Capítulo 17

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*Emma narrando*
A viagem até Helsken era bem longa e a Rainha Catherine não gostava muito de parar no caminho com medo de possíveis assaltantes ou, até mesmo, homicidas.

Ela temia tanto tais acontecimentos que acabou deixando-me apreensiva quanto à eles também. Apesar de todos os caprichos de Catherine, consegui convencê-la a parar 4 vezes, devido às minhas necessidades fisiológicas.

Depois de, aproximadamente, 15 horas de viagem, adentramos o Reino de Helsken. O Castelo Bellair era avistado de longe e tinha uma arquitetura magnífica. Seus traços eram uma mistura de arquitetura grega e egípcia, o que fazia com que o Castelo fosse uma obra de arte.

-Gosta da vista, Emma?

-Sim senhora, Majestade. O Castelo é, realmente, uma obra-prima.

-Você gostará muito mais da arquitetura interna do Castelo.

-Eu não teria tanta certeza, Majestade!

No final, ela estava certa. O interior do castelo lembrava-me o Paraíso. Era tão dourado e calmo, cheio de obras de arte e artesanatos. As colunas de mármore dentro do castelo davam-lhe a aparência de um templo grego. Era ainda mais maravilhoso que o estonteante Palácio de Harry.

Quando lembrei-me de Harry minha mente girou. Ele tinha se esforçado tanto para melhorar. Tudo por mim. Coloco minha mão sobre o colar que Harry me dera e com a ponta dos dedos percorro o círculo que uma das esmeraldas formava.

Ele ficara tão feliz quando viu meu sorriso e perdoou-me quando eu lhe contei que havia beijado Charlie. Minha cabeça não conseguia pensar em nada que não fosse a tristeza no olhar de Harry quando disse-me que eu deveria partir. Aquela tristeza que eu não havia visto, nem no dia em que ele foi "amaldiçoado" pela velha oráculo.

Suas palavras repetiam-se eternamente em minha mente e isso só aumentava meu sofrimento. Eu era um ponto de tristeza em meio à calma e leveza do Castelo Bellair.

Catherine caminhava ao meu lado e estava falando sozinha, pois, apesar de eu estar presente com ela, minha mente vagava em outro lugar.

-Emma, você está ouvindo o que eu estou falando?

-Desculpe-me. Não ouvi uma única palavra. Você pode repetie?

-Emma. Eu sei que dói ter que partir. Eu já tive que fazer isso uma vez, se lembra?

-Prefiro não lembrar, Majestade.

-Mas você precisa seguir em frente. Pense que isso é o melhor para você! Não vai adiantar nada ficar lamentando-se continuamente pelos corredores do Castelo.

Ela olhou para mim. O seu olhar ostestava uma dureza que fez-me ter certeza de que aquilo não fora um conselho. Aquilo fora um sermão. A Rainha Catherine não era de brincadeira. Ela não seria a mãe que eu sempre quis ter, ela nem fingiria se importar comigo. Ela seria quem me ensinaria sobre como funcionava o Castelo, seu Tribunal e a Ordem Real.

Nós subimos cinco lances de escadas até que chegamos num andar que, segundo Catherine, só tinha quartos. Quase todos eles tinham grandes portas abertas, mas uma delas estava fechada, apesar de que um pequeno raio de luz saía por debaixo da porta.

-Por que aquele quarto está com as portas fechadas?

-É o quarto do Rei. Como ele caiu em uma doença grave e contagiosa só algumas pessoas entram lá e tentam, ao máximo, não sair. Para não espalhar a doença, entende!?

-Essa é uma situação muito triste. Saber que o Rei de um povo foi isolado e nem sua própria mulher entra no quarto com medo de cair doente. Isso me enoja.

Um Beijo EncantadoWhere stories live. Discover now