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Bárbara
Coloquei o último prendedor na peça escura, pegando o cesto do chão e caminhando para a entrada dos fundos da cabana. André estava cortando algumas toras de madeira para usarmos como lenha, já que o inverno estava muito próximo. Passei por ele e dei um beijo em sua bochecha, sorrindo quando ele notou minha presença e subindo os degraus, entrando em casa. Deixei o objeto de minhas mãos no chão e respirei fundo, tomando coragem para ir até o porão e começar o meu dia de trabalho. Coloquei em uma garrafinha um pouco de água e destranquei a porta, acendendo a luz vermelha para avisar ao meu namorado que eu estava lá. Assim que ela se fechou atrás de mim, desci as escadas e iluminei o ambiente, observando através dos pequenos televisores todos os ângulos da propriedade.
Sentei-me na enorme cadeira estofada e busquei o pequeno gravador na gaveta da escrivaninha, pegando também o meu caderno e minha caneta. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e encarei a segunda porta, abrindo a mesma. Os olhos de Addison foi a primeira coisa que vi ao entrar na sala, logo a sua agressividade em tentar sair da área de contenção foi a segunda coisa que notei.
— Bom dia, Addie — direcionei um sorriso a zumbi, pegando a cadeira no canto e me sentando ao lado dela — Como foi a sua noite? Está com fome?
Apertei o botão que liberava comida a ela, que rapidamente se jogou contra a comporta e começou a comer a carne crua. Anotei todo o seu comportamento inicial em meu caderno, nos mínimos detalhes. Se tudo corresse bem, hoje eu iria descobrir a cura para essa doença.
— Hoje é o grande dia, ansiosa? — perguntei, pegando a ampola que eu havia desenvolvido todos esses meses e caminhando até a grade — Eu estou.
Injetei a agulha no vidrinho e tirei uma certa quantidade dele, injetando o antígeno no seu soro que ficava pendurado do lado de fora. Voltei a me sentar de frente para onde ela estava, na expectativa de ter alguma mudança em seu humor ou estado físico. Rapidamente ela se afastou da comida, olhando para suas próprias mãos. Ajeitei minha postura, arrumando meus óculos para eu poder enxergar melhor. Addison olhou ao redor e pareceu não me ver ali, ela procurava por algo. Seus passos rápidos até a grade me assustaram, ainda mais por ela balançar as barras de ferro com tanta força. Novamente sua expressão mudou e como se tivesse acordado de um transe, a zumbi se jogou mais uma vez no chão e voltou a fazer sua refeição.
Soltei o caderno frustrada em cima da mesa e me retirei, balançando a cabeça com raiva. Por um momento ela parecia ter voltado, parecia ter consciência de seus atos, mas isso durou tão pouco. Eu estava no caminho certo, precisava apenas dos cálculos precisos. Estava prestes a tentar mais uma rodada quando o alarme de invasão soou, trazendo-me de volta a realidade. Pequei o meu rádio no casaco e chamei por André.
— André, está tudo bem? — perguntei, juntando minhas papeladas em apenas uma pasta.
— Barb, a cerca caiu — escutei os tiros ao fundo — São muitos, temos que abandonar o local.
