V. Lenço de papel

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[Louis POV]

Fechei a porta e a tranquei, assim que Harry se afastou. Balancei a chave na mão, pensando se espiava ou não pela janela, mas resolvi ceder a minha curiosidade. Harry se aproximou de seu carro, entrou rapidamente e seu motorista fechou a porta logo em seguida.

Ele tinha a porra de um motorista!

Maldito esnobe.

Provavelmente desejava esfregar em minha cara seu dinheiro e suas posses ao se oferecer para me trazer em casa. Percebi claramente também o modo como olhou para meu carro antigo e estragado estacionado na garagem. Como se fosse um pedaço de lixo no meio do caminho.

Eu iria consertar aquela lata velha, oras.

No dia em que o conheci no jantar, a primeira impressão que me passou foi a de que ele era fechado e mal humorado. Um verdadeiro velho rabugento. Até mesmo ouvi o que disse sobre eu ser um tagarela e puxar assunto apenas para quebrar o silêncio constrangedor.

Precisava confessar que isso machucou meu orgulho e senti uma raiva tremenda. Fui irônico e sarcástico quando o encontrei na cafeteria, pois não desejava perdoá-lo assim tão facilmente. O fato de que todos abaixavam a cabeça e concordavam que sua palavra era a lei também me tirava do sério. Era como alimentar o seu ego gigante.

Apesar disso, após o senhor Styles me salvar daquele cavalo enlouquecido, até me permiti esquecer um pouco do meu orgulho ferido. Conversamos durante o almoço e ele passou a impressão de ser gentil e de ter bom humor. Até mesmo Ernest se apegou a ele e não largava seus cabelos encaracolados.

Mas isso tudo era apenas um erro de julgamento.

Ele era muito pior do que apenas um mal humorado como eu havia notado quando o conheci. Um dos homens que eu havia conhecido no hotel, Zayn Malik, me dissera coisas que me fizeram repensar seus comportamentos.

Harry Styles era um ganancioso esnobe que tinha como objetivo de vida acumular a maior quantidade de dinheiro nem que para isso ele tivesse que tirar todos que atrapalhassem seus planos de seu caminho.

Joguei as chaves no sofá e fui direto tomar um banho. Eu estava extremamente cansado. Por mais que amasse dar aula para aquelas crianças, havia sido um dia muito cansativo. Meus pés latejavam e meu corpo parecia ter sido atropelado por um caminhão.

Eu só queria dormir.

Contudo, assim que terminei o banho, me senti mais animado e revigorado. Desci as escadas e fui direto para a cozinha preparar um macarrão instantâneo e conferir se ainda tinha algum pote de sorvete no congelador. Talvez a fome estivesse falando mais alto.

Quando ficou pronto meu "jantar", sentei confortavelmente no sofá e liguei a televisão à procura de algum filme ou série que me prendesse a atenção. Estava passando Greys Anatomy e como um fiel amante do drama sorri para a tela.

Mal percebi o tempo passar. Quando fui ver o relógio, ele já marcava duas da manhã e, além disso, o pote de sorvete em minhas mãos estava vazio. Espirrei algumas vezes.

Ótimo!

Noite mal dormida e gripe seria a combinação perfeita para um ótimo dia de trabalho.

Levantei do sofá, deixei o pote e o prato na pia para lavar no dia seguinte e subi para o meu quarto, me jogando na cama após escovar os dentes e vestir um pijama.

Eu deveria ter ido dormir cedo.

**

Quando acordei no dia seguinte, minha cabeça latejava e meu nariz estava completamente trancado. Tossi algumas vezes antes de olhar para o despertador. Faltavam dez minutos para que ele tocasse. Como eu já estava acordado, desliguei o despertador antes que apitasse e provocasse pontadas em minha cabeça. Meu corpo suava e uma sensação estranha me tomava. Como se eu estivesse febril. Peguei o termômetro e resolvi medir minha temperatura. Se estivesse doente, eu provavelmente nem iria dar aula e pediria para que, se Niall pudesse, desse em meu lugar.

Your Eyes Only (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now