Capítulo 5

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Foi como ver as estrelas em um dia de céu estrelado

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Foi como ver as estrelas em um dia de céu estrelado. Não temos um privilégio desses desde quando tudo isso começou. Estrelas, pássaros, ou qualquer fenômeno natural que antes era uma coisa muito comum de se ver, hoje virou uma raridade. As meninas dormiam tão pacificamente que foi um tormento olha-las por três segundos. Como podem dormir tão bem com algo como esse acontecendo por trás daqueles portões? Elas estão tentando viver e não sobreviver como eu.

Foda-se!

Virei meu rosto novamente para a janela e voltei a observar as densas nuvens no céu, esperando a hora para tornarem a ser as nuvens branquinhas no céu azulado. Fazia quase cinco meses que não chovia.
Incrivelmente, eu pude pegar no sono e dormir pacificamente depois de tanto tempo dormindo em carros abandonados no meio da estrada e se protegendo de mortos vivos que estavam loucos para nos comer. É estranho, mas senti como se fosse um sinal, como se fosse o André que estava cuidando de mim.

Acordei sobressaltada quando ouvi duas sirenes serem tocadas no lado de fora do quarto. Peguei minha faca em cima da cômoda e me levantei, destravando a porta e olhando o corredor.

— Relaxa Bárbara, é só o alarme avisando que está na hora de descermos para tomar o café. — Mel passou por mim com uma toalha na mão, indo para o final do corredor onde ficava o banheiro. Peguei as minhas coisas e a segui, sendo observada pela Milli, que vinha logo atrás de mim.

Assim que entrei no banheiro, vi os boxes sendo separados por uma cortina e suas paredes. Tirei minhas roupa no banheiro, me enrolei na toalha e entrei na fila para tomar o banho. Em menos de vinte minutos já estava na água quente e meu banho durou dez minutos ou até menos, mas foi um banho que mudou os meus conceitos naquela manhã.
Coloquei o uniforme de treinamento básico, que era uma bermuda de laycra preta, uma blusa verde escuro regata e um tênis preto. Deixei meu cabelo solto para secar e juntas, fomos para o refeitório.

— Você está bem? — Daniel perguntou, assim que me viu.

— Estou sim e você? — coloquei as coisas na bandeja e me virei em sua direção.

— Estou.— respirou fundo, abrindo um sorriso — Conheci ótimos rapazes no meu dormitório e acho que podemos nos enturmar aqui.— ele disse e pela primeira vez eu vi em seus olhos esperança.

— Também conheci duas meninas que dividem o quarto comigo. Elas são muito legais e simpáticas, mas ainda sim é difícil me acostumar a vida civilizada novamente. — dei de ombros, olhando para os meninos — Acho melhor você ir, eles estão te chamando.

Ele beijou minha testa como uma forma de despedida e se distanciou, indo até uma mesa afastada com seus amigos. Olhei a minha bandeja verificando se tudo estava ali e caminheu até as meninas, que escolheram uma mesa ao fundo do refeitório.

— Quem era ele Bárbara? — Mili perguntou e seus olhos brilharam ao falar dele.

— Daniel, meu irmão. — dei um sorriso e ela ficou vermelha — O que foi? Olhar não tira pedaço e ele também está solteiro. — dei uma piscadela, dando uma mordida em meu sanduíche.

Depois da Meia Noite Where stories live. Discover now