Capítulo 08

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A festa estava em pleno andamento, todos vibrando com a música até que, de repente, ela cessou e todos se curvaram diante de mim e Anna. Ela estava radiante, um vislumbre de beleza em meio à celebração.

— Oi! — disse eu, iniciando uma conversa.

— Oi, pra mim? Ah, Oi! — Anna respondeu, com aquele seu jeito desajeitado que sempre me fez rir.

— Está uma graça! — elogiei.

— Você está cheia de graça, cheia não, graciosa, mais graciosa ainda! — ela replicou, e nós duas caímos na risada.

— (risos) Obrigada, que cheiro maravilhoso é esse?

— Chocolate (Risos)

Nesse momento, um comerciante do castelo se aproximou, convidando-me para dançar. No entanto, ao se curvar, sua peruca caiu, provocando uma gargalhada instantânea entre mim e Anna.

— Perdão, eu não danço, mas a minha irmã dança! — disse, encaminhando Anna para dançar com o comerciante enquanto eu cumprimentava alguns dos convidados.

Quando Anna voltou, estava toda empolgada, até que desabafou:

— Eu queria que fosse assim todo dia!

— Seria bom, mas não dá!

— Ohh, por que não?...

— EU ESTOU DIZENDO QUE NÃO DÁ!

Não queria elevar a voz com ela, mas as lembranças do acidente na nossa infância e os conselhos de nosso pai, "Encobrir, não sentir, não deixar saber", pesavam sobre mim.

Observei Anna dançar com um homem, decidindo não intervir, mesmo sentindo-me um monstro após nossa discussão.

Logo, Anna veio com a ideia de casamento:

— Anna, o irmão de ninguém vai morar aqui, ninguém vai se casar, preciso falar com você, mas, a sós!

— Não, o que tiver que falar, pode falar para nós dois!

— Certo, não pode se casar com quem acabou de conhecer!

— Posso sim se for amor verdadeiro!

Pensamentos de Jack vieram à minha mente, os momentos felizes que compartilhamos, mas era uma amizade, não amor verdadeiro.

— Anna, o que sabe sobre amor verdadeiro?

— Muito mais do que você, tudo que sabe é como abandonar as pessoas!

Aquelas palavras me machucaram, mas me esforcei para não perder a compostura.

— Você pediu minha benção, e minha resposta é não, agora, me dê licença!

O pretendente de Anna tentou interceder:

— Majestade, se eu puder explicar...

— NÃO, você não pode, e acho que deve ir embora!

Determinei a um dos guardas que a festa havia terminado e que era hora de fechar os portões.

Anna ainda tentou argumentar, mas em um ato impulsivo, arrancou uma das minhas luvas, deixando-me ainda mais angustiada com a situação que se desenrolava.

Sentimentos CongeladosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora