Capítulo Vinte

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Ao cair da noite, conseguimos chegar ao primeiro prédio que era do governo antigamente. Revistei o prédio inteiro e não encontrei nada, o que era muito estranho, mas pedi para todos se acomodassem para passar a noite. Havia esfriado, o que também não era uma coisa comum naquela época do ano e como estávamos desprotegidos por causa disso, tivemos que arranjar um jeito de nós manter aquecidos durante a madrugada. Enquanto todos descansavam, apenas eu e mais dois soldados estávamos analisando os objetos e papéis que Scott havia me entregado.

- Ele disse que voltaria em breve, mas eram muitos e tenho certeza de que isso não vai acontecer. - Luciano disse - Tudo bem que ele era um ótimo soldado, assim como todos os outros, mas até eu não conseguiria.

- Eu concordo - Jocelyn disse. - Mas temos que esperar.

- Sinceramente, eu não sei o que fazer.

- Você tem que pensar em todos Bárbara. É você que está no comando agora.

- Eu sei. - me sentei na cadeira e respirei fundo - Vocês podem dar uma olhadinha nesses papéis? Vou avisar a capital e pedir para mandarem transporte para eles.

Ambos concordaram e se voltaram para a mesa a sua frente. Peguei o telefone e caminhei para longe deles, discando o número que estava no papel.

- Capital. - alguém falou do outra lado da linha.

- Aqui quem fala é a soldado Albuquerque. - falei - Estou no grupo de patrulha do comandante Mason Scott e tenho um pedido a fazer.

- Soldado, quem está falando é o general Scott. - Uma voz grossa faliu do outro lado - Pode me explicar o que está acontecendo? Onde está seu comandante?

- Senhor. - o cumprimentei - Nós sofremos um ataque hoje cedo e o grupo foi divido em dois. Para proteger os civis, o comandante passou seu posto para mim e pediu para que eu seguisse a ordem da capital, que era chegar ao órgão público mais próximo. Conseguimos realizar essa tarefa e peço ajuda com o transporte dos sobreviventes.

- Nós mandaremos um ônibus agora mesmo. - ele disse - Onde vocês estão?

- Estamos na prefeitura senhor. Temos mais de vinte civis para transportar.

- Certo. Espero que o grupo seja completado o quanto antes. Se tiver mais algum pedido comandante, é melhor falar agora.

- Era só isso senhor. - respirei, olhando para cima - Peço permissão para trazer suplementos.

- Permissão concedida. - e desligou.

Guardei o aparelho no bolso e voltei para o local onde eles estavam.

- Encontraram alguma coisa? - perguntei.

- Nós riscamos o número de pessoas resgatadas da lista da capital. Encontramos oito de vinte.

- Certo. - peguei a minha própria lista e preenchi os nomes - Confirmaremos isso pela manhã.

- Vão mandar transporte? - Luciano perguntou.

- Sim. - arrumei meu cabelo - Pelo menos isso vão fazer. Vocês sabem alguma coisa sobre o general Scott?

- Eu sei que é ele que comanda toda a capital e além disso, ele é pai do Mason.

- Eu imaginei. - balancei a cabeça - Ele ficou um pouco aflito quando contei do incidente.

- Soube que eles nunca foram próximos, mas pai é pai. - ele sorriu - Vamos, precisamos descansar.

Eu realmente precisava descansar. Me levantei e caminhei para o lugar que havíamos reservado para todos os oficiais dormirem. Me deitei no sofá e ajustei uma das almofadas no meu pescoço, fechando meus olhos e tentando pegar no sono. Foi difícil pregar os olhos, ainda mais com tanta preocupação que rondava minha vida. Eu estava preocupada tanto com a vida dessas pessoas, tanto com a vida de Mason e os outros soldados. Se alguma coisa acontecer com eles, eu não sei o que vai ser de mim, pois não sou boa em liderança. Não consigo nem cuidar da minha própria vida, imagina dos outros. Meus pais, do jeito que são, devem estar preocupados. Não demos notícias a três dias. Apesar do meu irmão ser um bom soldado, eu ainda temo por ele. Tenho medo de que algo de ruim possa ter acontecido com sua pessoa.

Depois da Meia Noite Where stories live. Discover now