logo! – ordenou Mel, saindo do quarto.

   Como era de manhã bem cedo e a maioria das pessoas ainda dormia, Sophie, que estava apenas de camisola, não teve o desprazer de encontrar algum hóspede perambulando pelo corredor do hotel.

   Ao entrarem na suíte da madrasta, as garotas encontraram a arrumadeira que viera limpar o quarto reclamando alguma coisa incompreensível em espanhol, e rogando a Nossa Senhora de Guadalupe por outra coisa que até mesmo Mel que conhecia um pouco da língua não conseguiu entender.

   -Consuelo, fora! – decretou Sophie autoritária, utilizando-se do fato de que era filha do dono do hotel. – Depois você arruma esse quarto.

   Sem questionar as ordens da garota, a arrumadeira, que nem de longe se chamava Consuelo, saiu da suíte sussurrando alguns palavrões em espanhol enquanto olhava furiosa para Sophie.

   -Ok.  Preste atenção, “So”! Nós temos de procurar, com cuidado pra não desarrumar nada, alguma coisa que comprometa a Linda. Caderno de telefone, diário, cartas, e-mails impressos, agenda... Qualquer um desses porque, se ela realmente explodiu o apartamento, deve ter guardado essas coisas assim como guardou as joias. Vamos começar já, antes que ela volte ou o Aaron e o Oliver que estão no quarto ao lado acordem e venham falar com a mãe. – ordenou Melissa.

Uma Garota em Nova York (Livro Completo)Where stories live. Discover now