Capítulo 36

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Jack dirigiu-se ao lago e sentou-se num galho de uma árvore. A noite se aproximava, marcada pela ocorrência de uma lua azul. Enquanto observava a lua, Jack recordava-se do dia em que deu o primeiro beijo em Elsa. Seus olhos encheram-se de lágrimas e, em um monólogo interno, questionou:

— Foi para o bem dela, Jack? Foi para o bem deles? Eles vão ficar bem? Ela vai ficar bem?

Imaginando Elsa ao seu lado, compartilhando da mesma vista, Jack pedia desculpas a si mesmo, sem saber que Elsa planejava se vingar dele.

— Elsa, me desculpe, eu te amo. Se não fosse por Breu, jamais teria dito aquilo. Por favor, me perdoe, Elsa, eu amo você! — falava Jack para si mesmo, enquanto começava a chorar, dominado pelo medo, pelo susto e pela paixão. Ele não conseguia parar de pensar em Elsa e desejava apenas saber se ela estava bem.

Ao avistar Noel, o Coelhão, a Fada do Dente e Sandman vindo em seu trenó, Jack enxugou suas lágrimas e voou em direção a eles.

— O que aconteceu? — perguntou ele.

— Jack, é sobre a Elsa. Ela falou algo para ela, disse que iria pedir perdão a Breu — explicou a Fada.

— Como assim, Fada? — perguntou Jack, assustado.

— Ela disse que iria se desculpar com Breu, que ele estava certo. Foi até ele, Jack. O que você fez com a Elsa? Por que disse tudo aquilo? Ela estava chorando muito.

— Com certeza foi Breu que colocou coisas na cabeça dela. Jack, me explique tudo direito — falou Noel.

— Eu e Breu tivemos uma conversa rápida e...

— Breu? O verdadeiro bicho-papão?

— Claro, Noel.

— E o que ele disse? — perguntou a Fada.

— Ele disse que eu tinha que escolher: ou Elsa ou o medo eterno permaneceria no continente. Não teríamos chance contra seus pesadelos. Eu tive que terminar com a Elsa e dizer tudo o que ele pediu.

— Jack, você é horrível. Como pode tratar a Elsa desse jeito? Agora ela foi atrás de Breu, e sabe de quem é a culpa? Sua! — exclamou a Fada, irritada, pois gostava muito de Elsa.

— Fada, você sabe que a culpa não é dele. Breu o ameaçou — argumentou Noel, percebendo a tristeza de Jack.

— Mas mesmo assim, não precisava dizer tudo aquilo. Eu vou atrás de Elsa, nem que seja a última coisa que eu faça como guardiã.

— Eu vou com você! — exclamou Noel, empunhando suas duas adagas.

— Eu também! — disse o Coelhão.

Sandman acenou em concordância. Jack, com lágrimas nos olhos, raiva e paixão evidentes, afirmou:

— Eu faço tudo por Elsa. Vamos!

— Muito bem, Jack — disse a Fada, abraçando-o.

— Mas antes, vamos buscar Punzel, Merida e Soluço! Eles estão preocupados com a Elsa.

— Isso, Jack. Noel, você ainda tem algum globo de neve?

— Claro. Sou o Papai Noel, sempre preparado para tudo.

Noel então ativou o globo, abrindo um portal para Arendelle.

**Chegando em Arendelle**

— Merida, Soluço, Punzel! — chamou Jack, correndo pelo castelo.

— Jack? O que aconteceu? — perguntou Punzel.

— Elsa está em perigo! Vocês têm que me ajudar.

— O quê? — exclamou Merida, caindo ao chão em lágrimas. Soluço a consolou.

— Punzel, vem comigo. Eu amo Elsa mais do que tudo no mundo. Por favor.

— Claro, Jack — respondeu Punzel, dirigindo-se ao trenó.

— Vocês podem ir. Eu vou com Banguela e levo Merida comigo.

— Certo, agora vamos.

— Soluço! Pense rápido — disse Noel, jogando-lhe um globo de neve — Diga apenas 'Casa de Breu' e ele te mostrará o caminho.

— Casa de Breu? Certo, agora vão.

Todos embarcaram no trenó rumo ao covil de Breu, deixando apenas Merida e Soluço para trás.

— Merida, Elsa vai ficar bem. — tentou tranquilizá-la Soluço.

— Mas ela está com Breu... — respondeu Merida, ainda preocupada.

— Jack a ama demais para deixar algo acontecer com ela. — assegurou Soluço.

— Eu sei, mas...

Ponto de Vista de Soluço

Fiquei com Merida, mesmo sabendo que Elsa estava em apuros. Disse a Merida, tentando acalmá-la, que Jack não deixaria nada acontecer com Elsa, mas ela estava difícil de convencer. Ela me interrompeu, dizendo "Eu sei, mas...". Então, num impulso, dei-lhe um beijo, esperando que isso a acalmasse. Ela é incrível com seu arco, e eu a amo. Terminei com Astrid por causa dela, confessando que meu amor agora era por Merida. Astrid foi embora com Tempestade, e desde que vi Merida, me apaixonei. Ela é a valente que completa minha vida.

Ponto de Vista de Merida

Não sabia o que fazer, apenas eu e Soluço no castelo, ainda não tinha confessado meus sentimentos por ele. E ele tinha terminado com Astrid, possivelmente por minha causa. Quando Soluço tentou me consolar sobre Elsa, ainda estava apreensiva, mas então ele me beijou. Não podia acreditar, ainda estávamos nos beijando. Foi um beijo delicado, que me fez acreditar que ele também gostava de mim. "Ele está me beijando!", pensei, maravilhada, era meu primeiro beijo.

Soluço parou o beijo e pediu desculpas.

— Me desculpa, Merida, não sei o que me deu...
Coloquei meu dedo em seus lábios, dizendo:

— Você fala demais.
Soluço deu um beijo apaixonado em mim e sussurrou:

— Merida, eu te amo.

Sorri amplamente e sussurrei de volta:

— Eu também te amo, mas temos que salvar Elsa. Vamos!

Levantamo-nos rapidamente, fomos para fora do castelo, montamos em Banguela. Soluço disse as palavras que Noel o instruiu, "Casa de Breu", e o portal se abriu. Partimos em direção ao covil de Breu.

Sentimentos CongeladosWhere stories live. Discover now