Capítulo 10

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*Emma narrando*
Aquela conversa com o Príncipe Charlie tinha sido estranha. Apesar de toda sua gentileza, cavalheirismo e beleza, ele era O PRÍNCIPE CHARLIE! E toda garota do reino conhece sua fama. Nossa majestade, o rei e também pai de Charlie, tem muito orgulho do filho nos campos de batalha e no combate ao crime.

Mas, mesmo ele, num anunciamento, falou que comentários chamando-o de Dom Juan não era o que ele esperava ouvir das pessoas sobre seu filho. E ele confessou que as atitudes de Charlie eram promíscuas demais para um príncipe e corrigiu-o na frente das muitas pessoas que estavam presentes.

Bem, depois disso, as saídas de Charlie tornaram-se mais discretas e sorrateiras. E também mais rápidas, afinal, ele tinha que voltar para dormir no Castelo, ou seu pai desconfiaria. Apesar de todos os cuidados, Príncipe Charlie ainda era muito famoso por suas noitadas e paqueras.

Eu mesma, tive duas amigas que me juraram que tinham sido paqueradas por Príncipe Charlie, o próprio. E ele bem sabe de sua fama. Assim como conhece o efeito que causa nas mulheres. Em quase todas elas. Afinal, ninguém é totalmente imune aos encantos de um príncipe.

Pensando nisso, voltei a mim e vi que não tinha sentido comparecer à esse encontro. Cedo ou tarde, ele se cansaria de esperar por mim e iria embora. Eu não precisava me preocupar. Caso eu demorasse, não seria difícil para ele encontrar um lugar com mulheres muito atraentes, com quem ele iria esbanjar prazer.

A festa seguia animada, com pessoas dançando, conversando, rindo, comendo, e, algumas até, paquerando. Eu andava pela festa, conversando com pessoas muito importantes. Harry estava sempre ao meu lado, para ajudar-me, caso necessário. Eu não sabia o que pensar sobre ele, seria um homem bom ou ruim? Isso não importa agora. Estou noiva e tenho de manter-me fiel a ele, não interessa o quão ruim ele seja.

Papai parecia não estar tão deslocado. Pelo contrário, ele conversava e fazia amizades. Cumprimentava as pessoas, e, orgulhoso, se apresentava como o pai da noiva. E as pessoas sorriam para ele, e não julgavam-o por suas roupas e vocabulário simples. Afinal, talvez não fossem tão más e mesquinhas como eu pensei.

Muitos convidados deixaram a festa quando o relógio bateu as 21:30. Alguns convidados ainda ficaram depois disso, discutiam negócios e associações, translações, leis governamentais, decisões jurídicas, postos nobres. Resumindo, depois de um tempo, restaram só um salão quase vazio e homens e mulheres da alta sociedade.

As mulheres não gostavam de intrometer-se em assuntos que envolviam negócios. Isso impressionou-me bastante, pois eu achava que as mulheres nobres tinham opinião, ou, pelo menos, um ponto de vista sobre os negócios do marido. Pelo visto, elas não têm. Elas preferam ficar sentadas, conversando sobre qualquer coisa fútil, como vestidos, fitas e chapéus.

Sentei-me com as mulheres e tentei deixar-me levar nas conversas delas. Me senti um pouco deslocada. Eu era uma simples plebéia, que não sabia nada além que vestidos chiques apertam e deixam as pessoas desconfortáveis. Então, fiquei calada e não interagia, exceto quando tinha que rir dos trocadilhos e anedotas que elas faziam, mas que, na verdade, não entendiam.

Quando todos os convidados foram realmente embora, o relógio marcava 22:20. Quando eles foram embora, eu já estava cansada de tantas mulheres fúteis e superficiais e conversas sobre fitas, chapéus e vestidos. Quando fechamos o portão, me permiti sentar num pequeno e confortável sofá. Respirei fundo, de olhos fechados, e, quando percebi, Harry estava olhando para mim.

-Alguma coisa errada? -Perguntei.

-De jeito nenhum!- Rebateu ele, rápido, e continuou: Toda a minha família te achou encantadora. Tios Louis e Helena ficaram encantados com vossa formosura. Tenho sorte de ter uma mulher como ti sendo minha noiva.

Um Beijo EncantadoWhere stories live. Discover now