XI. Pequenos detalhes

37.6K 3.9K 12.6K
                                    

[Harry's POV]

Enquanto descia as escadas, seguindo George até o local onde ele queria nos levar, observei que estranhamente a casa está completamente vazia. Todos que se encontravam na sala de estar não estão mais lá assim como a chuva que caía forte momentos antes havia parado. Uma garoa fina agora molhava o que via pela frente e um sol fraco ameaçava sair por detrás das nuvens.

Tomlinson estava ao meu lado olhando para todos os cantos de forma distraída. Eu queria olhá-lo mais uma vez, beijar seu rosto e sugar seus lábios, mas tive que resistir fortemente à tentação.

Seus dedos roçaram os meus, de modo suave, provocando, contudo, uma descarga elétrica rápida e forte em meu corpo. Seu toque era quente e macio. Sem dar tempo ao meu cérebro nem para raciocinar, mexi meus dedos e os deslizei pela pele macia da mão de Louis. Sentindo as dobras, as saliências dos ossos abaixo da pele e o modo como aquecia a minha.

Nossos indicadores se entrelaçaram num gesto simples e calmo como se fosse algo costumeiro, mas nem de todo. Meu coração disparou transformando-se em batidas frenéticas e desesperadas. Eu podia notar agora o quanto seu perfume me envolvia como um manto e o quanto aquele simples gesto era significativo para mim.

Levemente, brinquei com seus dedos, os acariciando do mesmo modo gentil que Tomlinson fazia com os meus. Apesar de sua mão ser consideravelmente menor se comparada a minha, notei que ela parecia se encaixar perfeitamente assim que sua palma se aproximou e nossos dedos quase se entrelaçaram por completo.

─ Uma árvore caiu no meio da rua. ─ George quebrou o silêncio que havia se instalado entre nós. Um silêncio que mesmo sem a troca de palavras, fora substituídos por gestos entre eu e Louis. ─ Jonathan pretendia ir embora, mas parou no meio do caminho em razão disso.

─ E não tem como contornar? Ir por outra estrada talvez? ─ Louis questionou.

George virou o rosto para nos encarar. Senti os músculos da mão de Tomlinson tencionarem, mas não afastei meus dedos do dele. Continuei a acariciar sua pele e meu irmão não pareceu notar nossos toques. Sorriu entusiasmado como sempre, mesmo tendo a notícia de que uma árvore caiu no meio da estrada.

─ A nossa casa somente pode ser acessada por aquela rua mesmo, Louis. Infelizmente. Mas está aí uma coisa que poderiam fazer por aqui. Talvez evitasse transtornos.

─ E foi por isso que nos chamou? ─ Perguntei com meu tom ríspido de sempre, mas sem realmente querer agir de forma arrogante. Senti os dedos de Tomlinson se afastarem um pouco e me arrependi no mesmo instante de ter dito qualquer coisa.

Era incrível a minha habilidade em afastá-lo somente dizendo poucas palavras.

─ Sim, precisamos tirá-la do meio do caminho. Tentei ligar para a prefeitura e até mesmo para os bombeiros, mas parece que devido à tempestade há casos mais urgentes para eles tratarem.

─ Sem dúvidas. ─ Concordei e sorri levemente, sentindo os dedos de Louis se aproximarem dos meus outra vez.

─ Até mesmo Fizzy e nossa mãe querem ajudar. ─ Ele riu, quase deixando a risada se transformar em uma gargalhada. Virou-se para abrir a porta e rodou a maçaneta. ─ Elas tiraram os sapatos e amarraram os cabelos para isso. Nunca vi tanta empolgação para algo tão... Chato?

─ Fizzy deve estar achando aquilo uma aventura, tenho certeza. ─ Louis comentou e também riu abertamente. Seus olhos praticamente se fecharam e seu rosto se iluminou como se ele próprio fosse uma estrela e não precisasse de nenhuma luz para iluminá-lo. George virou curioso, talvez não conhecendo esse lado de sua noiva. Ele sempre desejava conhecer cada detalhe de Félicité. ─ Uma vez, não faz muito tempo, nós fomos a Disney e tinha todos aqueles brinquedos radicais. Montanha-russa, essas coisas. Ela quis ir em todos. E ainda desejava me levar junto, mas eu sou muito medroso para essas coisas. O máximo que consegui foi entrar no do Meu Malvado Favorito. A sala é em 3D e se mexe, às vezes eles liberam um cheiro de banana para tornar tudo mais real. Enfim... Fizzy tirou uma coragem do fundo da alma que eu nem sabia que existia. Para ela, qualquer coisa pode ser transformada em uma aventura. Mas não diga eu contei, acho que me esfola vivo se souber.

Your Eyes Only (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now