I never thought that I'd be here

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Johannah destrancava a porta de entrada da casa e fechava os olhos quando Lottie passava correndo para ser a primeira a tomar banho. Fizzy revirava os olhos, mas continuava acompanhando os passos da mãe, tirando o casaco e dando um sorriso de lado.

"Você está cansada?" Fizzy perguntou quando a mãe suspirou "O dia foi realmente cansativo..."

"É difícil, você sabe, ver seu filho ser preso..." Johannah falou e depois pensou um pouco "Bem, você não sabe!" Ela sorriu e a filha fez o mesmo, descendo o olhar para o papel nas mãos da mãe "Darwin me entrou hoje!"

"Ele é bem bonitinho, certo?" Fizzy comentou e Johannah arregalou os olhos "Eu digo, tem gente que deve achar isso, como, você sabe... gente da idade dele! Ah, mãe! Eu posso achá-lo bonito sim!" Ela cruzou os braços.

"Se você quiser tomar banho, é bom apresar sua irmã, Lottie gosta de fazer uma turnê inteira quando entra no banho!" Johannah comentou e Fizzy subiu as escadas, correndo para porta do banheiro e começando a gritaria mandando a irmã andar logo.

Johannah sentou no sofá, soltando um longo suspiro enquanto rasgava o envelope da carta. Ela sabia que era algo que William tinha escrito, mas preferiu não atiçar a curiosidade da filha lhe contando essa informação.

Querida mamãe,

Espero que você não fique chorando por dias, ou semanas. Ainda é estranho imaginar que para você estar lendo essa carta, eu preciso estar morto. Então se eu morri, como obviamente deve ter acontecido, não chore, por favor.

Eu espero que eu não tenha trocado meus pés pelas mãos e perdido tudo que já conquistei até agora, eu digo, eu estou escrevendo essa carta com uma taça de champanhe ao meu lado, isso depois de jantar lagosta. Mamãe, você lembra como eu dizia que ainda ia comer lagosta em um iate? Bom, hoje eu tenho um iate que se chama lagosta. Me desculpe por ser péssimo escolhendo nomes.

Essas cartas são parar dizer um adeus, certo? Confortar você pela minha perda, mas eu não sei como fazer isso muito bem. Então vou dizer o que eu quero, já que não se pode negar os pedidos de um morto.

Eu quero que você tenha tudo que merece, então se você não recebeu quase tudo que é meu, tem algo errado com meu testamento. Eu sei que você sempre tentou me mimar e mesmo que o ninguém entendesse, eu sabia o motivo de você querer fazer isso. Na noite que o papai foi embora, que ele estava na porta, pronto para nos deixar, ele fez um ultimo pedido, ele queria levar o Louis. Não era nenhum de nós, apenas o Louis. Você me viu na escada, ouvindo aquilo e quando expulsou o papai, negando o pedido dele, começou a me tratar diferente, sempre tentando me fazendo sentir mais especial, como se eu fosse importante também, porque você viu como eu fiquei triste em meu pai querer meu irmão gêmeo, mas não me querer.

Talvez depois com o tempo eu tenha tirado proveito disso, eu digo, era bom ter sempre o maior pedaço da torta do natal. Mas eu não quero que você pense que não foi o suficiente, sabe, com tudo que eu fiz depois disso, não pense que era sua culpa, porque em momento nenhum eu não me senti especial com você por perto, eu sempre me senti tão amado quanto o Louis, Fizzy ou a Lottie, que sabemos que é sua favorita porque ela nunca reclama dos temperos que você coloca na comida.

Eu só quero agradecer, você sempre foi a melhor mãe do mundo e eu realmente espero que agora você fique bem com o que eu te deixei. E também quero te pedir uma última coisa, me perdoe. Talvez eu não tenha coragem em vida de contar toda verdade pra você, existe muita coisa podre no meio de tudo, mas eu só estava tentando chegar ao topo, ser o cara perfeito, do meu jeito não tão perfeito. Então eu sinto muito se vou te magoar.

I'm You NowWhere stories live. Discover now