VIII. Conexão

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Richard estacionou o carro na frente da enorme e magnífica fachada da futura casa de Félicité e George. Dois andares, toda pintada de branco com portas e janelas de cor amarronzada. Uma pequena área esverdeada na frente e, mesmo de fora, podia-se notar o tipo de tecido das cortinas. Fino, branco e com detalhes cor de ouro. A casa passava a impressão de tranquilidade e familiaridade. Mesmo com toda a sua elegância, era sinônimo de conforto e segurança.

─ Tem certeza de que não deseja ficar? ─ perguntei a Richard mais uma vez. Apesar de evitar me relacionar com as diferentes pessoas que me cercavam, o motorista trabalhava há anos para mim e eu poderia considerá-lo até mesmo um amigo.

─ Tenho certeza, senhor. Obrigado pelo convite. Aproveitarei o tempo livre para levar meus filhos a um passeio pelo parque. Eles gostam de tomar sorvete quando um sol tão belo como esse aparece no céu. Há um parque de diversões lá perto de casa onde poderão brincar de montanha-russa, carrossel, roda gigante... Eu não sou muito fã dessas coisas, por isso ficarei apenas observando enquanto como algum algodão-doce que parece ser extremamente apetitoso e passeio com minha esposa pelo local. Deixarei seu carro na garagem de seu edifício, como pediu, e voltarei para a minha casa com o meu carro. Quanto as chaves, levarei comigo e voltarei para buscá-lo assim que me mandar uma mensagem.

─ Isso ─ Richard faria exatamente como pedi e ainda teria tempo para se dedicar ao seu papel de pai. O que era o certo a se fazer, afinal de contas. ─ Obrigado.

Depois de um breve aceno de cabeça por parte de Richard, desci do carro e andei calmamente até a porta de entrada enquanto o motorista ligava o veículo para ir embora. Assim que o perdi na distância, apertei a campanhia. Ouvi algumas risadas e conversações um pouco distantes de onde estava e constatei que muitos, provavelmente, já teriam chegado. Cinco segundos depois, a porta foi aberta e uma Félicité sorridente apareceu. Ela trajava um vestido preto e elegante até a altura dos joelhos com um colar de pérolas médias adornando seu pescoço. Seus cabelos estavam presos delicadamente em um dos lados e seus sapatos eram escuros e altos.

─ Olá, Styles. Que bom vê-lo aqui. Sua família já chegou. Meggie e Anne escolheram uma mesa apenas para elas e estão apreciando os aperitivos da festa. Para ser sincera, tive medo de que Meggie não gostasse muito da comida, mas ela está comendo tanto quanto qualquer um ─ deu uma leve risada. ─ George estava esperando por você também.

─ Ele tem algum assunto para conversar comigo?

─ Parece que sim. Sobre alguns dos hotéis em nome de seu pai. Um deles está com algumas rachaduras nas paredes do segundo, terceiro e sétimo andar, por ser muito antigo, e talvez tenha de ser interditado. Você sabe como George é... Por mais que não se importe com a quantia que perderá durante o tempo em que o hotel ficará impossibilitado de ser habitado, ele se preocupa com os funcionários que provavelmente ficarão sem emprego e serão obrigados a procurar outro.

─ Algumas coisas estão foras do nosso controle. Transferi-los para outros de nossos hotéis parece fora de questão. Funcionário em excesso significa baixa produtividade e isso não pode ser tolerado.

─ Sim, sim. Por isso George deseja falar com você. Quer encontrar uma solução viável. Talvez se vocês dois conversarem encontrem uma maneira de não deixar os funcionários sem emprego e, ao mesmo tempo, não serem prejudicados financeiramente por isso.

Por mais que eu achasse impossível deixar esses funcionários com um emprego garantido sem que houvesse desperdício, ainda conversaria com meu irmão. Ele poderia me apresentar uma solução que ainda não enxergava. No entanto, George deveria estar mais preocupado com o fato do risco de perdermos um dos nossos hotéis do que com o emprego de pessoas que provavelmente poderiam ser contratadas por outras redes. Elas têm experiência, formação em um algum nível superior e não será tão difícil encontrar um adequado.

Your Eyes Only (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now