Capítulo 08

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Jack e Elsa se alimentaram e logo após, Jack dirigiu-se à oficina de Noel.

Levantando-se, Jack deu um beijo simples e rápido em Elsa e caminhou em direção à saída do castelo. Quando estava próximo ao portão, Jack, sem querer, esbarrou em Nevyana, que fingiu cair no chão, simulando dor.

— Nevyana, me desculpe, não foi minha intenção machucá-la — disse Jack, agachando-se para ajudar Nevyana a se levantar.

— Não, não, eu que devo pedir desculpas. Fui eu quem, sem querer, esbarrou em você! — Nevyana expressou com uma voz carregada de dor.

— Vamos, eu te ajudo — Jack ofereceu, segurando no braço de Nevyana e tentando ajudá-la a se levantar. Contudo, Nevyana fingiu estar muito ferida e se jogou no chão.

— Jack, minha perna está doendo muito! Não consigo me levantar! — Nevyana forçou um choro.

— Ah, então vou te levar para dentro do castelo. Mas, deixe-me chamar um empregado para ajudar... — Jack deu um passo à frente, mas Nevyana interrompeu, gritando:

— NÃO, não precisa, Jack. Eu me viro sozinha — tentou se levantar, sem sucesso.

— Não, imagina, vou te levar. Não se levante, pode se machucar mais! — Jack colocou seu cajado no chão e carregou Nevyana nos braços, como os casais fazem em seu primeiro dia de lua de mel. (Sim, podem rir.)

Com Nevyana nos braços, Jack começou a caminhar.

— Para onde você está me levando, Jack?

— Para alguém que saiba o que fazer com você, Nevyana.

— Ai! — ela gritou, fingindo dor. — Não, Jack, me leve para o meu quarto, por favor!

— Tá, ok. — Jack fez meia-volta e dirigiu-se ao corredor onde ficava o quarto de Nevyana.

Passando pela porta do cômodo onde Elsa estava, ela viu Jack com Nevyana e pensou: "Jack, com Nevyana? Talvez ela esteja machucada. Vou verificar o que aconteceu."

No momento em que Elsa se levantou para seguir os dois, Anna a puxou pelo braço.

— Vem, Elsa, tenho algo para te mostrar!

— Mas, Anna...

— Sem 'mas', Elsa, vem logo, por favor!

Confusa, Elsa decidiu acompanhar Anna, pensando que talvez não tivesse acontecido nada sério com Nevyana. Seria apenas um déjà-vu ou algo de sua imaginação. Jack nunca carregaria Nevyana nos braços sem motivo e jamais trairia Elsa. Assim, Elsa decidiu investigar mais tarde e saiu correndo com Anna.

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— Prontinho, Nevyana, agora preciso ir — Jack colocou Nevyana na cama.

— Não...

— O que foi?

— Fica aqui um pouco, Jack. Preciso conversar com alguém.

Jack olhou com desdém, mas concordou.

Sentou-se na beira da cama com Nevyana e conversaram por cerca de cinco minutos.

— Jack?

— Sim, Nevyana?

— Estou com sede.

— Deixa que eu pego água para você.

Jack foi até uma mesa onde havia uma garrafa e um copo de vidro. A água estava fresca. Ele encheu o copo e levou até Nevyana.

Nevyana bebeu a água, colocou o copo na mesa e chamou Jack.

— Jack, vem aqui.

— O que foi, Nevyana?

— Preciso te dizer uma coisa!

Jack se aproximou, ficando a menos de um metro dela. Nesse momento, Nevyana levantou-se rapidamente da cama e, com seus braços, puxou Jack, que caiu na cama, e Nevyana deitou-se sobre ele, beijando-o. Jack tentava se desvencilhar, mas ela o pressionava.

Enquanto ela o beijava, Jack era inundado por pensamentos negativos, como se o próprio Pitch Black estivesse fazendo-o ter pesadelos acordado.

Jack sentiu a angústia de um pesadelo sobre sua própria morte como se estivesse acontecendo novamente.

Até que alguém entrou pela porta, falando com uma voz embargada de choro, de alguém profundamente ferido pelo que viu.

— Jack! Nunca imaginei que você seria capaz de me trair! — a porta se fechou com um estrondo.

Quando Nevyana ouviu, parou de imediato. Jack conseguiu sair de debaixo dela, olhou nos seus olhos com uma expressão de raiva e desprezo. Ela merecia o pior!

— Sua louca, vai embora e nunca mais volte aqui — Jack repreendeu, dando-lhe um tapa que deixou a marca de seus dedos. Apesar de reprovável, Jack sentiu que não havia outra opção.

Jack dirigiu-se à porta, mas Nevyana, com ódio, congelou a fechadura e trancou a porta, impedindo a saída de Jack.

— ABRE ESSA PORTA AGORA, NEVYANA! — Jack gritou, desesperado.

— Não, por que eu faria isso, meu querido? — provocou Nevyana.

— Abre logo!

— Nunca. Você será meu, Jack.

— Jamais! E abre essa porta agora, ou você vai se ver comigo! — Jack se aproximou de Nevyana, segurando-a pelo pescoço com força.

— Haha, até parece que Jack Frost vai matar a filha de seu pior inimigo.

Jack soltou Nevyana.

— Meu pior inimigo?

— Isso mesmo, Jack — disse Nevyana.

— Pitch Black — Jack falou, assustado.

— Exatamente, Jack. Sou a descendente de Pitch, sua primogênita, e a pessoa que vai te fazer enlouquecer.

— Isso não pode ser verdade — disse Jack, baixando o tom de voz.

— Então, faça algo errado e veja!

Uma nuvem negra encheu o quarto, tornando-o escuro e frio.

— Sua louca! Morra!

— Só depois de vingar meu pai. Então, poderei descansar.

— Então, vou ter que te matar, porque você nunca vai vingar seu pai!

— Veremos!

— Sua maldita!

— Cuidado como fala comigo! — disse Nevyana.

— Sorte sua eu não estar com os Guardiões e sem meu cajado.

— Eles não podem me tocar.

— Ah, mas podem, Nevyana. Ah, se podem!

— E meu nome não é Nevyana!

— Não me importa. Abre a porta agora, Nevyana!

— Me chamo Bewesla! (leiam Biuisla) E só abro se você prometer ser meu!

— Nunca!

— Oh, Jack, escolha: ou você e Elsa morrem, ou você fica comigo. E mais uma coisa, não conte a ela, ou eu a torturarei todos os dias de sua vida — disse Bewesla, com um riso maligno.

— Eu te odeio! — Jack, pela primeira vez, atingiu uma mulher, fazendo-a sangrar e desmaiar. Mas foi em legítima defesa. Nada mais importava além de Elsa; Bewesla era a personificação do mal.

Bewesla desmaiou.

Jack arrombou a porta e saiu em busca de Elsa para esclarecer tudo!

Sentimentos CongeladosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora