Capítulo Trinta & Cinco

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Mason

Ela estava tão linda naquela posição. Seus braços estavam envoltos ao meu corpo e seu rosto enterrado em meu peito. Seus cabelos ruivos caiam graciosamente pelo ombro, indo de encontro com as costas. Pela primeira vez, eu senti que ficaríamos bem, independente do que fosse acontecer.

Minhas expectativas se falharam quando fui convocado pelo general. Sua proposta foi recusada na mesma hora, mas eu sabia que Terrance Scott nunca aceitaria um "não" como resposta. Ele era assim quando eu era criança e vai continuar sendo assim até o resto de sua vida.

- Você precisa ajeitar essa situação Mason - ele me olhou frio como sempre - Não sei por quanto tempo terei de ouvir o Conselho falando de suas medidas irresponsáveis e seu relacionamento com a tenente Albuquerque.

- Meu namoro com Bárbara não é da conta do Conselho, senhor. - falei ríspido - Se me chamou aqui para isso, não vai ser hoje que teremos essa conversa.

- Sabe Mason, eu te criei muito bem para saber quando está tenso ou com medo. Sei que nesse exato momento, você quer socar algo, mas eu te garanto filho, não vai ajudar em nada. - olhou para o meu rosto - Chame a tenente Albuquerque quando sair. - e voltou a mexer com a papelada, me ignorando por completo.

- Não posso fazer o que está me pedindo pai. Você faria isso com a mamãe?

- Se fosse preciso para salvar humanidade, sim, eu faria.

Foi o suficiente para que eu saísse dali e não voltasse tão cedo. Como ele faria isso com a própria esposa? Realmente, General Scott é um monstro.

Assim que entrei na sala de treinamento, fui para onde eu sabia que ela estaria. Por alguns instantes, eu a observei eliminar seus alvos com tamanha precisão, que era difícil de identificar quantas flechas ela disparava por minuto.
Passei pela porta e ela se assustou, olhando-me e sorrindo ao me ver.

Quando contei que o general queria vê-la, seu humor mudou drasticamente, porém percebi que ela tentava se manter no controle.
Enquanto caminhávamos para os portões do inferno, me pegava pensando na maldita proposta de mais cedo, o que para mim, já teria dito esquecida, mas eu não estava conseguindo.

Precisava pensar no que fazer, no que planejar para mantê-la a salvo. Se eu recusasse, com certeza, ela seria uma mulher morta.

Respirei fundo mais uma vez e ela olhou-me, soltando minha mão assim que chegamos a frente a sala dele.

- Vou entrar sozinha. - se virou e bateu na porta, abrindo logo em seguida quando ouviu um "pode entrar."

Bárbara

Ele me olhava raivoso, com as mãos cruzadas no colo, esperançoso por me ver ali.

- O senhor queria falar comigo?

- Sente-se.

Sentei-me na cadeira a sua frente ereta, esperando o que ele realmente queria comigo. Ficamos nos encarando por longos dois minutos, até eu mudar de posição na cadeira e cruzar os braços.

- Vou direto ao ponto, tenente. - levantou-se e caminhou de um lado para o outro - Mason nunca foi um filho pródigo, sempre rebelde, revoltado, muito parecido comigo, na verdade. Debaixo daquela casca toda, ele tem muito da mãe.

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