Capítulo Dezenove

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Jocelyn me balançou, sussurrando para que eu acordasse. Abri meus olhos lentamente e respirei fundo, me levantando.

- Nós já vamos? - perguntei.

- Sim, comandante Scott pediu para que eu reunisse todos e levasse os civis para o Hall do prédio.

- Tudo bem. Vamos lá! - arrumei meu cabelo e coloquei a arma no ombro, caminhando até a saída da sala. Virei para os outros que estavam no lado de fora e pedi para que eles descessem e ficassem de vigia na porta do prédio. - Onde está o comandante? - perguntei a Jocelyn, que me seguia até o banheiro.

- Está no andar de baixo conversando com os outros oficiais na capital.

- Certo. - tirei a farda e em seguida o curativo, revelando um ferimento mais normal.

- Você foi baleada? - perguntou.

- Sim, ontem na hora que eu estava abaixada com Miguel. - molhei um pano e passei em volta dos pontos - Você sabia que Scott é médico?

- Não, eu não sabia.

- Ele que me ajudou a tirar a bala do ombro e fechar o ferimento. - coloquei outro curativo e tomei o remédio para dor que Júlio havia me entregado. - Eu fiquei tão surpresa quanto você.

- É, ele não tem pinta de quem é médico. - sorriu - Vamos lá?

- Vamos. - coloquei a farda e a ajeitei, voltando para a sala - Você fala ou eu?

- Pode falar.

Apenas acenti e olhei ao meu redor, vendo aqueles pessoas conversando preocupadas umas com as outras.

- Pessoal! - os chamei e todos viraram suas cabeças em minha direção, prestando atenção nas palavras que eu pronunciaria. - Por favor, recolham suas coisas e venham para os corredores, pois iremos partir. - me virei para a Jocelyn e olhei em seus olhos - Desça pela escada com mais dois soldados e esperem eles nos elevadores. Já estamos descendo.

Ela acentiu e chamou os soldados passando pela porta que dava acesso às escadas. Caminhei até o elevador e fiquei parada ao lado, esperando que todos viessem até mim. Como tinha dois elevadores, ficaria mais fácil e rápido o deslocamento dos civis. Peguei os dez primeiros e os coloquei no elevador, pedindo para que dois soldados fossem juntos.
Logo depois de chamar o segundo elevador, coloquei mais um tanto de gente e desceram. Havia sobrado só mais cinco civis e três soldados contando comigo. O primeiro elevador subiu e juntos fomos para o Hall de entrada. Jocelyn pedia para que eles permanecessem em silêncio, pois se não iria chamar atenção dos bichos que estavam do lado de fora. Nós estávamos em quarenta e dois, contando com todos. Seriam dezessete soldados protegendo vinte e cinco pessoas em defesa. Respirei fundo e pedi para que alguém fosse avisar o comandante que já estávamos esperando eles para partirmos. Eu estava nervosa, tinha um pressentimento ruim em relação a essa partida, mas não podíamos fazer e nem opinar em nada. Eram as regras da capital.

Mason e os outros apareceram pelas escadas e se juntaram a nós, que ficavam em um silêncio absoluto, enquanto esperavam as seguinte ordens. Eu não tinha conferido a lista dos sobreviventes e faria isso mais tarde.

- Nós vamos partir para o prédio que pertencia a um órgão público mais próximo e montaremos um acampamento fixo lá. O general disse para que metade do grupo saísse em busca de mais sobreviventes, enquanto o outro fixava de proteção no edifício. Essas são as ordens. - comunicou aos soldados - Temos que partir. - passou por mim, batendo de leve seu ombro no meu e de propósito, caminhando para fora do prédio.

- Vamos pessoal. - fiquei por último, esperando que todos passassem por mim. Não queria conversar com Scott, ou quase com ninguém, mas Jocelyn ficou ao meu lado e mantinha uma conversa normal.

