Capítulo Dezessete

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- Eu achei que você era gay. - comentei, ainda surpresa logo depois que nos separamos.

Ele me beijou novamente, só que dessa vez com mais pressa, sorrindo logo em seguida.

- Te provei que não sou gay?

- Com certeza. - dei um sorriso e desci da pia, olhando para sua imagem através do espelho - Desculpe se eu o ofendi.

-Não fiquei ofendido. - pegou a mesma toalha que eu e passou pelo seu corpo, tirando toda a minha concentração. -Eu é que tenho que pedir desculpas por ter te beijado. - me olhou.

- Eu não disse que não gostei. - peguei minha bolsa do chão e o olhei, me divertindo com a sua reação, que ao mesmo tempo era de surpresa e desejo - Obrigada mais uma vez. - me virei e voltei para onde os outros estavam.

Caminhei até a grande janela de vidro e respirei fundo, percebendo que daquele lugar, tinha uma vista perfeita do local onde nós estávamos.
Eu não neguei o beijo, eu sei, mas de alguma forma, senti que estava devendo algo à alguém. Victor talvez.
Nós podemos não ter um relacionamento sério, mas eu prometi que iria tentar e bem na primeira oportunidade isso me acontece. Como eu posso tentar depois de sentir um beijo daqueles? Como?

- Você está muito pensativa. - Jocelyn se aproximou e parou ao meu lado - Dizem que quando você fica pensativa, sempre acontece algo ruim.

- De fato pode ser verdade, mas se eu não pensar, quem irá fazê-lo? Eu só quero ir pra cada sabe? Minha casa de verdade, trazer meu namorado de volta e ter minha vida novamente. Será que todos fizemos algo de tão ruim para merecer isso?

- Meu pai dizia que Deus já estava cansado de toda essa porcaria.

- Pode até ser, mas o Deus que eu conheço, nunca faria algo assim.

- Talvez não, mas nunca podemos deixar de ter algumas possibilidades. - colocou a mão no meu ombro - Como alguma coisa. Scott disse que só partiremos amanhã cedo, pois alguns feridos precisam de assistência médica e a capital disse que mandaria helicópteros suficientes para transportá-los em segurança.

Ela se foi, me deixando novamente com meus pensamentos. Fiquei mais uns vinte minutos naquele mesmo lugar e resolvi fazer uma das coisas que ela havia dito. Comer. Eu necessitava de comida.
Em uma mesa no canto da sala havia uma mesa cheia de suplementos oferecidos pelos refugiados. Peguei uma prato de plástico e o enchi de tudo o que eu queria comer. Caminhei para a parede de vidro novamente e me sentei, encostando as costas na parede de concreto e olhando para a paisagem ao meu redor. Dei minha primeira garfada, acabando com o prato em minutos. Busquei outra garrafa de água na mochila e tomei uns três goles, me levantando e caminhando até o terraço.

Encaixei meus fontes no meu ouvido e coloquei a primeira música que veio a minha cabeça: Livin' On A Prayer do Bon Jovi começou a tocar, levando-me para o melhor dos mundos.
Cantarolar um pouco, ainda olhando para o céu.

We've got each other and that's a lot
(Nós temos um ao outro e é isso que importa)

For love - we'll give it a shot
(Por amor - nós vamos acabar com isso!)

Oh, we're half way there
(Oh, estamos quase lá)

Whoah, livin' on a prayer
(whoah, vivendo a base de uma prece)

Take my hand, we'll make it, i swear
(Pegue minha mão, nós vamos conseguir, eu prometo)

Whoah, livin' on a prayer
(whoah, vivendo a base de uma prece)

Depois da Meia Noite Where stories live. Discover now