Capítulo 41

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Ao contemplar a imagem diante de si, Elsa ficou paralisada, lágrimas começaram a brotar de seus olhos enquanto seu vestido readquiria o azul claro original, seus cabelos voltavam ao branco nevado e seus olhos resgatavam aquele delicado tom de azul que sempre lhe caracterizara.

— Elsa, não perca a esperança! — exclamou Punzel entre soluços, segurando a mão de Jack, atingida por Breu.

Fada, Noel, Sand e Coelhão testemunhavam a cena, mas Coelhão, incapaz de falar ou agir, tinha suas patas presas ao chão e um pano em sua boca, obra de Elsa.

Jack, foi atingido por uma flecha de areia preta no braço por Breu. Ele morrendo, era o centro das atenções. Elsa correu até ele, ajoelhou-se e repousou sua cabeça sobre o peito esquerdo dele para ouvir os batimentos cardíacos.

Jack, ainda consciente, ouvia tudo, apesar da fraqueza. Sand ajoelhou-se ao lado de Elsa, que chorava copiosamente.

A tristeza era tão intensa que Sand não conseguia formar imagens sobre sua cabeça.

A dor e arrependimento de Elsa era tamanha que desfazia suas criações: a prisão, o pano amarrando Merida e Soluço às árvores, os gelos que prendiam Coelhão e o que restringia Punzel, tudo se desfez.

Punzel despertou e, ao ver Jack quase desacordado, correu ao seu lado, cobrindo a boca com a mão, chorando. Merida e Soluço também se aproximaram, Noel e Fada conseguiram arrastar-se para perto de Elsa, que seguia chorando.

— Meu menino, está enfraquecendo! Ele não resistirá... — lamentou Noel, as lágrimas escorrendo livremente.

— Noel, afaste esses pensamentos negativos — interrompeu Punzel, chorosa, segurando a mão ferida de Jack.

A mancha negra espalhava-se pelo braço de Jack, aterrorizando Elsa. À medida que se alastrava, mais Elsa chorava, impotente diante do avanço que se alimentava do medo.

— Jack, meu amor, me perdoe... Eu não sei viver sem você... Eu te amo, mais do que tudo neste mundo! Não morra, Jack, eu te amo! — Elsa confessou, em prantos, encostando sua testa na de Jack, enquanto a mancha negra cobria quase todo seu corpo.

Mas as palavras de Elsa, carregadas de amor, fizeram o coração de Jack pulsar mais forte, as manchas pararam de se espalhar, pausando no pescoço. A mancha começou a regredir, mas ninguém notou, todos choravam com os olhos embaçados... exceto Soluço e Merida.

Fada, percebendo a mudança, sorriu amplamente, mas também não conseguiu avisar os outros, tamanha era a emoção. Até que Punzel notou a diminuição da mancha e, soltando a mão de Jack, chamou por Elsa.

— Elsa? — disse, tentando chamar sua atenção.

— Agora não, Punzel, deixe-me sozinha — respondeu Elsa, ainda chorosa.

Um murmúrio de risos suaves preencheu o ar quando Jack abriu os olhos.

— Elsa, eu preciso te dizer algo — disse Punzel, com um sorriso radiante.

— Não agora, eu só quero ficar com Jack — Elsa insistiu.

— Mas você vai ficar comigo, Elsa, porque eu também te amo! — Jack respondeu, sorrindo, completamente livre da mancha.

Elsa, surpresa e aliviada, respondeu com um sorriso que não conseguia esconder.

— Jack, você fez todo esse sacrifício por mim?

— Elsa, eu te amo — declarou Jack, ajoelhando-se.

— Eu também te amo, Jack, te amo tanto! — Elsa respondeu, abraçando Jack. Eles se beijaram, selando seu amor.

A tempestade amainou, a lua reapareceu, mas o alvorecer já se anunciava.

Restava apenas prender Breu.

Breu apareceu, desafiador, mas foi rapidamente enfrentado pelo grupo unido.

— Mas o que? Jack ainda está vivo? Você tem sete vidas, garotinho? — provocou Breu, surpreso ao ver Jack de pé.

— Estou sim, e mais vivo do que nunca, pronto para me vingar de você! — Jack retorquiu, levantando-se com determinação.

Em seguida, todos se levantaram, unidos contra o inimigo.

— Eu também, Breu. Você vai sentir toda a fúria que guardo! — Elsa exclamou, erguendo ambos os braços, como se levantasse a própria neve do chão, começando a congelar os pés de Breu, subindo pelas pernas, braços, até que Breu estava completamente imobilizado em um gigantesco bloco de gelo mágico, condenado a permanecer assim por mais de mil anos, a menos que a magia de Elsa o liberasse.

Breu, agora prisioneiro de um imenso bloco de gelo, estava praticamente derrotado. O amor havia triunfado sobre o medo.

Com Breu contido, a atmosfera mudou completamente. Jack sobreviveu, Elsa recuperou sua forma normal, e um novo casal emergiu: Soluço e Merida.

Todos se juntaram em um abraço coletivo, selando o momento com um perdão mútuo.

— Me perdoem por tudo — Elsa pediu, humildemente.

— Nós te perdoamos, Elsa — responderam todos, em uníssono, mostrando que, por mais incrível que pareça, a união prevalecia.

— Mas agora acabou, finalmente acabou! — exclamou Noel, aliviado.

O grupo se abraçou ainda mais forte, sob a luz intensa da lua, um sinal do Homem da Lua reconhecendo seus esforços. A noite se completou, a batalha havia terminado, e o amanhecer se aproximava.

— Gente, eu tenho um reino para governar. Vamos todos para Arendelle! — Elsa anunciou, lembrando a todos de suas responsabilidades.

Houve um momento de hesitação, mas Elsa rapidamente transformou-o em celebração.

— Eu convido todos para, daqui um dia, realizarmos um baile de despedida para comemorarmos nossa vitória contra Breu — propôs Elsa.

— Eu topo! — Soluço aceitou de imediato.

— Eu também! — Punzel juntou-se, entusiasmada.

Um por um, todos concordaram, marcando o início de uma nova jornada rumo a Arendelle, desta vez através de um globo de neve, simbolizando o fechamento de um capítulo e o início de outro, repleto de esperança e alegria compartilhada.

Sentimentos CongeladosWhere stories live. Discover now