O meu relógio começou a apitar, indicando que já estava na hora de tomar o meu remédio diário.
Quando eu era criança, meus pais não ligavam muito em relação a comida e ao invés de eu comer algo saudável, eu comia muita porcaria. Foi aí que eu adquiri a famosa doença do açúcar, popularmente conhecida como diabetes. Depois de todo o tratamento, eu não precisava tomar mais nada, mas ele foi interrompido e a doença voltou. Não é tão grave quanto as outras, mas eu tenho que me cuidar. Apertei o botão para que o bip parasse e busquei a seringa dentro da farda. Ela já estava com o remédio e seria mais fácil aplicar. O casaco foi amarrado em minha cintura igual antes e a ponta da minha regata foi levantada exibindo só um pedaço da pele do meu abdômen. Posicionei a seringa ali e pressionei o tubinho, injetando o líquido no meu corpo. Guardei a seringa dentro do bolso e reposicionei minha arma, voltando a minha posição inicial.

- Você não parece ser doente. - Jocelyn disse.

- Eu fazia tratamento, mas agora ela voltou. - não olhei para o seu rosto, mas pude ver o quanto ela estava surpresa - É comum Jocelyn.

Ela não disse nada, apenas virou seu rosto para frente e ficou em silêncio a maior parte do tempo. Adriano se aproximou de nós com Luciano e disse para irmos na frente com os outros.
Logo depois de uma hora de caminhada, todos já estavam ficando cansados e desidratados debaixo daquele sol quente.
No momento em que passamos na avenida principal do Rio, vimos um bando de zumbis praticamente correndo na nossa direção. Scott passou para trás e ajudou os meninos a atirar naqueles bichos. Ouvimos explosões vindas do prédio ao lado e logo destroços caíram na nossa frente, separando o grupo em dois. Pedi para que os civis ficassem em silêncio e corri até o monte de entulho que estava servindo como barreira para nós. Assim que Scott viu que eu estava atravessando para ajudá-los, ele gritou, mas com o som das armas. Eu não conseguia ouvir nada. Joguei alguns silenciadores na direção deles e tirei meu arco das costas, disparando várias flechas em meu próprio tempo recorde. Ele me olhava confuso e ao mesmo tempo com medo. Assim que os barulhos foram cessados por causa dos silenciadores. Ele voltou a gritar.

- Vão! - fez alguns gestos com a mãos - Vocês precisam ir ao órgão público mais perto. Leve os civis em segurança. - começou a ajudar os civis que estavam do seu lado da barreira a passarem para o nosso. - Por favor Bárbara, tire eles daqui.

- Não, nós não podemos deixá-los aqui para morrer.

- Nós não vamos morrer.

- Mas são muitos.

- Vão logo. - me entregou alguns aparelhos e uma lista - Isso aqui te ajudará. Nós iremos nos reencontrar em breve, mas enquanto isso não acontece, você está no comando agora. - sorriu - Vão! É uma ordem!

Eu olhei no fundo dos seus olhos e comecei a escalar a barreira de volta, talvez me despedindo dele. Assim que pousei meus dois pés no chão, Jocelyn e mais três soldados me encaravam, esperando algo vindo de mim.

- Nós temos que ir.

***

Olá queridos, como vão?

Eu estou ótima e morrendo de saudade de vocês!

Bem, tenho algumas novidades. Eu vou fazer o segundo livro dessa série....*palmas*
Não posso divulgar nada agora, mas isso é certeza.

Bem, estou com o planejamento de mais uma história. (romance...awwn)
Ela de chama "Uma Rosa Com Amor" e conta a história de amor entre Matthew e Emilly.

Tenho certeza de que irão gostar.

Outra coisa, é que farei de tudo para postar essa semana ainda, mas com o feriadão, vai ser difícil.

Bem meus amores, é isso.

Um beijo e até breve!

Depois da Meia Noite Where stories live. Discover now