Capítulo 38

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Jack olhou para as palavras na parede: "Eu odeio Jack". Era só isso que ecoava em sua mente.

Lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Jack enquanto ele fixava o olhar naquelas palavras. —"Elsa não me ama, mas eu sou capaz de dar minha vida para salvar a dela,"— murmurou ele, um misto de tristeza e determinação em sua voz.

Breu, colocando a mão no ombro de Jack, falou:

— Oh, meu querido amigo Jack, eu tentei te avisar. Você não acreditou em mim. Não chore; ela não te amava. Agora que você sabe que eu não minto, junte-se à minha tripulação. Seríamos invencíveis!

— Breu, não insista! Eu ainda amo Elsa, e isso é o que importa. Se ela não me ama, farei com que ela me ame. Eu vou conquistar o coração dela. Mas, por favor, só me diga, onde ela está?

— Por que eu te diria isso de novo? Acabei de dizer que ela está lutando contra os guardiões por mim! Mas você não acredita! —falou Breu, com uma expressão forçadamente triste.

— Breu, eu imploro com todas as minhas forças: não atinja Elsa com a areia do medo. Por favor, me atinja, mas poupe-a. Eu te imploro!

— Vou pensar no seu caso. Mas por enquanto, já que você insiste em não acreditar que seus amigos estão com Elsa, e ela está praticamente os derrotando, deixa eu te dizer: Elsa não te ama!

***

— Elsa? O que aconteceu com você? —perguntou a fada, chorando, desesperada, temendo se aproximar de Elsa.

— Nada aconteceu comigo, fadinha! Melhor você vigiar suas fadinhas, pois eu posso capturá-las a qualquer momento, assim como Breu fez! —respondeu Elsa, olhando para as três fadinhas que acompanhavam a Fada.

Rapidamente, as fadinhas se esconderam no bolso de Noel, que estava aprisionado.

— Ah, queridinhas fadinhas do dente, adianta se esconder de mim? Com Noel aqui, será ainda mais fácil capturá-las.

— Elsaaa! —gritou Merida, aos prantos. —Você nunca agiu assim!

— Até você está aqui, selvagem! E olha só, o adorável Soluço com seu dragão cuspidor de fogo! Que tocante!

— Elsa, por favor, pare com isso. Eu sei que a verdadeira Elsa está aí, em algum lugar —disse Punzel.

Elsa hesitou por um momento, mas quando Punzel tentou se aproximar, Elsa fez um gesto com a mão, e a tira na boca de Punzel a sufocou até ela desmaiar.

Merida gritou, apavorada:

— Não, Punzel!

***

Jack ouviu o grito de Merida e murmurou baixinho:

—Essa não! —Jack falou.

—Jack, você não vai salvar sua ex-namoradinha, a tal de Punzel? Sabia que Elsa a fez desmaiar por asfixia?

Jack ficou sério, e, mesmo com lágrimas nos olhos, sua preocupação com Rapunzel era evidente. Apesar de não ter nada a ver com ela, ainda assim se preocupava. Afinal, ele era um guardião; era seu dever proteger!

— Tá esperando o quê para ir lá pra cima? Se você soubesse que Fada será a próxima, não estaria aqui parado! —disse Breu, que já sabia da sequência que tinha planejado para Elsa enfrentar os guardiões.

Jack rapidamente voou em direção à superfície.

Breu fez um sinal com a mão e, de sua areia, criou um arco de pesadelos (como fez para o Sandman) e disse:

— Ah, Jack, se você soubesse que, a partir de hoje, a vida de Elsa terminará quando eu a atingir com esta flecha de areia do medo! Elsa morrerá, o medo será seu inimigo, e assim, Jack também perecerá. O medo sempre vence, e sem guardiões, restará apenas o medo da escuridão. E dessa vez, vai funcionar!

Breu riu com uma malevolência profunda.

***

Jack chegou à superfície e manteve-se um pouco afastado do local onde Elsa estava lutando. Ele começou a ponderar sobre o que fazer.

—Eu preciso falar com Elsa. Ela tem que voltar ao normal. Eu a amo. Nem que eu tenha que morrer por ela. Ela é mais importante. Preciso chegar até lá. Mas... e se ela me atacar? O que eu farei? Não posso simplesmente ir até lá.

A distância entre Jack e o local onde Elsa estava era pequena, mas as árvores impediam que ela visse Jack.

Pensamentos tumultuavam a mente de Jack:

—Ela está ali, mas... ela não é mais a minha Elsa. Não posso simplesmente ir até lá. Preciso ficar aqui, mesmo sabendo que Rapunzel está desmaiada e Noel está preso naquela prisão de gelo. Eu tenho que resistir. Não vou deixar nada acontecer com Elsa.

—"Não entendo, por que Elsa escreveu aquilo na parede? Será que ela realmente não me ama?"—

Se Jack soubesse que Elsa é apaixonada por ele mas, preocupações maiores ocupavam sua mente:

— Fada será a próxima, e certamente, com Merida e Soluço juntos, eles serão os próximos alvos. Banguela, sem dúvida, será depois deles. E o Coelhão... ele é praticamente o penúltimo. Ele é meu amigo; não posso deixar que nada aconteça com ele. E o Sandman! Sand... é isso! Será que Sand vai conseguir resistir a Elsa? Ele tem que conseguir. Ele vai conseguir. Espera... e se Sand não conseguir?

Jack falava consigo mesmo, batendo a cabeça na árvore em frustração.

— Jack, onde foi que você se meteu? Não era para mim ter me apaixonado por Elsa. Nunca!

Em meio à sua tormenta de emoções, Jack sabia que tinha que tomar uma decisão. Proteger os guardiões e tentar salvar Elsa, ou ceder ao desespero de não poder fazer nada. A luta interna era tão intensa quanto a batalha que se desenrolava diante dele. A decisão de Jack, seja qual fosse, definiria o rumo dessa guerra entre o amor e o medo, entre a luz e a escuridão.

Sentimentos CongeladosWhere stories live. Discover now